Psica, festival da região amazônica, lança line-up
Psica, festival da região amazônica, lança line-up
O maior festival independente de música periférica da Amazônia está de volta. Com três dias de shows, a 10ª edição do Festival Psica traz à capital nomes como Daniela Mercury, Luedji Luna, Urias, além de Baco Exu do Blues, Liniker e muito mais. O evento ocorre entre os dias 16 e 18 de dezembro, no … Continued
O maior festival independente de música periférica da Amazônia está de volta. Com três dias de shows, a 10ª edição do Festival Psica traz à capital nomes como Daniela Mercury, Luedji Luna, Urias, além de Baco Exu do Blues, Liniker e muito mais.
O evento ocorre entre os dias 16 e 18 de dezembro, no Espaço Náutico Marine Club, no coração da maior periferia de Belém, o bairro do Guamá. São quatro palcos com 40 apresentações de artistas que celebram a sonoridade periférica e afroamazônica.
Daniela Mercury, Luedji Luna, Liniker são nomes confirmados no Psica 2022
A rainha do axé, como é conhecida Daniela Mercury, promete fazer do Psica uma verdadeira micareta, com os grandes hits que embalam o carnaval de Salvador: O Canto da Cidade, Nobre Vagabundo e Baianidade Nagô. Com quase 40 anos de carreira, Daniela Mercury também é uma voz de resistência LGBTQIA+.
Conterrânea de Mercury, Luedji Luna volta a Belém para apresentar seu mais recente álbum Bom Mesmo é Estar Debaixo D’água (2020). A baiana é um dos principais nomes da MPB na atualidade.
A 10ª edição do evento ainda tem:
- as manifestações regionais e populares, através dos shows de Arraial do Pavulagem, Tambores do Pacoval, Filhos de Maiandeua, Sereia do Mar, Baile do Mestre Cupijó e Lia de Itamaracá (PE);
- o som urbano das periferias paraenses com DJ Meury, Viviane Batidão e Tony Brasil + Maderito e Banda Bundas;
- o metal nortista de Cérebro de Galinha, Rejeitados pelo Diabos e Sisa;
- o death metal de Desalmado (SP);
- a arte musical de Melissandra e Rawi;
- o rap LGBTQIA+ da Quebrada Queer (SP);
- a experimentação eletrônica de Badsista (SP);
- e muita discotecagem com os DJs Jon Jon e Eric Terena (MS).
Curadoria e Estrutura
O criador e diretor do Festival Psica, Jeft Dias, explica como foi feita a curadoria para a 10ª edição do evento.
“O Festival Psica, como um festival preto, amazônico e periférico, procura dar visibilidade para artistas com esse mesmo perfil. E através do intercâmbio com artistas de projeção nacional, a gente tenta atrair a atenção do público para os nossos nomes locais. Assim, como trazer grandes nomes locais com repercussão no Brasil todo, como Gaby Amarantos e as próprias aparelhagens, com décadas de história. E isso é pensado de forma que desde o primeiro artista a se apresentar até o último tenha público, tenha um palco com uma estrutura legal etc”, conta.
O mistério acabou e o Espaço Náutico Marine Club é o espaço onde o 10º Festival Psica será realizado, nos seus três dias. E para garantir o acesso do público que vem das mais diversas periferias, a direção do Festival Psica vem articulando junto aos órgãos de mobilidade urbana para a criação de linhas de ônibus, barcos e transporte alternativo exclusivos para o festival.
A expectativa é receber um público de 10 mil
A expectativa do Psica é receber um público de 10 mil pessoas em cada dia de evento pago. Para atender essa demanda, o festival terá uma maior quantidade de banheiros e bares. Uma outra preocupação é quanto à acessibilidade para pessoas com deficiência.
“Além da tradução simultânea em Libras, que já trouxemos em outras edições, o evento vai dispor de outros mecanismos de acessibilidade, como sinalização nos pisos, área reservada na plateia para garantir que o público com deficiência conseguirá assistir aos shows e acessibilidades nos banheiros”, completa Gerson.
Psica completa 10 anos
Um dos festivais pretos mais influentes do país, o Psica é realizado tradicionalmente no final do ano, em dezembro. Em 2022, depois de dois festivais gratuitos, do Dia do Meio Ambiente (5 de maio) e Dia da Amazônia (4 de setembro), que reuniram mais de 40 mil pessoas, a expectativa é de uma grande festa na comemoração dos 10 anos do evento.
Inspirados no movimento neo-cabano, o Psica vem dialogando sobre decolonialidade há vários anos. Nesta edição comemorativa, as profundezas de rios, matas e estradas abrem caminhos para celebrar a cultura amazônica a partir das cidades do interior e de suas manifestações culturais de resistência secular.
A gente fala muito com o público local pra ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo
O sincretismo religioso e a tradição cultural de indígenas e negros que hoje temos com a Marujada, o Çaíré, a festividade de São Sebastião no Marajó são temas que pautam a 10ª edição.
“A gente fala muito com o público local pra ele se olhar, se enxergar, se ver em lugares de protagonismo pra ocupar os espaços, mostrando nossa forma de pensar cultura, pensar mundo, a humanidade, que essa forma de pensar chegue em outras pessoas. É um movimento de dentro pra fora”, conclui Gerson Junior, diretor do evento.
Para saber mais sobre o festival, clique aqui.