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10 forrós antológicos – Aniversário de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró 

Lívia Nolla
16:13 13.12.2024
Autor

Lívia Nolla

Cantora e Pesquisadora Musical
Música

10 forrós antológicos – Aniversário de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró 

O Dia Nacional do Forró não podia ser comemorado em outra data, senão no dia do nascimento de Luiz Gonzaga. Trouxemos 10 forrós inesquecíveis pra comemorar!

Lívia Nolla - 13.12.2024 - 16:13
10 forrós antológicos – Aniversário de Luiz Gonzaga e Dia Nacional do Forró 
Imagem de divulgação do evento que comemorou os 106 anos de Luiz Gonzaga, no Rio Vermelho.

13 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional do Forró!

A data oficial foi instituída por iniciativa da então deputada federal Luiza Erundina, autora do projeto de lei sancionado em 2005, em homenagem ao dia do aniversário do grande mestre Luiz Gonzaga. 

O Forró é uma manifestação cultural ou festa, originária do estado de Pernambuco e recorrente na região Nordeste do Brasil. 

O nome Forró é usado para nomear um grupo de estilos musicais de origem nordestina, criados e disseminados Brasil afora lá no início dos anos 50, do qual fazem parte o baião, o xaxado, o chamego, o coco, o xote e o pé-de-serra.

O responsável por essa disseminação do Forró no Brasil (e no mundo!) é um pernambucano nascido em Exu, em 13 de dezembro de 1912: Luiz Gonzaga, também conhecido como o Rei do Baião.

Uma das primeiras gravações que se tem registro é Forró de Mané Vito, de Gonzagão e Zé Dantas, em 1949. Já em 1958, explodiu a sua canção Forró no Escuro.

O cantor, compositor e instrumentista Luiz Gonzaga | Foto: Divulgação

As músicas do Forró são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com acordeom (sanfona), zabumba e triângulo. A dança do xote  – o famoso “dois pra lá e dois pra cá” – passou a acompanhar as músicas desse novo gênero e a ser chamada de dança do Forró. 

Com o tempo, o Forró foi ganhando espaço em todas as regiões do país e os músicos e bandas foram incorporando outros instrumentos ao gênero, como guitarra, bateria e baixo. Embora muitos defendam a ideia de que o nome Forró vem da expressão em inglês “for all” (para todos), abrasileirada para se dizer que é uma “festa para todos”, estudiosos afirmam que a palavra deriva de “Forrobodó”, variante do vocábulo galego-português “Forbodó”, que quer dizer “baile popular” ou “festança”.

Luiz Gonzaga deixou um imenso legado para diversos artistas que vieram depois e mas e que são importantíssimos para a consolidação do Forró em nossa música popular brasileira, como Dominguinhos, Anastácia(considerada a Rainha do Forró), Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês (conhecida como Rainha do Xaxado),Elba Ramalho, Sivuca, Genival Lacerda,Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Gilberto Gil, Trio Nordestino, Trio Virgulino, ou mesmo as bandas de forró universitário, nascido nos anos 90, como Falamansa, Bicho de Pé e Rastapé, e artistas mais contemporâneos como Zeca Baleiro,  Mariana Aydar e Juliana Linhares.

Em comemoração a esta data duplamente especial – Dia Nacional do Forró e aniversário de Luiz Gonzaga – selecionamos 10 forrós antológicos da nossa história, compostos pelo nosso aniversariante do dia, Luiz Gonzaga!

Quer saber mais sobre a história de Gonzagão? Acesse o nosso Acervo MPB, uma verdadeira enciclopédia da nossa música, em formato de áudio-biografia, e que conta a história da vida e da obra de grandes nomes como o aniversariante do dia.

10 forrós antológicos da nossa história, no Dia Nacional do Forró

1 – Baião – Luiz Gonzaga (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

    Composta por Luiz Gonzaga e seu parceiro de longa data, Humberto Teixeira, Baião conta a história do ritmo do gênero que consagrou Luiz Gonzaga como Rei

    A música foi lançada em 1946, pelo conjunto Quatro Ases e Um Curinga, regravada por Luiz Gonzaga, em 1949, e – depois – regravada por diversos nomes ao longo da história, como Marinês, Dominguinhos, Elba Ramalho e tantos outros.

    2 – Asa Branca – Luiz Gonzaga (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)

      Também composta por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, Asa Branca fala com muita sutileza de um problema muito sério: a seca do sertão.A forma como descreve as paisagens, a sazonalidade e os animais rendeu a Luiz Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Gonzagão era um profundo observador da natureza e do clima do sertão.

