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Aniversário de Margareth Menezes: vida, obra e maiores sucessos da atual Ministra da Cultura

Novabrasil
09:30 13.10.2023
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Aniversário de Margareth Menezes: vida, obra e maiores sucessos da atual Ministra da Cultura

A cantora, compositora, instrumentista – e agora Ministra da Cultura –  Margareth Menezes é uma das grandes vozes da Música Popular Brasileira e figura de extrema importância para a cultura afro-brasileira. E, para celebrar seus 61 anos, nós preparamos uma matéria especial sobre a vida e a obra gigante da artista e … Continued

Novabrasil - 13.10.2023 - 09:30
Aniversário de Margareth Menezes: vida, obra e maiores sucessos da atual Ministra da Cultura
Foto: José de Holanda/Divulgação
por Lívia Nolla

A cantora, compositora, instrumentista – e agora Ministra da Cultura –  Margareth Menezes é uma das grandes vozes da Música Popular Brasileira e figura de extrema importância para a cultura afro-brasileira.

E, para celebrar seus 61 anos, nós preparamos uma matéria especial sobre a vida e a obra gigante da artista e política baiana. Aproveite!

Foto: José de Holanda/Divulgação

Margareth Menezes

Nascida Margareth Menezes da Purificação, em 1962, em Boa Viagem – região da Península de Itapagipe, Salvador, Bahia – a artista teve contato muito intenso com a música durante a infância, interessando-se naturalmente pela cultura que exalava das ruas onde nasceu e cresceu.

Seu avô tocava violão e seus pais adoravam música e tinham o costume de reunir a família em volta do aparelho de som para ouvir:

  • Clara Nunes;
  • Noite Ilustrada;
  • Martinho da Vila;
  • Luiz Gonzaga;
  • Marinês;
  • Jackson do Pandeiro;
  • Orlando Silva;
  • Nelson Gonçalves;
  • Ângela Maria;
  • entre outros.

Já na adolescência, as serenatas e festas de largo da cidade eram programas imperdíveis. Foi nesta época, depois de muita insistência, que Margareth Menezes ganhou o seu primeiro violão e também começou a cantar no coro da igreja.

O início como atriz

Antes de despontar na música, Margareth descobriu os palcos por meio do teatro: foi no grupo teatral do Centro Integrado de Educação Luiz Tarquínio, sua escola, que a artista começou a descobrir a própria expressividade.

Dos 15 aos 18 anos, teve aulas com Reinaldo Nunes, ator e diretor teatral que fundou a Companhia Baiana de Comédias, pioneira no estado.

Nesta época, Margareth Menezes conheceu o músico e compositor Silas Henrique, que tornou-se seu parceiro, participando – como atriz – das montagens Ser ou Não Ser Gente (de 1980), no Teatro Vila Velha, em Salvador; e Máscaras (1981), de Menotti Del Picchia, ambas dirigidas por Reinaldo.

Em 1982, a artista fundou – junto com Paulo Conde e João Elias, ambos vindos do grupo carioca Asdrúbal Trouxe o Trombone – o grupo teatral Troca de Segredos em Geral, que dedicava-se – inicialmente – à montagem da peça do teatrólogo russo Nikolai Gogol, O Inspetor Geral, na qual Margareth atuou no papel do carteiro Osípe e com a qual ficou dois anos em cartaz.

Em 1983, Margareth participou da criação de um espaço que revolucionou a cena cultural de Salvador: o Gran Circo Troca de Segredos, local pelo qual passavam diversas linguagens artísticas nacionais e internacionais.

Esse espaço cultural,  montado em uma lona de circo na Praia de Ondina (uma derivação do Circo Voador, tradicional espaço cultural do Rio de Janeiro, fundado um ano antes) abrigou apresentações musicais, peças teatrais adultas e também infantis, como a montagem de Ou Isto Ou Aquilo, de Cecília Meireles. 

Margareth também participou da idealização e ficou responsável pela trilha sonora, operação de som e gerenciamento da técnica vocal da montagem da peça O Menino Maluquinho, de Ziraldo.

Depois de permanecer por três anos no Troca de Segredos, Margareth Menezes recebeu um convite para participar do grupo teatral Amoras Lá Em Casa, com o qual foi pela primeira vez para São Paulo, para se apresentar com a ópera-rock Colagens e Bobagens, em 1985. Depois, com o mesmo grupo, participou da montagem da peça Um Tiro no Coração, de Berthold Brecht.

