Música e Saúde Mental: uma conexão poderosa para o bem-estar
Música e Saúde Mental: uma conexão poderosa para o bem-estar
Descubra como música e saúde mental estão super relacionadas: a música atua como uma poderosa ferramenta para aliviar o estresse, melhorar o humor e fortalecer a mente.
Hoje vamos entender como música e saúde mental estão diretamente relacionadas.
A música, uma linguagem universal que atravessa culturas e épocas, possui um poder singular de evocar emoções, memórias e sensações. Mas sua influência vai muito além do entretenimento: ela se revela uma ferramenta poderosa para a saúde mental, com benefícios comprovados pela ciência e pela prática clínica.
A relação entre música e saúde mental é profundamente enraizada na história da humanidade. Desde os cantos tribais utilizados em rituais de cura até as playlists personalizadas para relaxamento, a música tem o poder de transformar estados emocionais, aliviar tensões e proporcionar equilíbrio. A ciência tem investigado cada vez mais como ela influencia positivamente o bem-estar psicológico, revelando descobertas surpreendentes sobre seu impacto terapêutico.
Nesta matéria, exploraremos essa intrincada relação, mergulhando nos mecanismos pelos quais a música impacta nosso bem-estar psicológico e emocional.
O poder curativo da música
A conexão entre música e emoção é intrínseca. Uma melodia alegre pode nos contagiar de otimismo, enquanto uma canção melancólica pode nos permitir processar a tristeza. Essa capacidade de modular nosso estado emocional é a base do uso terapêutico da música.
Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), a música pode ser uma importante aliada no combate ao estresse, ansiedade e depressão. Ao ouvirmos uma canção que nos agrada, nosso cérebro libera neurotransmissores como a dopamina, associada ao prazer e bem-estar, e a serotonina, que regula o humor e o sono. Essa liberação de substâncias químicas contribui para a sensação de relaxamento e alívio emocional.
O cérebro humano é responsável pela percepção que nós temos do mundo. É por meio dele que desenvolvemos funções básicas do nosso corpo, além dos pensamentos, sentimentos e imaginação. E é aí que entra a música e suas características rítmicas e repetitivas.
Ao ouvir música, você está estimulando o neocórtex, uma região do cérebro onde estão as áreas mais desenvolvidas do córtex. O cérebro processa o som e o nosso corpo sente os efeitos dele, acalmando e reduzindo a ansiedade, melhorando a comunicação, facilitando a concentração ou até mesmo ajudando no desenvolvimento do raciocínio.
Pesquisas recentes mostram que a música pode ser tão eficaz para a saúde mental quanto o exercício físico. Um estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association Network (JAMA) destacou que ouvir ou praticar música é equivalente ao impacto de atividades físicas na redução de sintomas de ansiedade e depressão.
Musicoterapia: uma abordagem científica
A musicoterapia é um método terapêutico que utiliza a música como ferramenta indicada para auxiliar no tratamento de condições de saúde, como ansiedade, depressão, estresse, transtorno do espectro autista, dor crônica, Alzheimer ou AVC, por exemplo, pois a música possui diversos benefícios como melhora do humor, concentração, memória, movimentos e o raciocínio lógico.
A musicoterapia não se limita ao ato de ouvir músicas: ela envolve a participação ativa do paciente, seja cantando, tocando instrumentos ou improvisando.
De acordo com Molly Warren, mestre em Musicoterapia pela Universidade do Estado de Colorado, a música é uma grande aliada durante as etapas de recuperação de traumas e luto, além de servir como calmante e agente regulador de emoções.
Um estudo publicado noJournal of the American Medical Association (JAMA) em 2021, demonstrou que a musicoterapia pode ser tão eficaz quanto outros tratamentos para a depressão, como a terapia cognitivo-comportamental. Os resultados sugerem que a música pode ativar áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, memórias e cognição, facilitando o processo de cura.
A prática da musicoterapia tem sido aplicada em diferentes contextos, como hospitais, clínicas e escolas, auxiliando no tratamento de transtornos mentais como ansiedade, depressão e esquizofrenia. A música também é capaz de ressignificar emoções, fortalecendo a autoestima e proporcionando um espaço de segurança emocional.
No Brasil, projetos como “Música nos Hospitais” e tantos outros, mostram como músicas escolhidas cuidadosamente podem reduzir o tempo de recuperação de pacientes e melhorar sua qualidade de vida.
