“Ação militar não traz paz ou segurança a médio prazo”, diz brasileiro em Israel

Roberto Nonato
08:33 26.09.2024
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“Ação militar não traz paz ou segurança a médio prazo”, diz brasileiro em Israel

Em entrevista à Novabrasil, João Miragaya, diz que precisou deixar sua casa em virtude dos ataques recentes do grupo Hezbollah

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- 26.09.2024 - 08:33
“Ação militar não traz paz ou segurança a médio prazo”, diz brasileiro em Israel
Autoridades de Israel descartam cessar-fogo nos ataques ao Hezbollah | Foto: commons.wikimedia.org/

O governo de Israel recrutou 2 novas brigadas do exército para treinamento e para uma possível incursão terrestre no Líbano. A informação é do brasileiro João Miragaya, que reside em Israel. O brasileiro mora em Yad, norte do país, mas precisou se deslocar para Harish, em virtude dos bombardeios do Hezbollah.

Ao mesmo tempo, segundo ele, havia notícias de que uma proposta de cessar fogo por 21 dias, feita por França e EUA, poderia ser concretizada. Isso, porém, foi descartado. O ministro de Relações exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que não haverá cessar-fogo contra o grupo libanês.

Apesar disso, João Miragaya diz que “não descartaria nenhuma possibilidade. As informações são contraditórias. Acordei achando que haveria um cessar fogo temporário, mas o primeiro-ministro Netanyahu disse que, por agora, os ataques continuam”.

Na visão do brasileiro, o governo Netanyahu tem popularidade muito baixa e dificilmente alcança 30% de aprovação, de acordo com pesquisas. A população israelense apoia o cessar fogo na Faixa de Gaza, para a volta dos reféns que ainda estão retidos com o Hamas. Já com relação ao confronto no norte do país, contra o Hezbollah, a percepção popular é diferente. A maioria parece aprovar a iniciativa de atacar o grupo libanês, com o objetivo de que as pessoas possam retornar às suas casas, deixadas após os ataques do Hezbollah.

João Miragaya entende que “a ação militar, historicamente, não traz paz ou segurança a médio prazo. Às vezes, ela afasta o perigo por um intervalo curto, mas não impede que os grupos possam se rearmar e realizar ataques contra Israel.

O brasileiro não pretende voltar à sua casa em Yad, enquanto os confrontos continuarem. Ele conclui dizendo que “espera por um cessar-fogo, embora não seja otimista neste ponto”.

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A situação no Oriente Médio causa inquietação e apreensão nos 2 lados. Em conversa com a Novabrasil, a brasileira Amanda Kassini, que mora no Líbano, pretende deixar o país. Ela afirma que “não entende o que estão esperando  para considerar uma guerra”.

Os ataques do grupo Hezbollah contra o norte de Israel foram mais intensos desde o último sábado, dia 21. Em resposta, Israel bombardeou locais do Líbano e matou um de seus líderes.  

O Itamaraty confirmou a morte de um brasileiro de 15 anos nos bombardeios de Israel contra o Líbano, em um ataque aéreo na região do Vale do Bekaa. E em Nova York, o presidente Lula afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não cumpre as ordens da ONU. Ele disse que condena de forma veemente “o comportamento do governo de Israel” e que a “maioria do povo não concorda com o que chamou de genocídio, ao citar a ofensiva no Líbano, que já matou mais de 600 pessoas, entre elas, dezenas de crianças”.

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