Confira uma playlist nostálgica para comemorar os 40 anos do Legião Urbana
Confira uma playlist nostálgica para comemorar os 40 anos do Legião Urbana
A banda Legião Urbana surgiu em Brasília e teve sua carreira firme por catorze anos – mais especificamente, entre 1982 e 1996. Ao todo, o grupo lançou treze álbuns com mais de 20 milhões de discos vendidos. É muito raro encontrar pessoas mais velhas dessa geração que não conheçam um dos maiores sucessos da música … Continued
A banda Legião Urbana surgiu em Brasília e teve sua carreira firme por catorze anos – mais especificamente, entre 1982 e 1996. Ao todo, o grupo lançou treze álbuns com mais de 20 milhões de discos vendidos.
É muito raro encontrar pessoas mais velhas dessa geração que não conheçam um dos maiores sucessos da música popular brasileira (MPB). A Legião Urbana é a terceira maior banda musical, da gravadora EMI-Odeon, em venda de discos por catálogo.
Ao longo da matéria você verá um pouco mais sobre a Legião Urbana, como essa banda deixou sua marca registrada no MPB e uma playlist para você conferir os maiores sucessos desse grupo musical que conquistou o Brasil com sua composição rica em palavras sábias. Continue a leitura!
A marca de Legião Urbana no MPB
A história da banda se iniciou em um cenário punk em Brasília, no final dos anos 70, antes mesmo da banda se formar de verdade.
O primeiro show da banda, em Minas Gerais no festival Rock no Parque, ocorreu na cidade de Patos, em 1982 e na primeira formação eram: Renato Russo, Marcelo Bonfá, Paulo Paulista e Eduardo Paraná.
Após o show, Paulo Paulista e Eduardo Paraná deixaram o grupo. No entanto, eles foram substituídos por Ico Ouro Preto, que também não se adaptou bem e foi substituído por Dado Villa-Lobos. Enfim, a banda assumiu sua formação clássica com esses integrantes.
O baixista Renato Rocha ingressou na banda pouco antes da gravação do primeiro álbum. Ele foi convidado a assumir o baixo depois que Renato Russo tentou o suicídio, incapacitando temporariamente seu pulso esquerdo.
Em seu segundo álbum, a banda Legião Urbana encontrou seu estilo definitivo: uma mistura de hardcore com pop rock e folk, cheio de letras líricas e profundidade política.
Após o sucesso da banda, em 1987 eles fizeram um grande show no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, vendendo 50 mil ingressos.
Era para ser uma festa, mas acabou em tragédia: a falha organizacional fez com que a apresentação fosse atrasada em mais de uma hora, causando um alvoroço na platéia.
Dois anos após o incidente, Legião Urbana voltou ao estúdio para gravar seu quarto álbum, As Quatro Estações.
Em 1995, o último clássico da Legião Urbana aconteceu na cidade de Santos, São Paulo e no ano seguinte, o álbum final da banda foi lançado: A Tempestade Ou O Livro Dos Dias.
Confira as músicas de Legião Urbana que não podem faltar na sua playlist
Agora que você já conheceu melhor a história da banda, que tal ouvir Legião Urbana? Confira algumas canções que não podem ficar de fora da sua playlist e saiba a história por trás de cada música:
1. Tempo Perdido
Diretamente do álbum Dois, de 1986, a canção Tempo Perdido faz uma reflexão em relação a passagem do tempo. O ser humano não é capaz de recuperar o passado e muito menos evitar o que vem pela frente.
Em um sentimento compartilhado, observa-se que o Eu lírico da canção parte do singular para o plural da música.
Além disso, há uma dualidade no que chamamos de trabalho quando o Eu-lírico recita o verso “nosso suor sagrado”. Por outro lado, o trabalho descrito por ele é digno e honrado, o que significa que o esforço diário em uma luta para sobreviver acaba esgotando nossas vidas.
O verso “sangue amargo” está relacionado àquelas pessoas que enriquecem através da exploração do trabalho dos outros.
Visto isso, Renato Russo ainda faz uma crítica de como o capitalismo pode ser nocivo para a sociedade mais pobre. Na verdade, a música denuncia como algumas pessoas gastam seu tempo (e humanidade) em uma luta pela tentativa de sobreviver.
2. Faroeste Caboclo
Integrada no álbum Que País É Este, de 1987, a música foi escrita por Renato Russo no ano de 1979. Faroeste Caboclo faz referências aos filmes de faroeste, mais especificamente em que os cowboys matam e morrem em duelos pela sua honra. O protagonista, por sua vez, faz parte do real cenário brasileiro.
“Cabloco” é como são chamados os homens do sertão e também alguém gerado por meio da miscigenação racial. Essas informações são extremamente relevantes, uma vez que João (personagem da canção) sofre discriminiação por esses fatores.
Além disso, o nome do personagem carrega uma forte simbologia brasileira, uma vez que o nome “João” é muito comum na língua portuguesa e que ele poderia ser qualquer brasileiro. Portanto, ele é “de Santo Cristo”, parecendo ter uma proteção divina.
O nome “Santo Cristo” aproxima “João” de Jesus, comparação confirmada em sua morte. Ouvimos então, o relato na queda, ascensão, morte e santificação de João Santo Cristo.
3. Pais e Filhos
A música Pais e Filhos é lançamento do álbum As Quatro Estações, de 1989. Embora a letra da canção conte uma história sobre o suicídio de uma menina, é possível extrair algumas mensagens positivas para levar para a vida.
No refrão, por exemplo, é citado o amor pelo próximo, imposto com autoridade da empatia, ainda que implícito.
Essa canção icônica nunca irá deixar de ser parte da cultura musical brasileira, uma vez que essa é uma das músicas mais conhecidas e apreciadas pela Legião Urbana no Brasil.
4. Eduardo e Mônica
Também do álbum Dois, para a composição da canção Eduardo e Mônica, Renato Russo se inspirou na história do casal de amigos de longa data, Fernando Coimbra e Leonice de Araújo.
O artista conheceu o casal na Universidade de Brasília, nos anos 80, quando ainda estavam no início do relacionamento.
Renato manteve uma forte amizade com o casal até sua morte, em 1996. Mesmo com suas liberdades artísticas, o artista se inspirou na trajetória do casal para criar essa canção de sucesso que, mais tarde, passou a ser adaptada para os cinemas.
No entanto, certas características de Fernando e Leonice influenciaram na trama do filme, mas nem todas as características eram verdadeiras.
5. “Índios”
Ainda falando do mesmo álbum, a letra da música “Índios” diz respeito a chegada dos portugueses ao Brasil e como foi feito o processo de colonização.
Analisando melhor a composição desta, na verdade, os índios a quem Renato Russo se refere na letra não são aqueles que sofreram com a invasão portuguesa no ano de 1500, mas sim as pessoas puras e ingênuas que, mesmo nos dias atuais, continuam sendo prejudicadas por isso. Logo, o uso das aspas no nome da canção presente nos discos.
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