Diego Amorim: E o Lula? E o Bolsonaro?

Na coluna Conexão Brasília desta quinta-feira (11), comento reações do eleitorado que acabam confirmando o termo “polarização tóxica” e que até já virou meme: “E o Lula? E o Bolsonaro?”.

É um assunto arriscado e delicado, pois mexe com as paixões políticas de cada um, mas é preciso dizer: não existe “meia corrupção”, “corrupção menor”, “menos corrupção” ou “corrupçãozinha”.

Nesta semana, foi levantado o sigilo do inquérito que investiga a venda de joias recebidas por Jair Bolsonaro quando presidente da República.

E o Lula? A internet não perdoa e recuperou uma fala de anos atrás do hoje presidente falando que deixou o Palácio do Planalto, nos governos anteriores, com 11 containers cheios de presentes, incluindo um “trono da África”.

Um jurista que eu consultei me respondeu o seguinte, sobre investigar também esses presentes recebidos por Lula:

“A resposta depende de vontade política, eis que essa matéria está prescrita. Mas você pode alegar que esses fatos só se tornaram públicos agora, o que permitiria, com certo malabarismo jurídico, o início de uma investigação.”

Toda investigação pode ser válida. O que não pode é “minimizar” o eventual malfeito de um político, usando o que outro político fez ou deixou de fazer.