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20 grandes frases de Paulo Freire no dia do seu aniversário

Lívia Nolla
13:07 19.09.2024
Autor

Lívia Nolla

Cantora e Pesquisadora Musical
Arte e cultura

20 grandes frases de Paulo Freire no dia do seu aniversário

Educador e filósofo brasileiro nasceu em 19 de setembro de 1921 e deixou um legado imensurável para a nosso país

Lívia Nolla - 19.09.2024 - 13:07
20 grandes frases de Paulo Freire no dia do seu aniversário
O educador e filósofo Paulo Freire | Imagem: Reprodução

Sempre importante relembrar frases de Paulo Freire.

Hoje – dia 19 de setembro – seria aniversário de Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira, considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial.

Para homenagear o educador e filósofo pernambucano, nós trouxemos um panorama da sua história e também 20 grandes frases eternizadas por Paulo Freire ao longo de sua jornada.

O educador e filósofo Paulo Freire | Imagem: Reprodução

Quem foi Paulo Freire?

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, em Recife, Pernambuco, na época, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares.

Foi professor de Língua Portuguesa do Colégio Oswaldo Cruz e diretor do setor de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria), de 1947 a 1954, além de superintendente do mesmo, de 1954 a 1957. 

Ao lado de outros educadores e pessoas interessadas na educação escolarizada, fundou o Instituto Capibaribe. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de ideias e “métodos”. 

Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958, na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963. 

A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação, fez de Paulo Freire um dos primeiros brasileiros a serem exilados durante a ditadura militar. 

A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. 

Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses. Desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do Oprimido.

Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira | Imagem: Reprodução

Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. 

Durante os dez anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, na Suíça. Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. 

Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para “reaprender” seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores. 

Em Paulo Freire, conviveram sempre presente senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. É autor de muitas obras. Entre elas: Educação como Prática da Liberdade (1967), Pedagogia do Oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra Desta Mangueira (1995). 

O educador foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior. 

A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980); Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Belloda Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continentes (1992). 

No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio, mas seu legado para a educação mundial é eterno e imensurável.

20 grandes frases de Paulo Freire

1 – Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.

Citação atribuída a Paulo Freire no livro Começando bem, frases e pensamentos, de Carlos H. Biagolini (2009). A frase não está presente na obra “Pedagogia do Oprimido”, trata-se de um resumo das ideias do autor.

2 – A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

3 – Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.

Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

4 – Minha esperança é necessária mas não é suficiente. Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia.

Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

5 – É preciso que a leitura seja um ato de amor.

FREIRE, Paulo; HORTON, Myles. O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. Petrópolis: Vozes, 2003.

6 – Lavar as mãos do conflito entre os poderosos e os impotentes significa ficar do lado dos poderosos, não ser neutro. O educador tem o dever de não ser neutro.

Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

7 – A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996

8 – Amar é um ato de coragem.

Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

9 – Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

10 – Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.

Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

11 – Me movo como educador, porque, primeiro, me movo como gente.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

12 – Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

13 – Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

14 – O professor é, naturalmente, um artista, mas ser um artista não significa que ele ou ela consiga formar o perfil, possa moldar os alunos. O que um educador faz no ensino é tornar possível que os estudantes se tornem eles mesmos.

FREIRE, Paulo; HORTON, Myles. O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. Petrópolis: Vozes, 2003.

15 – Nenhuma pedagogia que seja verdadeiramente libertadora pode permanecer distante do oprimido, tratando-os como infelizes e apresentando-os aos seus modelos de emulação entre os opressores. Os oprimidos devem ser o seu próprio exemplo na luta pela sua redenção.

Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

16 – Longe das massas populares, em interação apenas com seus livros, o intelectual corre o risco de ganhar uma racionalidade desencarnada, uma compreensão do mundo sem carne.

FAGUNDEZ, Antonio; FREIRE, Paulo. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

17 – É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.

Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

18 – Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.

Política e educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

19 – A leitura do mundo precede a leitura da palavra.

A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1989.

20 – Não basta saber ler que “Eva viu a uva”. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.

A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 2001.

por Lívia Nolla

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Lívia Nolla

Lívia Nolla é cantora, apresentadora e pesquisadora musical

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