
Vozes indígenas para acompanhar na música brasileira: confira 10 músicas
Vozes indígenas para acompanhar na música brasileira: confira 10 músicas
A cultura indígena é, e sempre foi, muito rica. Infelizmente, a grande maioria dos brasileiros não conhecem e nem valorizam suas raízes e ancestralidades. Por isso, a popularização indígena dentro do Brasil é submetida a uma série de desserviços governamentais que fazem com que sua terra e sua história se percam. Ouvir os artistas indígenas … Continued


A cultura indígena é, e sempre foi, muito rica. Infelizmente, a grande maioria dos brasileiros não conhecem e nem valorizam suas raízes e ancestralidades. Por isso, a popularização indígena dentro do Brasil é submetida a uma série de desserviços governamentais que fazem com que sua terra e sua história se percam. Ouvir os artistas indígenas não é só valorizar a cultura, mas conhecer alternativas diferentes da imposição.
Esses artistas indígenas brasileiros, diferente do que muita gente acha, não estão fazendo suas canções baseadas nas tradicionais culturas, mas sim músicas que refletem suas vivências dentro das aldeias ou no contato com seus ancestrais indígenas, cheios de ritmo e composições ricas em gêneros bem conhecidos e populares.
Infelizmente, a maioria do raciocínio midiático não estabelece com seus cantores indígenas um diálogo que reconheça suas causas e faça com que suas falas reverberam, não só para o Brasil, mas também para o mundo. Pensando nessa necessidade, a Novabrasil separou para você 10 vozes indígenas para conhecer e acompanhar suas canções.

Juyé
Juyé uma cantora de 26 anos que atua no Pará. No início da carreira, ela se aventurou pelas ruas do Rio de Janeiro e desenvolveu suas primeiras canções em cima do samba. Entretanto, ela percebeu posteriormente que gostava mesmo era de rap, tendo participado de uma música com o grupo 1Kilo.
Arandu Arakuaa
O Arandu Arakuaa é uma banda formada por indígenas localizados nos entornos de Brasília, capital brasileira. Eles são muito conhecidos pela mistura de um rock heavy metal, realmente pesado, com instrumentais que se assemelham com as canções folclóricas e clássicas brasileiras, saindo dessa mistura um som bem interessante.
Um dos pontos positivos dessa banda é indiscutivelmente as suas composições, que são feitas em tupi-guarani. Além das lutas políticas, o Arandu Arakuaa tem canções que contam histórias populares e lendas da comunidade indígena que eles vieram. Hêwaka Waktû é uma boa porta de entrada para conhecer a banda.
Kaê Guajajara
Kaê Guajajara é uma cantora e ativista indígena que nasceu no Maranhão, mas mora no Rio de Janeiro. O seu principal foco no ramo musical é engajar a música popular originária da comunidade indígena onde nasceu.
Djuena Tikuna
Djuena Tikuna é uma cantora indígena que nasceu em uma aldeia chamada Umariaçu II, que fica no interior do Amazonas, bem na divisa entre o Brasil, a Colômbia e o Peru. Suas canções misturam o MPB com ritmos característicos da tradição indígena, com o uso constante de uma flauta extremamente relaxante, principalmente na música Saudade da Aldeia.
Um ano antes de lançar seu primeiro álbum (Tchautchiane, 2017), a cantora ganhou visibilidade ao cantar o hino nacional brasileiro em sua língua natal, Tikuna, na aberta das Olímpiadas de 2016, que aconteceram no Rio de Janeiro.
OWERÁ
OWERÁ com apenas 19 anos já é considerado um dos maiores rappers indígenas de todo o Brasil, além de ser o primeiro a se aventurar nesse ramo. Seu primeiro álbum, My Blood Is Red (Meu Sangue É Vermelho, em português), foi lançado em 2017 com composições que intercalam o português com o guarani.
Depois de seu primeiro trabalho, OWERÁ, que veio de Krukutu, que fica na Zona Sul de São Paulo, ganhou visibilidade fazendo parcerias com grandes artistas, como o Criolo.
Veja também:
Nory Kaiapo
Nory Kaiapo, o cantor indígena pioneiro no funk (todos compostos em sua língua nativa), ficou conhecido após a sua música de maior sucesso, Hina Hina. O cantor é da etnia Kayapó e vive com sua tribo em uma comunidade localizada no interior do Pará.
Brô MCs
Os indígenas Bruno Veron, Clemersom Batista, Kelvin Peixoto e Charlie Peixoto, que viviam nas aldeias chamadas de Jaguapirú e Bororó (localizadas perto de Dourados, cidade no interior do Mato Grosso do Sul), resolveram se juntar e formar o primeiro grupo de rap indígena da história do Brasil, o Brô MCs.
Uma boa canção que sintetiza bem o que é esse grupo é Eju Orendive, que foi escrita pelos integrantes do grupo em uma mistura de português com guarani, língua originária do grupo. Além dos temas sociais, o grupo fala muito sobre uso de droga e suicídio nas aldeias.
Katú
A história de Katú se diverge um pouco dos outros cantores indígenas que já foram apresentados, o que reflete bastante nas canções produzidas por ela. O principal ponto de diferença é que Katú foi adotada por pais não indígenas ainda bebê, o que fez com que ela crescesse longe de sua comunidade.
Entretanto, a partir da necessidade da jovem atriz e cantora, Katú decidiu se restabelecer com suas origens e em 2017 ela foi batizada pela comunidade Guarani M’Bya. Suas canções, como a Aguyjevete, misturam elementos de rap com sons tradicionais indígenas.
Souto MC
Souto MC é uma rapper com ancestralidades indígenas que coloca em suas canções críticas sociais, reflexões de cunho político e constrói uma história por meio de suas composições que remetem e refletem sobre a trajetória do povo indígena no Brasil. Ela veio de Itaquaquecetuba, interior de São Paulo.
Edivan Fulni-ô
Edivan Fulni-ô é um cantor e compositor vindo da comunidade Fulni-ô, que está localizada no interior do Pernambuco. As canções desse artista passam uma mensagem que faz com que quem as escuta reflita sobre a situação indígena no Brasil hoje.
Uma boa música para começar a conhecer a obra desse cantor indígena é Eu Não Sou Índio Pra Gringo Ver, que tem um toque mais de rock que se assemelha bastante com as tendências musicais brasileiras dos anos 90 e do começo dos anos 2000.