A carreira musical

Por volta de 1986, Margareth Menezes deu início a sua carreira musical, dividindo-se entre a música e o teatro. Passou a se apresentar, ao lado de Silas Henrique, nos Centros Sociais Urbanos, espaços onde as comunidades participam de ações socioeducativas e projetos de fortalecimento da cidadania e desenvolvimento social.

Depois de uma pequena turnê cantando pelo interior da Bahia, a artista passou a apresentar-se no Teatro Castro Alves, no Projeto Pixinguinha.

Nesta mesma época, participou como vocalista do bloco 20 Vê, que se apresentou no Projeto Astral, em Salvador, para cerca de cinco mil pessoas, ao lado de nomes como Geraldo Azevedo e Gerônimo.

A partir daí, Margareth Menezes recebeu o convite para se apresentar no VIII Festival de Música do Caribe, realizado em Cartagena, na Colômbia, ao lado de Pepeu Gomes. Os dois foram eleitos os melhores do festival.

Banho de Luz foi o primeiro espetáculo solo de Margareth Menezes, que também participou da produção e direção, ao lado de Silas Henrique. O show rendeu a ela um Troféu Caymmi de Melhor Intérprete. Em 1987, seu outro espetáculo solo, Beijo de Flor, recebe um Troféu Caymmi de Melhor Show do Ano.

Eu Falei Faraó!

É em 1987 que Margareth Menezes conheceu o produtor, empresário e cantor baiano Djalma de Oliveira, que a convidou para gravar com ele o seu primeiro single, lançado como LP: o grande clássico Faraó (Divindade do Egito), composição de Luciano Oliveira e primeiro samba-reggae gravado no Brasil, que vendeu mais de 100 mil cópias. 

A canção tornou-se um grande marco para o Axé Music (gênero fundado por Luiz Caldas no início dos anos 80) e também para o Carnaval de Salvador, quase que um hino da festa soteropolitana.

Após o lançamento de seu primeiro single, Margareth Menezes assinou um contrato com a gravadora PolyGram do Brasil e lançou seu primeiro álbum, auto-intitulado, em novembro de 1988. 

O álbum rendeu à artista dois Troféu Imprensa de Melhor Disco e Melhor Cantora, e – com o disco – a artista fez turnê no Brasil e na Argentina. A canção Elegibô – Uma História de Ifá (de Rey Zulu e Ytthamar Tropicália) tornou-se uma das principais canções do álbum e da carreira da cantora. Outras músicas de destaque desse primeiro álbum são:

  • Tenda do Amor (Magia) (de Carlos Pitta);
  • Alegria da Cidade (de Luiz Caldas);
  • e Planeta África-Brasil (de Geraldo Azevedo e Capinan).

Em 1990, Margareth apresentou-se, ao lado de Gilberto Gil e Dominguinhos, em uma série de espetáculos do projeto Bast Chrome Music, dirigido por Milton Nascimento e por Gil

Carreira internacional

Nesta mesma época, assinou um contrato com a gravadora estadunidense Mango/Island Records, com o objetivo de lançar o seu próximo álbum também nos Estados Unidos, Canadá e México.

Também foi convidada por David Byrne, líder do grupo Talking Heads, para fazer o espetáculo de abertura de sua turnê mundial Rei Momo. A turnê passou pela América do Sul, América do Norte, Finlândia e Rússia (na época União Soviética), num total de 42 países. 

No Brasil, a cantora lançou o seu segundo disco, Um Canto Pra Subir, que conta com o grande sucesso Ifá – Um Canto Pra Subir (Walter Queiroz e Vevé Calasans); além das canções de destaque:

  • Marmelada (Bas Moin Laia) (de G. Decimmus);
  • Negra Melodia (Soul Train Domingueira) (de Jards Macalé e Waly Salomão);
  • e Co-Brador (de Carlinhos Brown).

Neste mesmo ano, a convite do diretor cinematográfico estadunidense Zalman King, a cantora fez parte da trilha sonora do filme Orquídea Selvagem, estrelado por Mickey Rourke e Jacqueline Bisset, interpretando a canção Elegibô.

Em 1991, devido a sua bem-sucedida carreira na América do Norte, a gravadora inglesa Polydor Records contratou Margareth Menezes, visando o lançamento de um álbum em toda a Europa.

A coletânea Ellegibô, produzida por David Byrne, reúne as principais canções do primeiro e segundo álbum da cantora, e também foi lançada pela Mango, nos Estados Unidos e no Japão, recebendo destaque da imprensa mundial. O álbum ainda gerou um videoclipe da canção Tenda de Amor, lançada exclusivamente na Inglaterra.

