
Entenda o conclave, votação secreta que define o novo papa da Igreja Católica
Entenda o conclave, votação secreta que define o novo papa da Igreja Católica
Sete cardeais brasileiros têm direito a voto e podem influenciar na escolha do novo papa


O conclave é o processo secreto que define quem será o novo papa. A palavra vem do latim cum clave (“com chave”), remetendo à tradição de trancar os cardeais na Capela Sistina até a decisão final.
Na primeira fase, os cardeais participam de reuniões gerais para discutir os rumos da Igreja. Em seguida, os cardeais com menos de 80 anos seguem para a Capela Sistina, onde são realizadas até quatro votações diárias. O eleito precisa de ao menos dois terços dos votos. Quando isso acontece, a fumaça branca é liberada, anunciando ao mundo que há um novo papa.
Com a morte do papa, inicia-se uma série de rituais definidos por séculos de tradição. O anel do Pescador, símbolo da autoridade papal, foi destruído para impedir falsificações. O quarto onde o pontífice vivia foi lacrado até a eleição do novo papa. Após os funerais, o Vaticano entra em um período de luto de nove dias, antes da convocação do conclave.
O Vaticano informou que o papa Francisco morreu às 7h35 (horário de Roma) desta segunda-feira (21) após sofrer um AVC e um colapso cardíaco irreversível. O quadro foi agravado por pneumonia, hipertensão e diabetes tipo 2.
Cardeais brasileiros têm papel de destaque no conclave
O Brasil possui oito cardeais no Colégio Cardinalício, sendo sete com direito a voto. Entre eles estão nomes como Odilo Scherer (São Paulo), Leonardo Steiner (Manaus) e Paulo Cezar Costa (Brasília). O único não votante é dom Raymundo Damasceno Assis, de Aparecida, por ter mais de 80 anos.
Segundo dom Damasceno, o processo é conduzido com serenidade, oracão e consciência. Ele reforça que não há campanhas nem candidaturas. “É uma obra de Deus, é a ação do Espírito Santo”, afirmou.
Presença global, foco nas periferias
Dos 252 cardeais, 149 foram nomeados por Francisco. O colégio atual reflete o foco do pontífice nas periferias: 114 são europeus, 32 sul-americanos, 29 africanos, 28 norte-americanos, 37 asiáticos, 8 da América Central e 4 da Oceania.
Lula confirma presença no funeral de Francisco
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja confirmaram presença no funeral do papa Francisco, em Roma. A viagem depende do protocolo oficial do Vaticano e será definida nos próximos dias, segundo o Planalto.
O desejo de Francisco para seu sepultamento
Em testamento, Francisco pediu para ser enterrado de forma simples na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. A basílica era um dos locais que o papa mais frequentava para orações antes e depois de viagens e internações.
O legado de Francisco para a Igreja Católica
Primeiro papa vindo da América Latina, Francisco deixa um legado marcado pela simplicidade, pela defesa dos pobres e por uma atuação pastoral voltada às periferias do mundo. Foi um pontífice que buscou diálogo com outras religiões, enfrentou temas sensíveis como a crise dos abusos sexuais no clero e promoveu debates sobre inclusão e sustentabilidade. Sua liderança rompeu protocolos e aproximou o Vaticano dos fiéis comuns. Francisco será lembrado como um reformador em tempos de transição na Igreja.
Com informações da Agência Brasil