A música como ferramenta de autocuidado
Além da musicoterapia, a simples prática de ouvir ou tocar música pode trazer inúmeros benefícios para a saúde mental:
- Reduzir o estresse: Ouvir música pode reduzir os sintomas de ansiedade, isso acontece por conta da dopamina.
- Estimular a criatividade: A música pode nos inspirar a pensar de forma diferente e expressar nossas emoções de maneira original.
- Melhorar o humor: Músicas alegres e energéticas podem elevar o ânimo e combater a tristeza.
- Aumentar a autoestima: Tocar um instrumento ou cantar pode nos dar uma sensação de realização e confiança.
- Melhorar a comunicação e a socialização: A música tem um poder de conexão impressionante: seja em um show, uma festa, em uma roda de amigos ou em um coral. Além disso, também é uma forma de expressão e com ela você encontra outras pessoas com gostos parecidos ao seu. Cantar ou tocar instrumentos também pode contribuir para aumentar a socialização
- Aumentar a concentração: Ao aprender a tocar um instrumento, você desenvolve a sua concentração. Além disso, ouvir uma música calma como um lofi enquanto trabalha pode ser muito produtivo.
- Auxiliar nos sintomas de insônia.
Durante a pandemia de COVID-19, a música se tornou um alívio emocional essencial. Atividades musicais em grupo, como rodas de samba ou corais, também são exemplos de experiências que ajudam a combater a solidão e reforçar laços sociais.
A ciência por trás da música
Pesquisadores têm se dedicado a entender como a música afeta nosso cérebro e corpo. Um estudo publicado no The Journal of Positive Psychology mostrou que ouvir música pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e aumentar a atividade do sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento.
Dois estudos recentes liderados por Yiren Ren, doutorando na Universidade Georgia Tech (EUA), revelam que a música pode potencializar o aprendizado e alterar emoções associadas a memórias existentes.
Essas descobertas podem ter implicações importantes para o desenvolvimento de terapias baseadas em música para condições, como Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e depressão, bem como estratégias de reabilitação para populações idosas, incluindo pessoas com demência.
Estudos apontam que, quando você precisar de ajuda para se concentrar, escutar música clássica pode ser uma boa alternativa, uma vez que músicas com tempo de 60 bpm (batidas por minuto) aumentam a eficiência cerebral para processar informações.
Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), se a dificuldade for a de encontrar motivação para realizar alguma atividade, seja correr, ler ou limpar a casa, é indicado ouvir as suas músicas favoritas e isso lhe dará uma boa injeção de ânimo.
Para reduzir a ansiedade, a preferência pode ser por canções mais tranquilas. Já é comprovado que elas têm o mesmo efeito de uma sessão de massagem e, também, que podem induzir você a um estado meditativo, alterando a velocidade das ondas cerebrais e, portanto, também aliviando sintomas de depressão, tensão pré-menstrual e distúrbios de comportamento.
Como incorporar a música na rotina para melhorar a saúde mental
Para aproveitar os benefícios da música, algumas dicas simples podem ser seguidas:
- Playlists Personalizadas: Crie seleções de músicas adaptadas às suas necessidades emocionais. Por exemplo, use músicas calmas para relaxar antes de dormir e ritmos mais intensos para começar o dia com energia.
- Aprendizado Musical: Tocar um instrumento ou cantar pode ser uma forma poderosa de auto expressão e alívio do estresse.
- Exploração de Gêneros: Não tenha medo de explorar novos estilos musicais para descobrir quais mais impactam positivamente suas emoções.
- Escute rádio: você nunca sabe como a próxima música da programação pode te surpreender e mudar o seu dia, o seu humor, te deixar mais pra cima ou mais relaxado!
Com a popularização de aplicativos como Calm e Headspace, que integram música relaxante e meditação guiada, o uso de música no cuidado com a saúde mental está se tornando ainda mais acessível. É um campo que promete avançar significativamente, trazendo benefícios para indivíduos de todas as idades.
A música transcende barreiras culturais, sociais e emocionais, oferecendo uma experiência única de cura e conexão com o mundo interior. Seja como instrumento de relaxamento, meio de socialização ou forma de expressão, ela desempenha um papel vital na promoção da saúde mental.
Com sua capacidade de estimular hormônios do bem-estar, reduzir o estresse e fortalecer os laços emocionais, a música se firma como uma aliada essencial na busca pelo equilíbrio emocional.
Integrar a música no cotidiano não apenas promove momentos de prazer, mas também contribui significativamente para a melhoria da qualidade de vida.
A música cura!