
Principais sucessos de Chiquinha Gonzaga – 90 anos sem a artista

Principais sucessos de Chiquinha Gonzaga – 90 anos sem a artista
Primeira mulher a reger uma orquestra na história do Brasil, Chiquinha partiu em 28 de fevereiro de 1935 e o site da Novabrasil relembra os seus maiores sucessos


Há exatos 90 anos, no dia 28 de fevereiro de 1935, nos despedíamos de uma das figuras mais importantes da história da música popular brasileira: a compositora, instrumentista e regente Chiquinha Gonzaga. Por isso, hoje, vamos relembrar os principais sucessos de Chiquinha Gonzaga.
Chiquinha foi a primeira compositora popular e a primeira pianista de choro (chorona) do Brasil, além de ser também a primeira mulher a reger uma orquestra no país.
Elaé também autora da primeira marchinha de carnaval com letra da nossa história: a clássica Ô Abre Alas, escrita em 1899, para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, que passava na frente de sua casa, no bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro.
A importância de Chiquinha Gonzaga é tão grande, que a data de seu nascimento tornou-se oficialmente – em maio 2012 – o Dia da Música Popular Brasileira, por meio da Lei 12.624, sancionada no Rio de Janeiro, cidade em que a artista nasceu.
Nascida em uma família de pretencoes aristocráticas do Rio de Janeiro, Chiquinha cresceu e se educou em um período de grandes transformações na vida da cidade.
Além de escrever, ler e fazer cálculos, estudar o catecismo, e outras prendas femininas, a jovem aprendeu a tocar piano, estudando com o maestro Elias Álvares Lobo.
Desde cedo, também frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Aos 11 anos, em 1858, escreveu sua primeira composição, a música natalina “Canção dos Pastores”.

Pioneira e Revolucionária
Pioneira e revolucionária, Chiquinha Gonzaga foi uma mulher muito à frente de seu tempo. Quebrou muitas barreiras e rompeu padrões, tanto na música – abrindo portas (ou alas!) para muitas mulheres, em uma profissão que não era exercida por elas na época – quanto na sociedade: lutando pelas liberdades no país.
Chiquinha Gonzaga também participou da campanha abolicionista e da proclamação da república do Brasil e enfrentou uma cultura opressora, ao romper casamentos e perder a guarda dos filhos para dedicar-se à carreira.
Ela chamava atenção nas rodas boêmias do Rio de Janeiro, sua cidade, por ser independente e por fumar em público, algo que não era considerado de “bom tom” para mulheres na época.
A artista enfrentou todos os preconceitos da sociedade patriarcal e escravista para se firmar como pianista, compositora, regente e, por fim, líder de classe em defesa dos direitos autorais.
Veja também:
Ao todo, Chiquinha compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora de cerca de duas mil composições em gêneros variados: valsas, polcas, tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas.
Ela nos deixou aos 89 anos, em 28 de fevereiro de 1935 – bem na época em que começava o Carnaval daquele ano – ao lado de João Batista Lage, seu grande amor, amigo, parceiro e fiel companheiro, que aprendeu muito sobre música e sobre a vida com a parceira.
Chiquinha Gonzaga teve seu trabalho reconhecido em vida, sendo festejada pelo público e pela crítica. Dos compositores brasileiros, Chiquinha Gonzaga foi a que trabalhou com maior intensidade a transição entre a música estrangeira e a nacional. Com isso, abriu o caminho e ajudou a definir os rumos da música propriamente brasileira, que se consolidou nas primeiras décadas do século XX.
Em 1999, foi criada no Brasil a Medalha de Reconhecimento Chiquinha Gonzaga, para mulheres que militam em prol das causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais.
Para saber todos os detalhes sobre a vida e a obra de Chiquinha Gonzaga, acesse o Acervo MPB especial que a Novabrasil preparou para homenageá-la.
Hoje, preparamos uma lista com os 10 maiores sucessos de Chiquinha Gonzaga neste dia especial.
10 maiores sucessos de Chiquinha Gonzaga
1 – Ô Abre Alas (1899)
2 – Atraente (1877)
3 – Sultana (1878)
4 – Camila (1879)
5 – Cubanita (1910)
6 – A Bandoleira (1905)
7 – Corta-Jaca (1914)
8 – A Baiana dos Pastéis (1912)