O disco chegou ao topo da Billboard World Albums, nos Estados Unidos, ficando por lá durante onze semanas. Além disso, a revista Rolling Stone, elegeu o álbum como um dos cinco melhores da world music, em todo o mundo.

Ele foi base para Margareth Menezes iniciar sua primeira turnê internacional apresentando-se, inicialmente, em Nova York, onde foi ovacionada pelo público e crítica, e também na França, Itália, Canadá e Bélgica. O álbum vendeu mais de 10 mil cópias, apenas nos Estados Unidos.

Mais sucessos

Em 1993, Margareth lançou o seu terceiro álbum no Brasil: Kindala, que em Yorubá quer dizer “lábios grandes”. Entre as canções de destaque do disco estão as regravações de:

  • Fé Cega, Faca Amolada (de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos;
  •  e Mosca na Sopa (de Raul Seixas);
  • Me Abraça e Me Beija (versão de Lazzo Matumbi e Gileno Félix para a canção Kiss Me, de Jimmy Cliff e Dominic Smith);
  • Vendaval Temporal (de Gerônimo);
  • e Jet Ski, composição da própria Margareth Menezes.

O álbum também foi lançado pela Island Records, nos Estados Unidos e permaneceu por 10 semanas na Billboard World Albums, ocupando a 2° posição.

Neste mesmo ano, a cantora se apresentou na Suíça e iniciou um processo de divulgação do álbum nas rádios, revistas e programas televisivos de Lisboa, em Portugal. 

Depois de ser capa da revista The Beat, ao lado de Milton Nascimento e Gilberto Gil, Margareth Menezes retornou ao Brasil e iniciou a turnê de Kindala, em São Paulo, com um grande espetáculo dirigido pela própria cantora e por Elba Ramalho. A turnê passou pelos Estados Unidos, Europa e Japão, retornando ao Brasil no mesmo ano. 

O álbum ainda rende à Margareth Menezes, uma indicação ao Grammy Awards de Melhor Álbum de World Music.

Em 1994, a artista lançou o disco Luz Dourada, fazendo turnê pela Inglaterra, Itália e Argentina, em um formato diferente dos shows anteriores: agora, Menezes apresentava um espetáculo mais acústico, contando apenas com um violão e uma percussão. O álbum vendeu mais de duas mil cópias em apenas dois meses de lançamento na Suíça. 

Entre os destaques do disco estão as canções:

  • Vou Mandar (composição de Fôca);
  • Raça Negra (de Dito e Jorge Zarath);
  • Olha o Farol (de Lenine);
  • Chegar à Bahia (de Caetano Veloso);
  • Club do Brown Benjor (de Carlinhos Brown);
  • além de três composições solo de Margareth: Vai Mexer, Mar de Amor e Até Rir o Mar.

Devido ao imenso sucesso do disco anterior, no ano seguinte, Margareth Menezes lançou o álbum Gente de Festa, que conta com a participação de Maria Bethânia, na faixa Libertar (de Roberto Mendes e J. Velloso) e de Caetano Veloso, na faixa Vestido de Prata (de Jorge Alfredo). O disco também conta com três composições solo de Margareth:

  • Reggae a Vida;
  • Cavalo Alado;
  • e Altiplano.

Em 1996, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa, Daniela Mercury, AraKetu, entre outros intérpretes e bandas, Menezes participou da coletânea Tropicália: 30 anos, gravando a canção Domingo no Parque, de Gil.

Carnaval baiano e selo próprio

Em 1999, Margareth funda o bloco Os Mascarados, no Carnaval baiano, como uma homenagem ao aniversário de 450 anos da cidade de Salvador, resgatando o uso das fantasias e a alegoria dos antigos festejos da folia para as quintas-feiras do circuito Dodô.

Em 2001, depois de cinco anos sem gravadora, a artista resolveu criar seu próprio selo, o Estrela do Mar, que – a partir de 2011 – passa a atuar também como produtora artística. 

Dandalunda

Neste mesmo ano, sob a produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira, a cantora lançou o álbum Afropopbrasileiro, que conta com onze faixas, entre elas uma das principais canções da carreira de Margareth Menezes, o grande hit Dandalunda, composição de Carlinhos Brown, considerada a melhor música do carnaval de 2002, rendendo à cantora um Troféu Dodô e Osmar de Melhor Música e de Melhor Cantora do Carnaval Baiano.

