Lia de Itamaracá, Rainha da Ciranda, lança “Dorme, Pretinho”
Lia de Itamaracá, Rainha da Ciranda, lança “Dorme, Pretinho”
A Rainha da Ciranda, Lia de Itamaracá, inicia 2023 com uma canção regada de aconhego, a Dorme, Pretinho. Com referências musicais que nos conectam a infância, Lia procura resgatar a esperança de que tempos melhores por vir para a Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, e para todos os brasileiros. A composição, assinada por Lia em … Continued
A Rainha da Ciranda, Lia de Itamaracá, inicia 2023 com uma canção regada de aconhego, a Dorme, Pretinho. Com referências musicais que nos conectam a infância, Lia procura resgatar a esperança de que tempos melhores por vir para a Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, e para todos os brasileiros.
A composição, assinada por Lia em parceria com Beto Hees, é uma adaptação da canção de Mercedes Sosa intitulada ‘Duerme Negrito’, com destinos muito semelhantes, mães e filhos, em ambas as versões, estão ligados pela fragilidade e beleza da existência.
No clipe de “Dorme, Pretinho”, conhecemos a história de mães pescadoras da Ilha de Itamaracá
No videoclipe desta canção de ninar de Lia, Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, as imagens da praia, das redes onde as mães ninam seus filhos e de uma Lia etérea se alternam no embalo da voz grave, mas acolhedora da Rainha da Ciranda:
“Dorme, dorme pretinho, que mamãe está pescando, pretinho. Dorme, dorme Maria, que mamãe está pescando, Maria”.
Quando a música termina, temos a oportunidade de conhecer quem são aquelas pescadoras: mulheres fortes, que aprenderam na infância a arte de pescar ostras, mariscos e caranguejos com seus pais, e passam a tradição para seus filhos.
A mãe de Lia, Matildes, também foi uma delas. Ambas são representadas no clipe que, na verdade, se conecta com outras mães, em todo o Brasil.
Quem é a Rainha da Ciranda, Lia de Itamaracá
Nascida em 1944 na Ilha de Itamaracá, nordeste do Brasil, Maria Madalena Correia do Nascimento, a Lia de Itamaracá, é cantora, compositora, atriz e merendeira escolar durante décadas. Lia é considerada Rainha da Ciranda e Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco.
O reconhecimento não é à toa. Lia preserva a tradição da ciranda desde os anos 1970, uma expressão popular esquecida pelo poder público e que ironicamente representa o que temos de mais brasileiro e ancestral.
Sobre a ciranda
Enquanto no restante do Brasil a ciranda é vista como uma brincadeira infantil, nos estados do nordeste, e em especial em Pernambuco, a ciranda é uma expressão cultural de origem africana que reúne canto, dança e poesia em uma roda animada.
Forma-se uma roda em que todos dão as mãos, cantando em um ritmo quaternário lento, com o compasso marcado pela zabumba e outros instrumentos de percussão. A roda é formada principalmente por adultos, mas as crianças também podem participar – a ciranda é uma tradição plural e inclusiva, como diz uma das letras de Lia:
“Minha ciranda não é minha só, ela é de todos nós”.