
Mansur: “A Ascensão da AI nas Campanhas Publicitárias”


Mauricio Mansur
Diretor de mkt e inovação, conselheiro e palestrante
Mansur: “A Ascensão da AI nas Campanhas Publicitárias”
Agências e anunciantes estão adotando a AI para criar conteúdos mais rápidos. Mas calma, antes de imaginar robôs tomando conta da criatividade humana, vamos entender como isso funciona


Imagine você na sua sala, assistindo um comercial que parece ter sido feito só para você.
As piadas estão no ponto, o estilo visual te agrada, e até a música de fundo lembra sua playlist favorita. Coincidência? Não. Esse é o poder da AI generativa nas campanhas publicitárias.
As agências e anunciantes estão adotando a AI generativa para criar conteúdos mais rápidos, personalizados e eficazes. Mas calma, antes de imaginar robôs tomando conta da criatividade humana, vamos entender como isso funciona e o que isso significa para todos os envolvidos — dos publicitários até os consumidores.
A grande sacada da AI generativa é sua capacidade de criar conteúdo dinâmico e personalizado em escala. Imagine uma agência criando uma campanha de marketing para um grande evento esportivo. Antigamente, isso levaria meses de brainstorming e ajustes manuais. Agora, com a AI, isso acontece em minutos.
A tecnologia gera centenas de versões de anúncios, cada um otimizado para um público-alvo específico. Desde o texto até os visuais, tudo pode ser adaptado automaticamente.
Coca-Cola, por exemplo, usou AI generativa na campanha “Masterpiece”, recriando obras de arte icônicas com um toque criativo e inovador, conectando a marca ao mundo das artes de forma única.
Outro benefício é a velocidade de produção. O que antes levava semanas, agora pode ser feito em dias ou horas. Isso abre portas para campanhas super personalizadas, ajustadas em tempo real conforme as interações e preferências do público. Se uma peça criativa não está funcionando, a AI ajusta em tempo real, maximizando a eficiência da campanha.
Porém, nem tudo é tão simples.
Uma das maiores ameaças que a AI traz é o questionamento sobre o papel da criatividade humana. Se a AI pode gerar roteiros, visuais e até músicas, onde fica o toque criativo? Estamos caminhando para um futuro onde os publicitários se tornam revisores de conteúdo gerado por máquinas? Esse é um temor real, pois pode levar à perda da originalidade e autenticidade das campanhas. Outra preocupação é a ética no uso de dados.
A personalização extrema exige muitas informações pessoais, e isso coloca agências e anunciantes em uma posição delicada.
O consumidor pode sentir que está sendo observado demais, e isso pode facilmente ultrapassar a linha entre útil e invasivo.
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Para os consumidores, o impacto é duplo. De um lado, temos a personalização, que torna nossa experiência de compra mais relevante. Quem nunca quis ver um anúncio que faz sentido? Com AI generativa, isso é possível.
Os anúncios se tornam mais relevantes, e as marcas conseguem criar um relacionamento mais próximo com seus clientes. Por outro lado, existe o risco de “fadiga publicitária”. Com tantos anúncios personalizados, tudo começa a parecer igual.
E se todas as marcas usarem AI para personalizar, será que não vamos acabar num mar de mesmice? Além disso, a linha entre personalização conveniente e intromissão invasiva pode ser tênue.
No final, a AI generativa está mudando a publicidade, as agências e anunciantes que souberem equilibrar essa tecnologia com a criatividade humana vão sair na frente.
As possibilidades são vastas, desde otimização de campanhas até personalização extrema, mas o cuidado com a originalidade e a ética no uso dos dados será o diferencial.
Afinal, a AI é como um tempero: pode fazer toda a diferença, mas em excesso, estraga o prato.
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Mauricio Mansur