Outras canções de destaque do disco são:

  • Cai Dentro (de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, com a participação de Ivete Sangalo e Daniela Mercury);
  • e Lua Candeia (de Lenine e Paulo César Pinheiro, com a participação do pernambucano);
  • além de cinco composições de Margareth:
    • Pelo Mar Lhe Mando Flor;
    • Preciso;
    • Moderninha;
    • Despertar (Preconceito de Cor);
    • e Nego Doce, essa última em parceria com Carlinhos Brown.

Ainda em 2001, Margareth Menezes participou do álbum dos Tribalistas, interpretando a canção Passe em Casa, de sua autoria em parceria com Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes. 

Também neste ano, ao lado do bloco-afro Ilê Aiyê, a artista participou do encerramento do VI Festival do Mercado Cultural da Bahia, apresentando a Missa do Rosário dos Pretos. e também do documentário sobre o samba, Moro no Brasil, dirigido pelo cineasta finlandês Mika Kaurismaki. 

A importância para a cultura afro-brasileira

Ainda em 2001, foi publicado o livro Brazilian Popular Music & Globalization. Nele, os autores Charles Perrone e Christopher Dunn indicam que Margareth Menezes foi responsável pelo marketing internacional do estilo afro-baiano que, segundo outros autores, foi inovado pela cantora por meio da introdução de instrumentos africanos antes não utilizados.

Em 2002, a cantora representou o Brasil na festa de comemoração da independência do Timor-Leste, que reuniu cantores de Língua Lusófona. Cantando para cerca de 250 mil pessoas, Margareth interpretou suas canções, ao lado de artistas como Anito Matos, do Timor-Leste, e Luís Represas, de Portugal. 

No ano seguinte, a baiana lançou o seu primeiro álbum ao vivo, Tete a Tete, pelo seu selo Estrela do Mar, gravado na Concha Acústica do Teatro Castro Alves e que conta com os principais sucessos de sua carreira, além de canções clássicas da MPB, e também com a participação de Carlinhos Brown e da banda Cidade Negra. Do disco, destaque para o sucesso Toté de Maianga, de Saul Barbosa e Gerônimo.

Também em 2003, a artista organizou o espetáculo Margareth Menezes Convida, no Canecão, Rio de Janeiro, onde recebeu as cantoras Alcione, Elba Ramalho, Ivete Sangalo e Sandra de Sá.

Além disso, foi convidada para cantar ao lado de Gilberto Gil, Alcione e Toni Garrido, no Centro Cultural da Rocinha, para o lançamento do espaço.

Ao vivo no Festival de Verão Salvador

Em 2004, com as participações de Alcione e da bateria da Mangueira, Margareth gravou o seu primeiro DVD – Ao vivo no Festival de Verão Salvador, que também traz sucessos consagrados de sua carreira, além de canções clássicas da MPB e vendeu 50 mil cópias. Na época, depois de matérias nos jornais The New York Times, Le Monde e Washington  Post, Margareth foi apelidada pelo Los Angeles Times de “Aretha Franklin Brasileira”.

Em 2005, Margareth Menezes liderou o lançamento do Movimento Afropop Brasileiro, bloco sem cordas que festeja a cultura negra no Brasil e que recebe apoio de grandes blocos afro (Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Filhos de Gandhy e MalêdeBalê), além de reunir nomes como:

  • Gilberto Gil;
  • Daniela Mercury;
  • Virgínia Rodrigues;
  • Mariene de Castro;
  • entre outros.

Segundo Margareth, o Afropop:

“é um movimento que promove a beleza e a riqueza ancestral junto à contemporaneidade e que acolhe todos que acreditam na igualdade de direitos. É o abraço entre o tambor e o computador”.

O projeto reúne artes visuais, música e o Giro Cultural – ação com jovens de projetos sociais.

No mesmo ano, a artista se apresentou no Montreux Jazz Festival, na Suíça.

Premiações importantes e 20 anos de carreira

Em 2006, foi a vez do disco Margareth Menezes Pra Você, com participações de Ivete Sangalo e Cláudio Zoli, que traz um lado mais pop e MPB da artista. Entre as canções:

  • Contra o Tempo (de Vander Lee);
  • Boléia Brasil e Só Eu e Mais Ninguém, ambas de Margareth.

O álbum foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Brasileiro.

Neste mesmo ano, a cantora participa do Ano do Brasil na França e se apresenta na Copa da Cultura, em Berlim. 

