
Trump, Rússia e Ucrânia: bastidores de aliança que pode mudar o mundo
Trump, Rússia e Ucrânia: bastidores de aliança que pode mudar o mundo
Posição de Donald Trump na guerra da Ucrânia pode redefinir o equilíbrio de poder e alterar o rumo das negociações entre os envolvidos


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está no poder há mais de cinco anos, sem novas eleições. Segundo o professor Manuel Furriela, reitor da FMU, essa extensão foi uma decisão parlamentar.
“O país está em guerra, vive um conflito com uma das maiores potências do mundo, e medidas excepcionais são necessárias”, explicou no Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro.
Ainda assim, Trump tem usado essa situação para desqualificar Zelensky, chamando-o de ditador.
Essa postura não é aleatória, “é uma estratégia para diminuir a credibilidade do presidente ucraniano e enfraquecer sua posição nas negociações”, apontou Furriela.
O interesse dos EUA nos recursos da Ucrânia
A relação entre os Estados Unidos e a Ucrânia está longe de ser apenas política. Trump condiciona o apoio americano a interesses estratégicos, especialmente na exploração dos chamados minerais de terras raras.
“Esses minerais são fundamentais para a indústria de tecnologia e defesa, e os EUA querem garantir acesso a essas reservas”, afirmou o professor.
Além disso, Trump mantém uma relação de proximidade com Vladimir Putin desde seu primeiro mandato. Essa aliança pode influenciar diretamente o futuro da guerra.
“Se os interesses americanos não forem atendidos, o apoio à Ucrânia pode diminuir”, alertou Furriela.
Trump e sua aproximação com a Rússia
Um dos sinais mais claros dessa reaproximação é a possível presença de Trump na celebração dos 80 anos da vitória soviética sobre o nazismo, em Moscou.
“Isso é significativo, porque tradicionalmente as comemorações são feitas separadamente”, destacou o especialista.
Trump tem utilizado essa relação com Putin como parte de sua estratégia geopolítica.
“Ele desqualifica Zelensky e, ao mesmo tempo, sinaliza aproximação com a Rússia para ganhar influência nas negociações”, explicou o professor.
Esse jogo diplomático pode redefinir alianças e impactar o equilíbrio de forças internacionais.
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O impacto da guerra na Europa e a crise na Alemanha
A guerra não afeta apenas a Ucrânia. A Alemanha, maior economia da União Europeia, enfrenta uma grave crise econômica devido ao conflito.
“O país perdeu o fornecimento de gás barato da Rússia e precisou buscar alternativas mais caras”, disse Furriela.
Essa instabilidade contribuiu para a ascensão da direita no país. “O recente resultado eleitoral na Alemanha mostra um movimento de afastamento da influência americana e uma tentativa de fortalecer a União Europeia”, analisou.
Trump tem adotado uma postura de desprestígio à Europa, excluindo países como França e Alemanha de grandes negociações.
“Ele busca seguir uma agenda mais isolacionista, o que pode forçar a Europa a buscar novas estratégias de fortalecimento”, explicou Furriela.
Um novo cenário geopolítico em construção
O impacto da política de Trump na guerra da Ucrânia vai além do campo de batalha.
Sua relação com Putin, a pressão sobre Zelensky e o desprestígio à Europa fazem parte de um jogo estratégico que pode mudar o equilíbrio de poder global.
As decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para definir o futuro do conflito e as alianças internacionais.
Como destacou Furriela, “Trump não age sozinho. Ele representa uma corrente de pensamento dentro do Partido Republicano que busca redefinir o papel dos EUA no cenário global”.