      O clássico foi lançado em 1947, pelo próprio Luiz Gonzaga, e – depois – regravada por diversos nomes ao longo da história, como Caetano Veloso, Gonzaguinha (filho de Luiz Gonzaga) e Toquinho

      3 – O Xote das Meninas – (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)

        Composta com Zé Dantas, outro grande parceiro de Luiz Gonzaga, O Xote das Meninas é outro grande clássico de Luiz Gonzaga. Foi lançado pelo próprio artista em 1953 e depois tornou-se sucesso indispensável das playlists forrozeiras.

        A canção também foi regravada por nomes como Marisa Monte, Alceu Valença e Gilberto Gil. 

        4 – A Vida do Viajante (Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil)

          A Vida do Viajante é uma composição de Luiz Gonzaga com Hervé Cordovil, lançada em 1953 pelo próprio Gonzagão, em que ele fala sobre a vida do migrante, que sai do sertão em busca de melhores condições.

          Em 1980, o artista iniciou, ao lado do seu filho – o também cantor e compositor Gonzaguinha – a turnê do espetáculo A Vida do Viajante, que percorreu várias cidades brasileiras, estendendo-se até 1981, quando foi lançado o álbum duplo da gravação do show, ao vivo, com várias canções emblemáticas da carreira dos dois artistas.

          5 – Vira e Mexe (Luiz Gonzaga)

            Vira e Mexe é uma dançante composição solo de Gonzagão, lançada pelo artista em 1941, bem no início de sua carreira.

            6 – Forró no Escuro (Luiz Gonzaga) 

              Lançada por Luiz Gonzaga em 1957, Forró no Escuro foi regravada por outros diversos  grandes nomes ao longo da história, como Belchior, Fagner e Marinês.

              7 – Respeita Januário (com Humberto Teixeira)

                Em 1930, Luiz Gonzaga saiu de sua cidade, Exu, no sertão de Pernambuco, e percorreu uma trajetória e tendo – tendo servido o exército durante nove anos, morando em várias cidades diferentes – até se fixar no Rio de Janeiro, onde começou a construir sua sólida carreira em 1940.

                Em 1946, depois de receber a visita de sua mãe na cidade maravilhosa, Luiz Gonzaga voltou para Exu pela primeira vez para se reencontrar com a família depois de 16 anos. O reencontro com o pai dele, Januário, é narrado na clássica canção Respeita Januário, parceria com Humberto Teixeira, lançada em 1952. 

                8 – Qui Nem Jiló (com Humberto Teixeira);

                  Lançada em 1941 pelo próprio Gonzagão, e depois regravada por diversos nomes da nossa música popular brasileira como Gilberto Gil, Dominguinhos, Anastácia, Simone, Alcione e Gal Costa, Qui Nem Jiló se tornou praticamente um hino nacional do Nordeste. 

                  O que é fantástico nessa música é a capacidade de incluir o fruto jiló em forma de poesia. Na canção, a amargura do fruto é comparada às dores de uma saudade. E os compositores trazem um remédio interessante para “amenizar” essa saudade: cantar!

                  9 – Assum Preto (parceria com Humberto Teixeira); 

                    Outra parceria com Humberto Teixeira, a música Assum Preto, gravada em 1950, retrata a beleza de uma paisagem bucólica, comum no sertão após as chuvas, pois quando há estação chuvosa na região pode-se ver o reverdecimento da mata. Esse fato traz alegria, esperança para o sertanejo. No entanto, a beleza do sol do mês de abril e das flores não pode ser apreciada por Assum Preto, um pássaro típico da região nordeste, porque ele não pode vê-la, já que é cego.

                    Era comum que naquela região – não se sabe se por ignorância ou por maldade, como a letra da música diz – que fazendeiros ou pequenos agricultores furassem os olhos das aves e as cegassem, para que seu canto se tornasse um canto de dor, e – por isso – um canto mais belo. 

                    Daí vem mais uma contradição da música: o pássaro tem asas, o que lhe dá o direito à liberdade, ser livre para voar. Mas como ele não vê, não enxerga, não pode voar, e por isso vive preso, tornando-se um animal domesticado.

                    10 – Paraíba (parceria com Humberto Teixeira).

                      Mais uma parceria com Humberto Teixeira, Paraíba foi lançada por Emilinha Borba e Os Boêmios, em 1950. Luiz Gonzaga a regravou em 1952 e regravada por outros grandes nomes ao longo da história como Dominguinhos, Zé Ramalho e Chico César.

                      por Lívia Nolla

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                      Lívia Nolla é cantora, apresentadora e pesquisadora musical

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