A importância de Nelson Cavaquinho para a MPB

No dia 18 de fevereiro de 1986, Nelson Cavaquinho se despediu de sua intensa vida. 37 anos depois, as heranças de sua trajetória ainda marcam gerações, evidenciando sua importância para a cultura nacional e, especialmente, para a MPB.

A trajetória de Nelson Cavaquinho

Nelson Antônio da Silva, mais conhecido pelo nome artístico Nelson Cavaquinho, nasceu no dia 29 de outubro de 1911, na Tijuca, município do Rio de Janeiro. 

A intimidade com a música se mostrava ainda na infância, quando ele tentava acompanhar seu tio, que tocava violino, e seu pai, que tocava tuba, com um instrumento improvisado, feito com uma caixa de charutos e arames esticados.

Durante a adolescência, morou na Gávea, teve contato com o choro e sempre frequentava as rodas. Foi daí que surgiu o apelido que ele levou para o resto da vida: Nelson Cavaquinho.

Durante suas aventuras, o carioca conheceu músicos que o influenciaram como artista, como Mazinho do Bandolim, Heitor dos Prazeres e o violinista Juquinha. Aos poucos, ele foi se desenvolvendo como artista, criando composições e exalando habilidades com o cavaquinho.

Aos 20 anos, ele se casou com Alice Ferreira Neves, sendo obrigado pelo pai da menina, que o arrastou até a delegacia. Com ela, teve quatro filhos e posteriormente se separou para se dedicar à música.

Apesar de tanto talento, a vida profissional de Nelson era marcada por mais baixos do que altos.

O músico trabalhava como cavalariano na Polícia Militar, emprego que o pai conseguiu para ele. Envolvido com o samba, ele passava dias fora de casa sem que seus familiares soubessem do seu paradeiro. A punição pelos dias faltados no trabalho já havia se tornado rotina e não o amedrontava.

Eu ia tantas vezes em cana que já estava até me acostumando ao xadrez. Era tranquilo, ficava lá compondo, entre as músicas que fiz o xadrez está ‘Entre a Cruz e a Espada’.

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disse o sambista em uma ocasião

O reconhecimento como compositor veio quando Cyro Monteiro gravou algumas de suas composições. Na década de 50, ele chegou a trocar o cavaquinho pelo violão, mas não mudou seu jeito único de tocar.

No dia 18 de fevereiro de 1986, Nelson morreu aos 74 anos, vítima de um enfisema pulmonar.

A importância de Nelson Cavaquinho para a cultura e música brasileira

Nelson Cavaquinho deixou mais de 400 composições, que geralmente criava nas mesas de bares na companhia de seu violão e de um copo de bebida.

As canções do músico são carregadas de melancolia, dor, frustrações e críticas, acompanhadas de seu jeito único de tocar: com apenas dois dedos da mão direita. Nada confortável, as composições do carioca são inesquecíveis e muito importantes para a história do choro e da MPB de maneira geral.

Em 2011, ele chegou a ser homenageado pela escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira com o enredo “O Filho Fiel, Sempre Mangueira”.

Nelson Cavaquinho deixa saudades, mas suas composições são eternas e sempre continuarão a emocionar gerações!