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Acervo MPB: Caetano Veloso – Parte 2

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09:00 02.01.2022
Música

Acervo MPB: Caetano Veloso – Parte 2

Este conteúdo faz parte do Acervo MPB, podcast com áudio-biografias de grandes nomes da nossa MPB, escute aqui: Leia o começo da história do artista. – Em 1967, Caetano lança o seu LP de estreia, Domingo, dividindo o álbum com a também estreante, Gal Costa. São destaques do repertório as canções de Caetano Coração Vagabundo, … Continued

novabrasilfm - 02.01.2022 - 09:00
Acervo MPB: Caetano Veloso – Parte 2
Acervo MPB: Caetano Veloso – Parte 2

Este conteúdo faz parte do Acervo MPB, podcast com áudio-biografias de grandes nomes da nossa MPB, escute aqui:

Leia o começo da história do artista.

– Em 1967, Caetano lança o seu LP de estreia, Domingo, dividindo o álbum com a também estreante, Gal Costa. São destaques do repertório as canções de Caetano Coração Vagabundo, Domingo e Um Dia. O disco mostra uma proximidade do artista com a bossa nova, mas – na contracapa – ele já adianta que sua inspiração está tendendo para caminhos muito diferentes a partir dali.

– No mesmo ano, apresenta a marcha Alegria, Alegria, no 3º Festival da TV Record, acompanhado pelas guitarras elétricas do grupo pop argentino Beat Boys. A canção – junto com Domingo no Parque, de Gil – também acompanhado das guitarras de Os Mutantes – faz um sucesso avassalador. São os baianos rompendo com a tradição apresentada até aquele momento da música popular brasileira.

– Nesta época, Caetano inicia – junto com outros grandes nomes da música popular brasileira como Gilberto Gil, Gal Costa, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinan, Tom Zé, e Os Mutantes – o Movimento Tropicalista: movimento de contracultura, que transcende tudo o que já havia em termos de produção artística no Brasil. A Tropicália contempla e internacionaliza a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. O movimento surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo, misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais, para criar algo inovador, que interviesse na cena de indústria cultural e de cultura de massas da época. E que representasse uma mudança de parâmetros, que atendesse também aos anseios da juventude da época.

O movimento tropicalista

– Em 1968, o artista lança seu primeiro LP individual, Caetano Veloso, que traz canções como Tropicália – em que Caetano canta que “organiza o movimento”, referindo-se ao Tropicalismo – Superbacana e Alegria, Alegria.

– No mesmo ano, lança – ao lado de seus companheiros de movimento Tropicalista – o álbum Tropicália ou Panis Et Circense. Entre as canções, estão a homônima Panis Et Circense e Batmakumba, que compôs em parceria com Gil, e Baby, sucesso na voz de Gal Costa. Tropicália foi eleito o segundo melhor disco de música brasileira da história, pela Revista Rolling Stone.

– No fim de 1968, Caetano apresenta a canção É Proibido Proibir, no 3º Festival Internacional da Canção. Vestido com uma roupa de plástico e acompanhado das distorções de guitarra de Os Mutantes, Caetano é vaiado pela plateia e desagrada o júri. Naquele momento, lança um discurso histórico – antes de ser desclassificado e se retirar, junto com Gil que apresentou a canção Questão de Ordem. No discurso ele diz: “Vocês não estão entendendo nada”. E não estavam mesmo. Era um novo momento para a música popular brasileira e não tinha mais volta.

– É também de 1968, a música Divino Maravilhoso, de Caetano e Gil, defendida por Gal Costa no Festival da TV Record, em uma apresentação revolucionária, que soava como grito de liberdade para a juventude da época. Caetano e Gil apresentaram um programa com esse mesmo nome, neste mesmo ano, na TV Tupi.

– Em tempos duros de repressão – no auge da Ditadura Militar e diante da recente instauração do Ato Institucional nº 5 – com o cerceamento das liberdades democráticas, de expressão e das criações libertárias, o movimento Tropicalista sofre forte censura e perseguição. Caetano e Gil – já grandes ídolos de uma geração e líderes do movimento – são presos em novembro de 1968 e, depois, são obrigados a se exilar em Londres.

– Antes de partir pro exílio, o artista lança – em 1969 – o álbum Caetano Veloso, com arranjos de Rogério Duprat e canções como Atrás do Trio Elétrico, Irene (composta na cadeia, em homenagem à irmã) e Não Identificado. O álbum é o único de toda a discografia do artista até então que não traz uma foto de Caetano na capa. Em seu site ele explica: “De que jeito se explicaria o pouco cabelo de Caetano?” Eram os tempos duros de repressão e as consequências da prisão do artista, que fora obrigado a raspar seus caracóis, tão exaltados depois por Roberto Carlos, na canção feita especialmente para o amigo baiano: Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos, enquanto Caetano estava no exílio.

– Ainda em 1969, antes da partida para Londres, Gil e Caetano fazem um show de despedida no Teatro Castro Alves, em Salvador, que três anos depois vira o álbum Barra 69, com canções como Cinema Olympia, Superbacana, Atrás do Trio Elétrico e Alegria, Alegria.