Ainda em 2006, lança o CD e DVD Brasileira Ao Vivo: Uma Homenagem ao Samba-Reggae, em que faz releituras de grandes sucessos de sua carreira,que conta com a participação de Mateus Aleluia, Saul Barbosa e Carlinhos Brown. Com o disco, é indicada ao Grammy Award nas categorias Melhor Álbum de World Music e Melhor Álbum de Música Regional Brasileira.

Em 2007, Margareth comemorou 20 anos de carreira, sendo homenageada pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil, no trio Expresso 2222.

Em 2008, a artista deu início às atividades do seu projeto social Fábrica Cultural, ONG que atua na Ribeira (bairro onde Margareth morou na infância, em Salvador) e oferece cursos profissionalizantes para jovens e oficinas de arte e educação para crianças. 

No mesmo ano, a cantora lançou o seu 12º álbum, Naturalmente, que mostra um lado mais intimista de Margareth, com canções de:

  • Nando Reis (Os Cegos do Castelo);
  • Zeca Baleiro (Febre, parceria com Lúcia Santos);
  • Gilberto Gil (na canção Mulher do Coronel, de Gil e com a participação do artista);
  • Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes (a canção Gente é uma parceria dos três);
  • Chico César (Por Que Você Não Vem Morar Comigo?);
  • e Luis Represas (que participa da faixa Um Caso a Mais).

Neste ano e no seguinte, Margareth divulgou o trabalho por todo o país e viajou em turnês pela Alemanha, França, Espanha, Canadá e Venezuela. O álbum também foi lançado nos Estados Unidos e na Europa.

Ainda em 2008, o bloco Os Mascarados sofreu sua primeira grande mudança: a partir deste ano o desfile deixou de ser comercializado e, para participar, basta estar fantasiado. Depois do desfile de 2009, Margareth deixou o bloco – após 10 anos como madrinha – para se dedicar a outros projetos.

Em 2010, a cantora lançou o CD e DVD Naturalmente Acústico. O álbum é inspirado e baseado no último trabalho de Margareth, Naturalmente, mas com uma nova “roupagem”, trazendo também interpretações de outras canções como:

  •  Amor Ainda (de Margareth e Brown);
  • O Quereres (de Caetano Veloso);
  • FM Rebeldia (de Alceu Valença);
  • e Qual É? (de Marcelo D2).

O DVD prioriza a apresentação vocal de Menezes, mostrando lugares importantes de Salvador para a cantora, como a Praia da Ribeira, onde nasceu, e a Feira de São Joaquim. Além disso, foram coletados depoimentos de familiares e amigos de trabalho que compuseram o perfil de Margareth, desde a sua infância até o sucesso musical.

Movimento AfroPop Brasileiro

Neste mesmo ano, a cantora idealizou uma temporada de verão do Movimento AfroPop Brasileiro, que estreou reunindo mais de oito mil pessoas, em quatro shows lotados no Cais Dourado, em Salvador. Entre os convidados: Elba Ramalho, Gilberto Gil, Moraes Moreira e Martnália. 

No mesmo ano, Margareth fez shows na Copa do Mundo de Futebol, na África do Sul, e participa do Brazilian Day, em Nova York, faz shows na França (Festival Mundial de Artes Negras), Joanesburgo e Durban (Brazilian Express of Art) e Senegal (Festival Mundial de Artes Negras).

Em 2011, Margareth se apresentou, ao lado de Elba Ramalho, Daniela Mercury, Paula Lima e Roberta Sá, no projeto Mulheres do Brasil – Elas Cantam Chico,  uma homenagem à obra de Chico Buarque.

Margareth Menezes: de “The Bahian Powerhouse” à Ministra da Cultura

Neste mesmo ano, a cantora foi chamada de “The Bahian powerhouse” (A fonte de energia baiana) pela crítica do The New York Times

Em 2012, Margareth Menezes celebrou os seus 25 anos de carreira com a temporada de verão do AfroPop, com as participações de nomes como Luiz Melodia, Dudu Nobre, Toni Garrido, Fernanda Abreu e Zélia Duncan.

Um show na Concha Acústica do Teatro Castro Alves inicia os festejos pelas bodas de prata da carreira profissional, que ainda se estendeu pelo Carnaval, quando saiu com o seu Cordão Cultural AfroPop Brasileiro, e pelos meses seguintes, com projetos especialmente planejados para o ano festivo. 

