
60 anos de Zélia Duncan – 10 curiosidades sobre a cantora

60 anos de Zélia Duncan – 10 curiosidades sobre a cantora
Cantora e compositora completa seis décadas de vida neste 28 de outubro e o site da Novabrasil separou alguns "segredos" da artista; confira


Hoje é um dia especial para a música popular brasileira: uma das nossas maiores musas completa 60 ano de vida: a cantora e compositora nitoroiense Zélia Duncan.
Plural e autêntica, Zélia transita brilhantemente por vários estilos – do pop ao samba, do rock às baladas românticas – com sua voz grave, firme, cheia de personalidade e suingue.
Com mais de40 anos de carreira, tem diversos álbuns lançados, canções em trilhas sonoras de novelas e muitas parcerias de sucesso com outros grandes nomes da MPB como: Zeca Baleiro, Lenine, Simone, Mart’nália, Rita Lee, John Ulhôa, Arnaldo Antunes, Moska e Lulu Santos.
Preparamos uma lista com 10 curiosidades sobre a aniversariante, para homenagear ZD neste dia especial. Confira também edição do ‘Vozes da Vez’ com a Zélia Duncan.
Vamos lá?
1 – Zélia Duncan iniciou a carreira artística com o nome de Zélia Cristina
Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, Zélia Cristina Duncan Gonçalves Moreira mudou-se para Brasília com seis anos de idade.
Aos 16 anos, em 1981, Zélia enviou uma fita para a Sala Funarte de Brasília, que na época realizava concursos. Foi selecionada em primeiro lugar e apresentou lá o seu primeiro show, ainda como Zélia Cristina.
A apresentação foi muito bem sucedida e, a partir dali, várias portas começaram a se abrir para a artista: ela abriu um show de Luiz Melodia, no Teatro Nacional de Brasília, começou a se apresentar constantemente e foi selecionada para representar Brasília no Projeto Pixinguinha, viajando por sete diferentes cidades
2 – Zélia foi jogadora de basquete
Com 10 anos de idade, Zélia Duncan interessou-se pelo basquete, uma paixão que a cantora cultivou até os 16 anos.
Nessa época, ela chegou a integrar a seleção feminina de Brasília e animava as viagens com o time, cantando acompanhada de seu violão.
A opção definitiva pela música veio quando a data de um campeonato coincidiu com a de um festival e a música falou mais alto! Para a nossa sorte!

3 – Outros trabalhos antes da fama
Em 1987, aos 22 anos, Zélia voltou a morar em Niterói e passou a fazer de tudo um pouco: trabalhava no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região; era locutora da rádio Fluminense FM, onde o usava nome Cristina Moreira; foi backing vocal do cantor José Augusto e de Bebeto.
Nesta época, ela começou a cursar Teatro na CAL (Casa das Artes das Laranjeiras) e fez o seu primeiro show no Rio de Janeiro, com um repertório que mesclava Itamar Assumpção, Caetano Veloso, The Beatles, The Police e algumas canções inéditas de outros compositores.
No final de 1989, a cantora conheceu a diretora de teatro Ticiana Studart, que trazia de Nova York ideias parecidas com as de Zélia, para um show arrojado e irreverente.
Segundo conta em seu site oficial, a linha de pensamento era: “Os recursos eram caóticos e as idéias jorravam mais a cada dia. Muito bem, produzir é um caos, os espaços são um caos, a violência é um caos, o isolamento cultural é um caos, já tínhamos o repertório e o nome do show: Zélia Cristina no Caos.”
4 – Temporada nos Emirados Árabes
Um dia, depois da exposição do primeiro show, Zélia estava se apresentando no Mistura Fina, badalada casa do Rio de Janeiro, e recebeu um convite do Estúdio Eldorado para gravar o seu primeiro disco: Outra Luz, em 1990, ainda com o nome Zélia Cristina.
Embora não tenha gostado muito do resultado, com o álbum, Zélia recebeu duas indicações para o Prêmio Sharp daquele ano: como revelação e melhor cantora pop-rock.
No ano seguinte ao lançamento do disco, Zélia recebeu um convite inesperado para passar três meses nos Emirados Árabes, cantando no Hotel Meridien. Após o choque inicial, ela aceitou o convite e os três meses viram cinco.
Esse foi um período muito importante para a artista, uma vez que, além da música oriental, ela entrou em contato com a música de artistas que a influenciaram muito nos seus trabalhos posteriores, como: Joni Mitchell, Joan Armatrading, Sam Cooke, Ry Cooder e Peter Gabriel.
Foi também um período bem criativo, em que Zélia passou a compor com muita frequência.