– Em 1971, durante o exílio político em Londres, Caetano lança o disco Caetano Veloso, com uma temática melancólica e algumas canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil, como London, London e Maria Bethânia. O disco inclui ainda a gravação de Asa Branca, de Luiz Gonzaga, que exprime a profunda tristeza que Caetano sentia por estar longe do Brasil.

– Neste mesmo ano, começa a se apresentar por palcos da Inglaterra e de outros países da Europa. De Londres, Caetano envia artigos para o jornal carioca O Pasquim e canções novas para intérpretes como Gal Costa, o hit London, London; Maria Bethânia, A Tua Presença; Elis Regina, Não Tenha Medo; Erasmo Carlos, De Noite Na Cama e Roberto Carlos, Como Dois E Dois.

– Nesta época, o compositor Paulo Diniz faz uma letra especialmente para o amigo, Caetano, que diz: “I don’t want to stay here / I wanna to go back to Bahia”, em português: “Eu não quero ficar aqui. Quero voltar pra Bahia”.

– Em agosto de 1971, vem ao Brasil para gravar um especial histórico com Gal Costa e João Gilberto. Ainda em Londres, começa a gravar um dos discos mais importantes e bem avaliados de sua carreira, muito marcado pelo experimentalismo: Transa. Com capa em formato tridimensional, o álbum inclui sucessos como Triste Bahia – sua musicalização do trecho do soneto de Gregório de Mattos, Mora na Filosofia, de Monsueto Menezes e Arnaldo Passos, e algumas canções em inglês como as clássicas You Don´t Know Me, It’s A Long Way e Nine Out Of Ten. Essa última traz – pela primeira vez – influências do reggae para a música brasileira.

– O lançamento de Transa marca o seu retorno definitivo ao Brasil, em 1972, além de um show que faz ao lado de Gil no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Caetano percorre várias cidades com seu novo show e surpreende o público ao se apresentar com um novo visual – meio hippie, meio andrógino – com brincos de argola, tamancos, batom e tomara que caia, imitando trejeitos de Carmem Miranda.

O figurino de Caetano no novo show

– Ainda em 1972, Caetano apresenta-se ao lado de Chico Buarque, em um espetáculo que dá origem ao disco Caetano e Chico: juntos e ao vivo. É desse disco a clássica junção das canções Você Não Entende Nada, de Caetano, e Cotidiano, de Chico.

– Em 1973, lança outro disco com forte experimentalismo, Araçá Azul, em 1974 produz o disco Cantar, de Gal Costa (em 1972 também havia produzido Drama – Anjo Exterminado, um dos principais discos da carreira de Maria Bethânia).

– Em 1975 lança mais um álbum experimental, Jóia – cuja capa foi censurada na época, por exibir um autorretrato dele, da mulher e do filho nus – com as canções Canto do Povo de Um Lugar e Minha Mulher.

– No mesmo ano, lança Qualquer Coisa – álbum que contém a música homônima, além de três canções dos Beatles, que também são homenageados na capa do disco.

– Em 1976, juntou-se a Gil, Bethânia e Gal para o espetáculo Doces Bárbaros, com quinze canções novas, compostas exclusivamente para a turnê, e que virou documentário e um álbum considerado uma obra-prima da MPB. Entre as canções, estão as clássicas Os Mais Doces Bárbaros, Um Índio e Pássaro Proibido (composta em parceria com a irmã, Bethânia).

– Desde 1971, Caetano compõe – todo ano – canções especialmente para o carnaval e que fazem muito sucesso na folia. Em 1977, grava a coletânea Muitos Carnavais, com clássicos compostos durante todo esse período, mas só lançadas em compactos, como: A Filha da Chiquita Bacana, Chuva Suor e Cerveja, Atrás do Trio Elétrico, Um Frevo Novo e Muitos Carnavais.

– Também em 1977, lança o disco Bicho, com grandes clássicos como Tigresa, Um Índio, Gente, Leãozinho e Odara. Em 1978, lança Muito, álbum com os sucessos Sampa e Terra. Também em 1978, lança um disco com a irmã: Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo.

– Em 1979, o álbum Cinema Transcendental traz os grandes sucessos Lua de São Jorge, Oração ao Tempo, o hit Beleza Pura, Menino do Rio (que estoura na voz de Baby do Brasil, ainda Consuelo na época) e Cajuína (composta em homenagem ao amigo tropicalista Torquato Neto, que havia se suicidado alguns anos antes).

– Em 1981, lança Outras Palavras, sucesso de vendas, com canção homônima e também a clássica Rapte-me Camaleoa. Neste mesmo ano, grava um disco ao lado de Gil e João Gilberto, chamado Brasil.

– Em 1982, no álbum Cores, Nomes, apresenta suas clássicas Queixa e Meu Bem Meu Mal, além de Sina, de Djavan, que traz uma bela homenagem a Caetano, com a expressão “caetanear”.

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