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Mata Atlântica perde 200 mil campos de futebol de florestas em 10 anos

Novabrasil
11:15 14.02.2025
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Mata Atlântica perde 200 mil campos de futebol de florestas em 10 anos

Estudo revela que desmatamento avança sobre florestas ameaçando biodiversidade e agravando impactos climáticos causado pelo agro e turismo

Novabrasil - 14.02.2025 - 11:15
Mata Atlântica perde 200 mil campos de futebol de florestas em 10 anos
Mata Atlântica é o bioma mais explorado e destruído no Brasil desde a colonização. Foto de William Santos/ Pexels.

A Mata Atlântica perdeu 1,9 mil km² de florestas maduras entre 2010 e 2020, o equivalente a quase 200 mil campos de futebol. O dado alarmante faz parte de um estudo publicado na Nature Sustainability e foi debatido no Jornal NovaBrasil, com participação do diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

“O desmatamento persiste mesmo nas florestas mais protegidas, aquelas com maior biodiversidade e estocagem de carbono”, alertou Pinto durante a entrevista ao jornalista Herodoto Barbeiro. Segundo ele, os estados mais afetados foram Minas Gerais (34%) e Bahia (26%), onde o desmate tem avançado para criação de pastagens e silvicultura.

Ao mesmo tempo, o estudo aponta que 73% da destruição ocorreu em propriedades privadas e há fortes indícios de ilegalidade, já que a Lei da Mata Atlântica proíbe o corte dessas áreas. “Nosso estudo indica que todo o desmatamento registrado tem sinais de ilegalidade”, afirmou o diretor da SOS Mata Atlântica.

Além da agropecuária, o turismo também exerce pressão sobre o bioma, especialmente em regiões litorâneas. Já em 2022, por exemplo, o Ceará perdeu 350 hectares de Mata Atlântica, possivelmente para expansão turística. “Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras estão dentro da Mata Atlântica e sofrem essa pressão”, explicou Pinto.

Assim, a devastação da floresta agrava a crise climática e compromete a qualidade de vida das populações locais. “A melhor forma de adaptação às mudanças climáticas é preservar esse capital natural que temos”, destacou o pesquisador da USP Jean Paul Metzger, um dos autores do estudo.

Apesar dos desafios, especialistas acreditam que o Brasil pode liderar a preservação. “Podemos ser o primeiro país do mundo a alcançar o desmatamento zero numa floresta tropical. A ciência já indica os caminhos”, concluiu Pinto.

Confira a entrevista:

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