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Dez composições de Charles Gavin na semana do Rock no Brasil
Dez composições de Charles Gavin na semana do Rock no Brasil
Um pouco da história do Dia do Rock e canções que foram compostas pelo baterista e ex-Titãs
Nesta semana especial, temos comemoração dupla: além de ser celebrado o Dia do Rock no Brasil, ainda cantamos parabéns para Charles Gavin, baterista, roqueiro dos bons, apresentador e ex-Titãs.
Por isso, nesta matéria especial, nós trouxemos um pouco da história do Dia do Rock e apresentamos 10 canções que foram compostas por Charles Gavin para você conhecer.
Dia do Rock no Brasil
A data foi instituída por aqui quando – em 13 de julho de 1985 – aconteceu o Live Aid: um festival beneficente histórico, que reuniu os maiores nomes do rock mundial para arrecadar fundos para a situação da fome no continente africano. Entre os artistas estavam: Queen, Paul McCartney, U2, The Who, Elton John, Black Sabbath, Eric Clapton, Mick Jagger, Led Zeppelin e muitos outros.
Foram duas apresentações em estádios de Londres e da Filadélfia, para públicos de mais 80 mil pessoas, além de uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e de televisão de todos os tempos, com quase dois bilhões de espectadores.
O Rock’n’roll surgiu nos Estados Unidos, no final dos anos 40 e início dos anos 50, com influências de outros estilos norte-americanos como blues, R&B, gospel, jazz, country e folk e teve a introdução da guitarra elétrica como principal instrumento do gênero.
O estilo se popularizou e tornou-se um sucesso comercial em 1956, com Elvis Presley – conhecido como o Pai do Rock and Roll – e rapidamente se espalhou para o resto do mundo.
Fora dos Estados Unidos, já surgiam também nesta mesma época, os ingleses The Beatles e The Rolling Stones.
Logo, o Rock tornou-se muito mais do que um gênero musical, mas um estilo de vida, trazendo transformações na moda, nas atitudes e na linguagem de toda uma geração.
Nesta matéria publicada pela Novabrasil no ano passado, eu contextualizo a história do Rock no Brasil ao longo dos anos e ainda trago uma playlist especial Dia do Rock pra vocês: O Rock’n Roll na MPB, uma passagem pelo tempo.
Temos ainda a Temporada Especial Rock’n Roll do Acervo MPB,série exclusiva Novabrasil de audiobiografias de grandes nomes da música popular brasileira que têm o Rock como forte influência.
Entre eles estão a nossa eterna musa Rita Lee, Raul Seixas, Marina Lima, Cássia Eller, Cazuza, Lulu Santos, Pitty, as bandas Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Barão Vermelho, Pato Fu, Skank e Kid Abelha e o movimento da Jovem Guarda.
Vale a pena conferir!
Viva, Charles Gavin!
Mas o que torna esta semana ainda mais especial e ainda mais Rock’n Roll é que, nela, celebramos também o aniversário de Charles Gavin, um dos grandes músicos do Rock nacional.
Nascido em São Paulo, do dia 9 de julho de 1960, Charles é baterista, compositor, produtor musical e apresentador.
Ainda durante a infância, ele descobriu sua paixão pela percussão e também sua aptidão e precisão com o ritmo.
Ao 15 anos fez uma bateria improvisada em casa, até que – finalmente – em 1979, aos 19 anos, Charles convenceu o pai a comprar sua primeira bateria real, com a condição de manter os estudos. Em 1982, ele entrou na faculdade de Administração na PUC, enquanto paralelamente operava computadores na fábrica da Panasonic. Nas poucas horas de folga, tocava compulsivamente.
Desde sua estreia, na banda Zero Hora, passou pelas bandas Santa Gang, Zona Franca e Jetsons, esta última ao lado de Branco Mello e Ciro Pessoa, com quem viria a tocar nos Titãs, a partir de 1985.
Também com Ciro, integrou o Cabine C, porém, foi como integrante da banda Ira! que passou a fazer mais shows no circuito alternativo paulistano, chamando a atenção dos Titãs.
Em 1984, após deixar o Ira! e integrar a banda RPM durante os ensaios do seu álbum de estreia, Revoluções Por Minuto, Charles foi chamado para participar dos Titãs, no lugar de André Jung, baterista que acabaria ocupando seu lugar ainda vago no Ira!.
A estreia de Charles Gavin nos Titãs aconteceu em janeiro de 1985. Foi aí que ele passou a se dedicar exclusivamente à música. Logo depois, entrou em estúdio para gravar o segundo disco da banda, Televisão, o primeiro com sua participação.
Charles integrou os Titãs por 25 anos, até fevereiro de 2010.
Charles Gavin para além dos Titãs
Colecionador compulsivo de discos raros em vinil, o baterista também transformou seu hobby numa atividade paralela aos Titãs: nos últimos anos, Charles cuidou do relançamento de discos fora de catálogo, de artistas como Tom Zé, Lady Zu e Novos Baianos, além de organizar coletâneas para algumas gravadoras.
