
7 músicas brasileiras que foram plagiadas e você nem sabia
7 músicas brasileiras que foram plagiadas e você nem sabia
Quando o som brasileiro vira “inspiração” lá fora; confira


Imagine descobrir que o refrão de um hit mundial nasceu de um samba carioca ou que um riff lendário do rock ecoou primeiro em terras brasileiras. Pois é: a música brasileira já foi muitas vezes “reutilizada” por artistas internacionais — nem sempre com o devido reconhecimento.
A recente vitória do compositor Toninho Geraes contra Adele reacendeu o debate sobre plágio musical além das fronteiras. Mas essa história está longe de ser a única. Ao longo das décadas, sambas, bossas, funks e até músicas sertanejas brasileiras fizeram eco em sucessos estrangeiros.
Confira agora 7 casos impressionantes em que o talento brasileiro cruzou o oceano — às vezes de forma justa, às vezes nem tanto.
1. “Mulheres” (1995, Toninho Geraes) x “Million Years Ago” (2015, Adele)
O clássico samba “Mulheres”, composto por Toninho Geraes e eternizado por Martinho da Vila, foi parar nas mãos de Adele em 2015, com sua balada “Million Years Ago”.
Peritos apontaram 88% de semelhança melódica entre as músicas. A Justiça do Rio de Janeiro deu ganho de causa a Toninho, que hoje tem o direito de decidir se a faixa pode ser executada comercialmente.
2. “Taj Mahal” (1976, Jorge Ben Jor) x “Da Ya Think I’m Sexy?” (1978, Rod Stewart)
Rod Stewart admitiu em sua autobiografia que ouviu “Taj Mahal” no carnaval do Rio e, inconscientemente, criou o refrão de seu maior hit pop. Jorge Ben Jor processou e venceu — e Stewart doou os lucros para a UNICEF.
3. “Duplo Sentido” (1974, Gilberto Gil) x “Season 2” (2023, Tyler, The Creator)
Em 2023, Tyler, The Creator usou sem permissão a melodia de “Duplo Sentido” em uma propaganda de moda. Gilberto Gil descobriu, cobrou, e recebeu uma indenização de US$ 50 mil. Tyler é fã de Gil e ligou para o cantor para pedir desculpas pelo uso da música sem autorização.
4. “Seville” (1967, Luiz Bonfá) x “Somebody That I Used to Know” (2011, Gotye)
O riff que emociona em “Somebody That I Used to Know” é diretamente inspirado na música instrumental “Seville”. Gotye reconheceu o erro e pagou cerca de US$ 1 milhão aos herdeiros de Luiz Bonfá.
Veja também:
5. “What to Do” (1973, Vanusa) x “Sabbath Bloody Sabbath” (1973, Black Sabbath)
O riff poderoso de “Sabbath Bloody Sabbath” é quase idêntico ao da música “What to Do” de Vanusa. Apesar da coincidência, nunca houve processo — e Vanusa tratava a semelhança como uma curiosidade.
6. “Maria Moita” (1964, Vinicius de Moraes & Carlos Lyra) x “Smoke on the Water” (1972, Deep Purple)
O famoso riff de “Smoke on the Water” lembra muito a introdução de “Maria Moita”, clássico da bossa nova. Deep Purple negou ter conhecido a música, e não houve ação judicial, mas a comparação permanece intrigante.
7. “Tu Tu Tu” (2020, Ruan Prado, Luana Matos, P. Graue, C. Afiune) x “Bzrp Music Sessions #53” (2023, Shakira)
O refrão de “Tu Tu Tu” — sucesso sertanejo — parece ter inspirado o hit global de Shakira com Bizarrap. Autores brasileiros entraram com uma denúncia criminal, e o processo corre na Justiça.
Inspiração ou apropriação?
Esses casos revelam o quanto a música brasileira é universal — e vulnerável.
Se por um lado é fascinante ver como nossos ritmos e melodias atravessam o mundo, por outro, é fundamental garantir que autores brasileiros sejam reconhecidos e respeitados.
Algumas dessas histórias terminaram em acordos amigáveis; outras seguem em disputa judicial. Todas elas mostram que, mesmo sem perceber, o mundo dança, canta e sente a força da música feita no Brasil.