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80 anos de Jards Macalé: 8 canções em 8 momentos da história da MPB

Novabrasil
09:30 03.03.2023
Brasilidade

80 anos de Jards Macalé: 8 canções em 8 momentos da história da MPB

Hoje, um dos grandes nomes da história da música popular brasileira, Jards Macalé, completa 80 anos. Para comemorar, separamos 8 das principais do artista carioca, embaladas por momentos da história da MPB. Jards Macalé O cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor e ator carioca foi um grande estudioso de música durante a juventude, influenciado pelos batuques … Continued

Novabrasil - 03.03.2023 - 09:30
80 anos de Jards Macalé: 8 canções em 8 momentos da história da MPB
Jards Macalé, um dos grandes nomes da música brasileira, completa 80 anos em 2023 | Foto: Leo Aversa / Divulgação

Hoje, um dos grandes nomes da história da música popular brasileira, Jards Macalé, completa 80 anos. Para comemorar, separamos 8 das principais do artista carioca, embaladas por momentos da história da MPB.

Jards Macalé, um dos grandes nomes da música brasileira, completa 80 anos em 2023 | Foto: Leo Aversa / Divulgação

Jards Macalé

O cantor, compositor, instrumentista, arranjador, produtor e ator carioca foi um grande estudioso de música durante a juventude, influenciado pelos batuques do morro e pelos foxes, valsas e modinhas tocados pela mãe, ao piano, e pelo pai, ao acordeom.

Isso o permitiu, além de construir uma sólida, produtiva e cheia de originalidade carreira solo, participar também – como músico, diretor, produtor, compositor e arranjador – de momentos cruciais da nossa música popular brasileira durante as décadas de 60 e 70. 

Seu nome de nascimento é Jards Anet da Silva, mas ele ganhou o apelido de Macalé, que era o pior jogador do Botafogo na época, por conta da sua irregularidade nas partidas de futebol que eram disputadas informalmente na areia da praia de Ipanema, bairro carioca em que foi morar na infância.

Na adolescência, Jards Macalé formou seu primeiro grupo musical, o duo Dois no Balanço, depois integrou o conjunto Fantasia de Garoto, que tocava jazz, seresta e samba-canção. Estudou piano e orquestração com o maestro Guerra Peixe, violoncelo com Peter Dauelsberg, violão com Turíbio Santos e Jodacil Damasceno e análise musical com Esther Scliar. Só fera!

8 composições de Jards Macalé que são clássicos da MPB

No dia de hoje, trouxemos 8 composições de Jards Macalé que são verdadeiros clássicos da música popular brasileira, embalados por 8 momentos em que o artista foi essencial para a história da nossa cultura.

Jards Macalé (1973) | Foto: Arquivo Nacional

1 – Meu Mundo É Seu – Elizeth Cardoso (Jards Macalé e Roberto Nascimento) 

Meu Mundo É Seu foi a primeira composição de Jards Macalé gravada em disco, por Elizeth Cardoso, em 1964.

Nesta época, Macalé começava sua carreira profissional, como violonista dos espetáculos músico-teatrais de protesto e resistência do Grupo Opinião, que – depois – produziu o show Opinião, com Zé Keti, João do Vale e Nara Leão

2 – Amo Tanto – Nara Leão (Jards Macalé)

Nara foi a segunda a gravar uma canção do artista, em 1966, em seu álbum Nara Pede Passagem: a música Amo Tanto.

Antes disso, em 1965, Jards Macalé já havia participado do espetáculo Arena Canta Bahia, dirigido por Augusto Boal, junto com um elenco estrelado por:

  • Gilberto Gil;
  • Caetano Veloso;
  • Tom Zé;
  • Gal Costa;
  • e Maria Bethânia, todos em início de carreira.

Bethânia, logo em seguida, substituiu Nara Leão no já citado show Opinião, por conta de um problema que Nara teve nas cordas vocais. Este espetáculo foi o responsável por lançar Maria Bethânia ao estrelato quando a baiana tinha 19 anos.

Depois disso, Jards hospedou Bethânia no apartamento de sua família no Rio de Janeiro por um tempo e passou a acompanhar a cantora em diversos shows, inclusive dirigindo alguns deles.

