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75 anos de Jorge Aragão

Lívia Nolla
10:00 01.03.2024
Jornalismo

75 anos de Jorge Aragão

Hoje é dia de comemorar 75 anos de vida de um gigante da nossa música popular brasileira: o cantor, sambista e compositor Jorge Aragão. Nascido no dia 1º de março, no subúrbio de Padre Miguel, no Rio de Janeiro, o veterano sambista carioca é autor de inúmeros sucessos da nossa música e … Continued

Lívia Nolla - 01.03.2024 - 10:00
75 anos de Jorge Aragão
Jorge Aragão — Foto: Divulgação/Sesc Rio

por Lívia Nolla

Jorge Aragão — Foto: Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Jorge Aragão — Foto: Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio

Hoje é dia de comemorar 75 anos de vida de um gigante da nossa música popular brasileira: o cantor, sambista e compositor Jorge Aragão.

Nascido no dia 1º de março, no subúrbio de Padre Miguel, no Rio de Janeiro, o veterano sambista carioca é autor de inúmeros sucessos da nossa música e já foi gravado pelos maiores intérpretes do samba, como: Beth Carvalho, Alcione, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila.

O início de tudo

Jorge Aragão começou a tocar violão e arriscar suas primeiras composições aos 14 anos, quando escutava Jovem Guarda no rádio de casa e aprendeu a tocar algumas canções da época em um violão emprestado. 

Por já saber fazer alguns solos de guitarra, Jorge foi chamado para ser guitarrista solo de um conjunto que ensaiava em Honório Gurgel e tocava em bailes. Depois, fez parte da Ala de Compositores do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos

Até que Jorge Aragão foi para a aeronáutica, servir na base aérea no bairro de Santa Cruz, e lá, conheceu Jotabê, que tornou-se seu grande parceiro. Ali, ele conta que os dois compuseram juntos várias canções que não eram sambas, até que um dia – entre essas composições – surgiu o clássico Malandro, um dos primeiros sambas de Jorge.

Isso era meados dos anos 60. Os anos foram passando, Jorge Aragão seguiu sua vida, passou a se apresentar com seu violão na noite carioca, mas ainda estava muito longe de ganhar dinheiro com música.

Jorge Aragão na capa de disco de 1986 — Foto: Reprodução
Jorge Aragão na capa de disco de 1986 — Foto: Reprodução

A virada da carreira

Foi quando um dia, 10 anos depois, estava com seu violão na calçada de casa e seu vizinho – o Alcir Portela, que era capitão do time do Vasco na época – pediu pra que ele mostrasse algumas músicas suas ao violão. 

Jorge mostrou várias canções, entre elas, Malandro. Alcir gostou muito do que ouviu e apresentou Jorge a Neocy – que depois foi integrante do Fundo de Quintal junto com Aragão. 

O sambista o levou até a Tapecar, uma gravadora importante na época, apresentou Jorge Aragão como seu “canarinho” e falou que ele tinha ótimas composições. Os executivos gostaram muito de Malandro e mandaram o samba imediatamente para Elza Soares, que estava no auge na época e quis incluir a canção em seu disco Lição de Vida, de 1976.  

Malandro é a faixa que abre o álbum de Elza. A belíssima gravação de Elza Soares projetou o nome de Jorge Aragão para o Brasil inteiro. 

Jorge Aragão — Foto: Divulgação
Jorge Aragão — Foto: Divulgação

Do Fundo de Quintal para a carreira solo

Em seguida, o sambista passou a integrar o Fundo de Quintal, participando do primeiro disco do grupo, Samba É no Fundo de Quintal, em 1980, e sendo um de seus principais compositores e letristas.

Logo depois – em 1981 – seguiu para a carreira solo, lançando o seu primeiro disco, Jorge Aragão, que traz várias outras parcerias com Jotabê.

Com mais de 20 discos lançados, Jorge Aragão tem entre os seus maiores sucessos a canção Coisinha do Pai (parceria com Almir Guineto e Luiz Carlos), uma homenagem para sua filha Vânia, consagrada na gravação de Beth Carvalho de 1979 e que ganhou uma gravação inédita em 1997 para acordar o robô Soujorner, em missão da Mars Pathfinder, em Marte. O sucesso de Aragão chegou até em outro planeta!

Outros grandes sucessos de sua carreira são: Claridade (parceria com Nair Cruz, essa inspirada pela outra filha, Tânia); Vou Festejar (parceria com Neoci e Dida); Do Fundo do Nosso Quintal (parceria com Alberto Souza); Coisa de Pele (parceria com Acyr Marques); Alvará; Terceira Pessoa (parceria com Franco); Eu e Você Sempre (parceria com Flávio Cardoso); e Enredo do Meu Samba (parceria com Dona Ivone Lara).

Jorge Aragão — Foto: Divulgação/Sesc Rio
Jorge Aragão — Foto: Divulgação/Sesc Rio

Relação com o Carnaval e projetos recentes

Grande conhecedor do carnaval carioca, Jorge Aragão foi comentarista dos desfiles de escolas de samba nas TV’s Globo (pra quem compôs o tema do Globeleza, ao lado de Franco Lattari, em 1993), Manchete e no projeto Carnaval do Povão, pela CNT.

Em 2017, o projeto Samba Book, que celebrou os quarenta anos de carreira de Aragão – em um box que reúne biografia, DVD e CDs e partituras.- foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode.

E, 2021 o sambista celebrou os seus 70 anos de vida com o lançamento de um álbum gravado ao vivo: Jorge 70: Ao Vivo em São Paulo.

No dia 31 de dezembro de 2023, o artista encerrou o ano se apresentando na festa de réveillon pública na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, a maior festa de passagem de ano do mundo. Entre os artistas que se apresentaram neste dia estavam também Ludmilla, Luísa Sonza, Gloria Groove e Teresa Cristina.

Feliz Aniversário, Jorge Aragão!

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