
Ney Matogrosso: O ícone que abriu o primeiro Rock in Rio, em 1985
Ney Matogrosso: O ícone que abriu o primeiro Rock in Rio, em 1985
Está em cartaz no Rio de Janeiro até o dia 23 de fevereiro na Cidade das Artes “Rock in Rio - 40 anos o Musical”; confira entrevista da Novabrasil com Ney Matogrosso

Há 40 anos, Ney Matogrosso fazia história mais uma vez. Embora não soubesse na época da magnitude do momento, o ex-integrante do Secos e Molhados marcou um capítulo importante na música ao subir ao palco do Rock in Rio em 11 de janeiro de 1985.
Ele foi o primeiro artista a se apresentar nesse projeto audacioso e inovador, que, hoje, 40 anos depois, se consolidou como o maior festival de música e entretenimento do mundo.
Se Ney não tinha ideia da grandeza do evento naquele momento, o público do festival também não ajudou muito a perceber isso.

A década de 1980 no Brasil foi um período turbulento, como sabemos bem. Sob a influência do “rock” que dava nome ao festival e de atrações como Iron Maiden, Whitesnake e Queen, que estavam no auge de sua popularidade, uma parte do público – na maioria mal-educado – resolveu lançar ovos em Ney durante sua apresentação. Mas o homem com H tirou de letra, e deu um show.

Numa entrevista exclusiva à Novabrasil exibida nesta sexta-feira (07) Ney Matogrosso relembrou aquele fim de tarde em 1985.
“Era seis horas da tarde, e para mim era uma coisa ruim fazer seis horas da tarde, porque a luz que sempre foi uma coisa muito poderosa nos meus trabalhos. Não tinha luz e não tinha nada. Era eu e eles lá e pronto.”
Ney Matogrosso e sua representatividade
“O Medina me chamou no escritório dele era por aqui na Lagoa ou Ipanema e eu estava fazendo show no “Circo Tihany” era um show que eu fazia naquele circo que tinha cinco mil lugares e que toda noite esgotava. E eu pensei que ele estava me chamando por essa razão por eu esta fazendo um show num lugar enorme e lotando diariamente, né?! E depois mais tarde eu o vi falando que não que era pela minha representatividade, não sei o que lá, mas também não me incomoda.”

Ney Matogrosso sempre quis ser ator
“O meu espírito de ator ainda não aquietou. Eu não queria ser cantor, eu queria ser ator. E quando eu entrei na música eu entrei como um ator para música. Claro que tinha minha voz que me favorecia esse aspecto né! Mas eu cheguei como um ator. E tinha outra questão também. Eu ouvia dizer que artista não podia andar na rua e eu vim todo maquiado, mas a maquiagem não era para ficar bonito, a maquiagem era para esconder o meu rosto, porque eu ouvia dizer mesmo que artista não podia andar na rua, e pô eu com 31 anos na época, não ia poder andar na rua?!”
Rock in Rio – 40 anos o Musical
O jornalismo da Novabrasil saiu da casa de Ney Matogrosso, na Zona do Sul do Rio de Janeiro em direção a Cidade das Artes na Barra da Tijuca para acompanhar os bastidores de “Rock in Rio – 40 anos o Musical”

“Eu Malu Rodrigues faço o papel da Beth que é uma estagiária na agência do Roberto Medina e no primeiro dia de estágio dela, ela chega na agência e o Roberto acabou de ter a brilhante ideia de fazer um festival de música gigantesco onde tá todo mundo desesperado.”
“Eu Beto Sargentelli e eu faço o papel do João Coelho, que é um dos estagiários dessa agência e o meu personagem encontra o personagem da Malu e ali de cara a gente tem uma sintonia que vai desenvolvendo com o tempo e outra o espetáculo não é só sobre o rock in rio é sobre o Rio de Janeiro e sobre a música, então essa conexão com o público e claro entre nós é muito bacana.”
Rodrigo Pandolfo – o Roberto Medina
“E brincar de ser o Medina que é como eu falo é um desafio que no início rolou um medo, porque eu já tinha feito algumas pessoas que existem ou (existiram) eu já fiz no teatro ou no audiovisual… e aí a gente se encontrou eu e o Medina, a gente teve um encontro lindo um bate-papo mesmo e foi muito legal e eu identifiquei nele muita coisa de mim e falei cara o Medina é um cara que tem esse fogo interno como uma coisa meio indomável e entendi que ele é muito ativo, muito expansivo e pensei é isso. E o interessante que houve um reconhecimento então foi bonito esse lugar dele e das pessoas que trabalharam com ele na agência naquele ano de 85… e eu não fiquei o assistindo e tal, foi naquele bate-papo que eu sentir o Medina, sentir que cara é esse.”

SERVIÇO:
Rock in Rio – 40 anos o Musical
Em cartaz até dia 23 de fevereiro
Onde: Cidade das Artes Bibi Ferreira
Endereço: Avenida das Américas, 5300 – Barra da Tijuca
Quintas e sexta-feira – às 20H
Sábados e domingo – 15H | 19H