Entre esses projetos:

  • em 2013 integrou o elenco da minissérie O Canto da Sereia, onde dá vida à personagem Marta Pimenta;
  • em 2014 gravou o CD e DVD que marcou seu jubileu de prata, no Teatro Castro Alves, Voz Talismã, apresentando canções consagradas de sua carreira;
  • em 2015 idealizou o show-homenagem Para Gil e Caetano, em comemoração aos 70 anos dos dois cantores e compositores baiano, e também o projeto Trilhas do Amado, com repertório formado por músicas de novelas, minisséries e filmes inspirados na obra de Jorge Amado.

Em 2015 foi lançado o CD e DVD Margareth Menezes Para Gil & Caetano, em homenagem aos 50 anos de carreira de Gilberto Gil e Caetano Veloso.

No show, a cantora dividiu o palco com o próprio Gil e seus filhos Preta e Bem Gil, assim como Moreno Veloso, filho de Caetano, Rosa Passos e Saulo. Entre as canções, os clássicos:

  • Como Dois e Dois;
  • Luz do Sol;
  • Um Índio;
  • e O Quereres:
  • e Refazenda;
  • Andar Com Fé;
  • Expresso 2222;
  • e Se Eu Quiser Falar com Deus.

Em 2016, Margareth recebeu a Comenda 2 de Julho, honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, sendo um reconhecimento a pessoas que contribuem para o desenvolvimento político e administrativo do Estado e do país.

No mesmo ano, subiu ao palco, com a cantora Maria Bethânia, na abertura do Festival Eu sou a Concha, que marcou a inauguração da nova Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. 

No carnaval de 2017, a cantora comemorou os 30 anos de carreira e da música Faraó, em cima do trio AfroPop, junto aos músicos do grupo Olodum. O aniversário de carreira ainda traz o single Coisa Milenar e o novo show, Rebeldia Nordestina, centrado nos cancioneiros de compositores nascidos no Nordeste, como:

  • Alceu Valença;
  • Belchior;
  • Geraldo Azevedo;
  • Raimundo Fagner;
  • Raul Seixas;
  • e Zé Ramalho. 

No mesmo ano, Margareth subiu ao Palco Sunset, do festival Rock in Rio, com o grupo Quabale.

Em 2018, a cantora seguiu comemorando seus 30 anos de carreira, em um show especial, contando com participações de Daniela Mercury, Marcelo Jeneci, Jau e do grupo Quabales.

Em 2019, a artista lançou o álbum Autêntica, com 13 canções – entre autorais e de compositores parceiros. O disco foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa. 

Entre as canções, destaque para:

  • Por Nós (de Jorge Vercillo);
  • Minha Diva, Minha Mãe e Querera (de Margareth Menezes e Nabiyah Be, com participação da artista);
  • Mãe Preta (de Luedji Luna e Ravi Landim);
  • Paraguassu (de Gilberto Gil);
  • e Capoeira Mundial (de Margareth Menezes, Alfredo Moura e Mokhtar, com a participação de Larissa Luz).

Em 2020, depois de abrir o ano com o evento Concha Negra e comandar os Blocos AfroPop Brasileiro e Mascarados no Carnaval de Salvador, Margareth sairia em turnê nacional e internacional com o recém-lançado álbum Autêntica, porém tudo parou com a Pandemia de Covid-19. 

Então, a cantora realizou lives especiais ao longo do ano e vivenciou uma nova experiência ao ser convidada para protagonizar um seriado de streaming. A convite da plataforma Wolo TV, primeira plataforma no Brasil com conteúdo focado na população negra, Margareth Menezes foi protagonista da série Casa da Vó.

Ministra da Cultura Margareth Menezes

Em novembro de 2022, Margareth Menezes integrou o Grupo Técnico de Cultura do Gabinete de Transição Governamental, relativo ao período de 2022 a 2023, com a finalidade de avaliação das políticas públicas culturais do Governo Bolsonaro e apresentação de dados e sugestões para orientar as ações do eleito governo Lula no âmbito da cultura.

Em 13 de dezembro do mesmo ano, após reunião com o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, Margareth aceitou o convite para compor a equipe ministerial do novo governo, assumindo a partir de 1° de janeiro de 2023 a pasta do recriado Ministério da Cultura. Como Ministra da Cultura, a artista reforçou o papel de impacto social da cultura e defendeu bandeiras como a cota de tela de filmes nacionais. 

Quer saber mais sobre a vida e a obra dessa artista gigante? Acesse o nosso podcast exclusivo Novabrasil – Acervo MPB Margareth Menezes, que traz a audiobiografia dela e de vários outros grandes nomes da nossa música, uma verdadeira enciclopédia da MPB! 

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