Desde o fim dos anos 80, também produz discos. Sua estreia foi com o álbum Vítimas do Sistema, da banda brasiliense Detrito Federal, em 1988. No selo Banguela, criado pelos Titãs junto com o produtor Carlos Eduardo Miranda, em 1994, produziu o álbum do grupo pernambucano Mundo Livre S/A, lançado em 1994.
Gavin também lançou – em 2008, em colaboração com Tárik de Souza, Carlos Calado e Arthur Dapieve – o livro 300 Discos Importantes da Música Brasileira, edição de luxo que registra os melhores e mais marcantes lançamentos da música brasileira de 1929 até 2007.
Em 2011, o aniversariante do dia se juntou a Toni Platão, Dado Villa-Lobos e Dé Palmeira para formar o supergrupo Panamericana, e tocar sucessos do rock sul-americano.
Em 2017, juntou-se a Duda Brack, Paulo Rafael, Pedro Coelho e Felipe Ventura para formar o projeto Primavera dos Dentes, dedicando-se a revisitar a obra dos Secos & Molhados.
Charles Gavin também apresenta o programa O Som do Vinil, no Canal Brasil, desde 2007. Em cada episódio, o artista investiga as condições históricas da produção de LPs emblemáticos da discografia brasileira e entrevista o autor e pessoas ligadas à produção do disco, revelando detalhes artísticos e técnicos dos bastidores da realização daquela obra.
Em 2020, o programa virou também podcast.
Hoje, nós listamos 10 composições desse artista plural que é Charles Gavin, para você conhecer!
10 composições do aniversariante Charles Gavin para você conhecer
1 – Agora
Parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Branco Mello, Nando Reis, Marcelo Fromer, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Arnaldo Antunes, Agora entrou para o antológico álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora, dos Titãs, de 1991.
Agora foi regravada duas vezes por Maria Bethânia, em uma versão belíssima e bem diferente da original, em um medley com a canção Debaixo D’água (de Arnaldo Antunes): a primeira vez, em 2006, no álbum Mar de Sofia, e a segunda vez, no álbum ao vivo Dentro do Mar tem Rio, de 2007.
2 – Desordem
Canção política e de protesto, Desordem é uma parceria de Charles Gavin com Marcelo Fromer e Sérgio Britto, e entrou para o quarto e também inesquecível álbum da carreira dos Titãs, Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, de 1987.
A música foi regravada outra três vezes pela banda e também ganhou uma releitura bastante original e viceral de Fafá de Belém, no álbum Do Fundo do Meu Coração, lançado pela cantora em 1993.
3 – Estado Violência
Outra canção política do repertório dos Titãs, que contesta a ação do Estado na nossa sociedade, Estado Violência é uma composição solo de Charles Gavin, e foi lançada em outro álbum importantíssimo da carreira da banda: Cabeça Dinossauro, terceiro disco dos roqueiros, de 1986.
4 – Eu Não Sei Fazer Música
Parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Branco Mello, Nando Reis, Marcelo Fromer, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Arnaldo Antunes, Eu Não Sei Fazer Música tambémentrou para o álbum Tudo ao Mesmo Tempo Agora, dos Titãs, de 1991.
Uma nova versão da canção foi regravada no MTV Ao Vivo Titãs, de 2005, último álbum da banda com a participação de Charles Gavin.
5 – Eu Não Vou Dizer Nada (Além do Que eu Estou Dizendo)
Parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Nando Reis, Marcelo Fromer, Paulo Miklos e Sérgio Britto, a deliciosa balada Eu Não Vou Dizer Nada (Além do Que eu Estou Dizendo) integra o álbum Domingo, lançado pelos Titãs em 1995.
6 – Flores
Flores é mais uma balada, dessa vez bastante romântica, da carreira dos Titãs.
Um dos maiores hits da história da banda, a música é uma parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Paulo Miklos e Sérgio Britto, e foi lançada no álbum Õ Blésq Bom, em 1989.
Mas Flores ganhou mesmo uma proporção gigantesca, quando interpretada pela banda em dueto com a cantora Marisa Monte, no antológico Acústico MTV Titãs, de 1997.
7 – Lugar Nenhum
Parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, o hit Lugar Nenhum tambémentrou para o álbum Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, de 1987 e, depois, foi regravadas mais inúmeras vezes pelos Titãs ao longo de sua carreira.
8 – Nem Sempre se Pode Ser Deus
Parceria de Charles Gavin com Tony Bellotto, Branco Mello, Nando Reis, Paulo Miklos, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, Nem Sempre se Pode Ser Deus foi lançada no álbum Titanomaquia, de 1993 e, depois, ganhou versões ao vivo nos álbuns MTV Ao Vivo -Titãs (2005) e Nheengatu Ao Vivo (2015).
9 – Pela Paz
Outra balada do álbum Domingo, de 1995, Pela Paz é uma parceria de Charles Gavin com Branco Mello, Nando Reis, Paulo Miklos e Sérgio Britto, e voltou a ser gravada pelos Titãs 20 anos depois, em 2015, no álbum Nheengatu Ao Vivo.
10 – Uns Iguais aos Outros
Por fim, mais um sucesso do álbum Domingo, de 1995: Uns Iguais aos Outros, parceria de Charles com Sérgio Britto.
por Lívia Nolla