3 – Movimento dos BarcosMaria Bethânia (Jards Macalé e Capinan)

No ano de 1968, Jards Macalé iniciou uma parceria de sucesso com o poeta José Carlos Capinan e, no ano seguinte, eles participaram do IV Festival Internacional da Canção, com a composição Gotham City, interpretada pela banda Os Brazões.

Em 1971, a composição da dupla Movimento dos Barcos, fez um imenso sucesso no disco Rosa dos Ventos, de Bethânia.  Essa canção foi regravada pela baiana inúmeras vezes durante sua carreira.

4 – Anjo Exterminado – Maria Bethânia (Jards Macalé e Waly Salomão)

No ano seguinte, mais uma vez na voz de Bethânia, uma composição de Jards Macalé fez imenso sucesso: a música Anjo Exterminado – parceria com Waly Salomão – deu título a um dos discos mais famosos da baiana.

A brilhante composição – baseada no icônico e perturbador filme do cineasta surrealista Luis Buñuel, O Anjo Exterminador, lançado uma década antes – ficou ainda mais brilhante na interpretação voraz, cheia de angústia e desespero, de Bethânia. 

5 – Hotel das Estrelas – Gal Costa (Jards Macalé e Duda)

Antes disso, em 1970, a composição Hotel das Estrelas, de Macalé em parceria com Duda, havia entrado para o disco Legal, de outra grande cantora baiana que gravou muitas músicas do compositor: Gal Costa. O disco também foi dirigido por Macalé. 

6 – Vapor Barato – Gal Costa (Jards Macalé e Waly Salomão)

Jards acompanhou Gal Costa em diversos shows e compôs diversas canções que foram sucesso na voz da cantora. A principal delas é o grande hit Vapor Barato, outra parceria que foi gravada por Gal em seu antológico disco Fa-Tal: Gal a Todo o Vapor, de 1971, um dos mais importantes da carreira da baiana. A canção é uma parceria com Waly Salomão, que dirigiu o disco.

Com uma introdução inesquecível de Gal fazendo improvisos em que imita algo que se assemelha a um instrumento de sopro com sua voz, Vapor Barato é um grito de liberdade, resiliência e amor livre, e tornou-se hino de uma geração.

7 – Pula, Pula (Salto de Sapato) – Caetano Veloso (Jards Macalé/Capinan)

Também em 1971, enquanto Gal Costa estava aqui no Brasil, sendo o símbolo de resistência da Tropicália depois que seus parceiros Caetano Veloso e Gilberto Gil foram perseguidos, presos e obrigados e se exilaram em Londres por conta da Ditadura Militar – Jards Macalé  foi convidado por Caetano para ir para a Inglaterra tocar violão, guitarra, fazer os arranjos e ser o diretor musical do também antológico disco do baiano, Transa, que seria lançado no ano seguinte. 

O disco é um dos mais importantes da carreira de Caetano e considerado o décimo maior disco brasileiro de todos os tempos, pela Revista Rolling Stone Brasil. No mesmo 1971, Caetano gravou em Londres o disco O Carnaval de Caetano, em que traz uma composição de Macalé junto com seu parceiro constante, Capinan: Pula, Pula (Salto de Sapato). 

8 – Mal Secreto – Jards Macalé (Jards Macalé e Waly Salomão)

Jards Macalé volta ao Brasil no mesmo ano e, em 1972, lança seu primeiro LP, gravado em forte sintonia com uma equipe enxuta de músicos: Lanny Gordin, na guitarra, e Tutty Moreno, na bateria – que, somados ao próprio Jards, no violão, formavam um power trio.

O primeiro álbum conta com um forte repertório de composições, muitas das quais viriam a se tornar clássicos no repertório de Macalé, como Mal Secreto, outra parceria com Waly Salomão, que depois foi regravada por nomes como Gal Costa, Zezé Motta e Frejat.

Desde então foram mais de 15 discos lançados e uma carreira toda de contribuições significativas para a música popular brasileira! Seu mais recente trabalho foi um disco em parceria com João Donato, sobre o qual contamos aqui.

Viva os 80 anos de Jards Macalé!

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