5 – O primeiro álbum como Zélia Duncan a projetou para o sucesso nacional
De volta ao Brasil em 1992, Zélia retomou o seu trabalho amadurecido pela experiência fora e lançou – em 1994 – o seu álbum de imenso sucesso: Zélia Duncan, nome que passou a usar desde então.
O álbum traz – além do grande hit Catedral (versão de Zélia e Christiaan Oyens para a música Cathedral Song, de Tanita Tikaram), que a prohetou nacionalmente – outros sucessos importantes da sua carreira como: Não Vá Ainda, Sentidos, Nos Lençóis Desse Reggae e O Meu Lugar (todas parcerias de Zélia com Christiaan Oyens), além da gravação de Lá Vou Eu (canção de Rita Lee e Luiz Carlini).
A música Nos Lençóis Desse Reggae logo entrou na trilha do clássico seriado Confissões de Adolescente, da TV Cultura e – seis meses após o lançamento do disco – a canção Catedral entrou para a trilha sonora da novela A Próxima Vítima, no horário nobre da Rede Globo, como tema dos protagonistas da trama e tornou-se um imenso sucesso, o primeiro hit da carreira de Zélia Duncan.
O reconhecimento pela crítica também não demorou muito a acontecer. A revista americana Billboard inclui o álbum Zélia Duncan na lista dos Dez Melhores Álbuns Latinos de 1994 e, já no segundo semestre de 1995, Zélia recebeu Disco de Ouro, pela venda das primeiras 100 mil cópias do que ela considera o seu verdadeiro álbum de estreia.
6 – Cinco vezes indicada ao Grammy Latino
Em 2001, completando 20 anos de carreira, Zélia lançou o disco Sortimento, que passeia do samba ao folk e traz grandes sucessos como: Alma (de Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes), Me Revelar (parceria de Zélia e Christiaan) Eu Me Acerto (só de Zélia), Flores (de Fred Martins e Marcelo Diniz) e Desconforto (parceria da cantora com Rita Lee).
O álbum conta ainda com as regravações de Partir, Andar (de Herbert Vianna, que participa da gravação) e de Eu Vou Estar (de Dinho Ouro Preto e Alvin L, do Capital Inicial, e que conta com a participação da banda).
O disco teve duas indicações ao Grammy Latino – de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro e de Melhor Canção Brasileira para Alma, música que fez parte das trilhas sonoras das novelas globais O Clone (2001/2002), Caminho das Índias (2009) e Alto Astral (2014/2015, tema de abertura), todas da Rede Globo.
Em 2009, o álbum Pelo Sabor do Gesto também recebeu uma indicação de Melhor Álbum de MPB no Grammy Latino.
Em 2012, foi a vez de Pelo sabor do Gesto Em Cena ser indicado ao Grammy Latino, na mesma categoria.
Em 2019, veio sua quinta indicação, com o disco Tudo É Um.

7 – Zélia Mutante
Em 2006, Zélia Duncan passou a fazer parte da nova formação de Os Mutantes – substituindo os vocais que um dia foram de Rita Lee – e se unindo aos irmãos Sérgio e Arnaldo Baptista, em uma turnê de reunião do grupo pelo Brasil e pela Europa.
O histórico show no Barbican Theater, em Londres, foi registrado em CD e DVD e traz clássicos da banda, como: Top Top (Arnaldo Baptista, Rita Lee, Sérgio Dias e Liminha), Balada do Louco (Arnaldo e Rita), Bat Macumba e Panis Et Circenses (ambas de Gilberto Gil e Caetano Veloso).
Zélia foi bem recebida pelos fãs do grupo e elogiada pela crítica, anunciando sua saída de Os Mutantes só no segundo semestre de 2007.
8 – Dois grandes parceiros: Simone e Moska
Zélia Duncan tem muitas parcerias importantíssimas que fez durante sua trajetória.
Dois deles merecem destaque: Simone e Paulinho Moska.
Em 2005, Zélia foi convidada pela cantora baiana para participar da gravação do DVD Simone Ao Vivo, cantando Não Vá Ainda e A Idade do Céu (versão de Paulinho Moska para a canção La Edad Del Cielo, do uruguaio Jorge Drexler).
Em 2008, as duas se uniram mais uma vez, para lançar o CD e DVD Amigo é Casa, que traz uma série de canções importantes nas trajetórias das duas artistas, mas que nunca tinham sido gravadas por elas antes, como.
Já com Moska, a parceria é de longa data, desde que começaram as suas expressivas carreiras, lá no início dos anos 90.
Além de interpretarm cancoes um so outro, eles compuseram juntos grandes sucessos, como:
– Carne e Osso (2005)
– Não (2005)
– Sinto Encanto (2009)
– O Tom do Amor (2011)
– Medo do Medo (2018)
– Feliz Caminhar (2019)
Agora em 2023, Zélia e Moska saíram em turnê com o show Um Par Ímpar, que também é o nome da mais recente composição da dupla.
9 – Relação com Itamar Assumpção
Em 2012, Zélia lançou o disco Tudo Esclarecido – Zélia Duncan canta Itamar Assumpção, um tributo ao cantor e compositor, de quem a artista é grande admiradora e já havia gravado diversas outras músicas e parcerias em álbuns passados.
Sobre o álbum, a cantora declarou: “Faz alguns anos, comecei a dizer que, um dia, gravaria um disco só de Itamar Assumpção. Ao longo do tempo e dos meus álbuns, disfarçadamente já fui fazendo isso. Ao todo, 11 faixas, espalhadas pela minha vida fonográfica, já deixavam os rastros de sua importância pra mim, até este momento. (…) Nos anos 80, só pensava em ir pra Sampa, batalhar uma vaga como sua vocalista. Isso não acontece, mas eu nunca vou deixar de me sentir uma delas. Mastigo suas palavras, mais vivas do que nunca. Elas me dão nutrientes, oxigênio, pétalas, cores, perfumes e cheiros fortes de terra fértil e negra.”
Das 13 faixas do álbum, seis são inéditas e sete são regravações de músicas menos conhecidas. Cinco são parcerias de Assumpção com Alice Ruiz.
A faixa que fecha o álbum, Zélia Mãe Joana, foi um presente do próprio Itamar para Zélia, dada em uma folha de calendário.

10 – Zélia Duncan atriz
Paralelamente aos shows, Zélia começou uma incursão pelos palcos também como atriz, ao aceitar o convite do diretor teatral Moacyr Góes para estrear o musical Alegria, Alegria, em São Paulo, em 2017.
No ano seguinte, também atuou na comédia Mordidas, do argentino Gonzalo de Maria, ao lado de Ana Beatriz Nogueira, Regina Braga e Luciana Braga.
Em 2022, ela foi premiada na categoria Especial do Júri para o Elenco do Festival Sundance de Cinema, por sua atuação no filme Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet.
por Lívia Nolla