Eleições 2024: “O PSDB não deixou de me apoiar”, diz Ricardo Nunes
Eleições 2024: “O PSDB não deixou de me apoiar”, diz Ricardo Nunes
Atual prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, foi convidado na última rodada de entrevistas da Novabrasil e SBT News; confira
Em entrevista nesta terça-feira (30), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, negou que a aliança com o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua campanha pela reeleição possa ter afugentado o PSDB da sua base de apoio. “A grande maioria da militância do PSDB está me apoiando.
É que o partido sofreu uma intervenção nacional e aí teve uma decisão colegiada. Se tivesse votação, estariam me apoiando”, disse ele, ao citar vários secretários tucanos do seu governo.
No sábado passado, houve briga e confusão no lançamento da candidatura do PSDB para que José Luis Datena concorra à prefeitura de São Paulo.
Sobre a pesquisa Quest de intenção de voto para São Paulo, em que Nunes aparece em primeiro lugar (20%), empatado tecnicamente com José Luis Datena (19%) e Guilherme Boulos (195); o pré-candidato do MDB destacou que é o candidato com menor rejeição e por isso venceria todos os cenários no 2º turno.
Considerando margem de erro de 3 pontos percentuais, os três estão empatados tecnicamente no 1º turno. A pesquisa entrevistou 1.002 pessoas de 16 anos ou mais entre 25 e 28 de julho e foi registrada sob o número SP-06142/2024.
Confira abaixo:
Confira outros assuntos tratados por Nunes durante a entrevista:
Obras
Nunes exaltou a quantidade de obras municipais, acima de R$ 500 mil, que estão sendo realizadas atualmente na cidade de São Paulo. “Acontecem neste momento, 1.425 obras na cidade, todas de grande porte, acima de meio milhão”, disse o prefeito, ressaltando que 100% do dinheiro utilizado vem dos cofres públicos.
Nunes disse ainda que foram colocados 20 milhões de m² de recapeamento, e já entregou 15 milhões. “ É o mesmo que sair do centro [de São Paulo] ir até o Acre, e até o final do ano, vamos sair do Rio Grande do Norte, passar por toda a costa do brasil até o Rio Grande do Sul”, enfatizou.
O próprio candidato citou a demora de um ano para a licitação por causa de supostas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Município. “Conseguimos superar, atender as exigências, conseguimos fazer a licitação.
Em 2022 começamos a licitação. Vamos entregar, no contexto geral, muito mais do que estava previsto, em 16 bilhões de investimentos”, disse. Há um mês, o Ministério público abriu um inquérito para investigar possível remanejo irregular de recursos de outras pastas para as obras.
Segundo Nunes, há mais de 1.400 obras municipais em andamentos hoje na cidade.
Governo Federal pouco ajuda com moradores de rua
Dados sobre moradia mostram que, quando assumiu a prefeitura de São Paulo em 2021, Ricardo Nunes administrava uma cidade com cerca de 31 mil moradores de rua. Hoje, o número subiu para 76 mil moradores.
“O Censo de 2022 informava que havia o número de 31 mil pessoas; mas os dados a que você se refere agora são dados da Universidade Federal de Minas Gerais, que pega informações do CadÚnico – que não é um censo, pois ele é autodeclaratório e acumulativo”, apontou o prefeito.
Para Nunes, o modo de mudar a situação dos moradores de rua é oferecendo emprego e oportunidades. “Hoje temos 25 mil vagas. Eu criei as Vilas Reencontro, que têm 18 metros quadrados; têm assistente social e oferecem curso profissionalizante”, pontuou ele
Além disso, segundo Nunes, a Capital conta com mil agentes que fazem abordagem para as pessoas em situação de rua procurarem abrigo nas Vilas, em hotéis, em repúblicas ou em Centros de Acolhida Especial (CAEs).
Ele também afirmou que, em questões de investimento, o orçamento para contratação de assistentes sociais é de R$2,3 bilhões – em contrapartida, a cidade recebeu R$40 milhões do Governo Federal para custear esses profissionais. “Nessa questão das pessoas em situação de rua, o Governo Federal ajuda pouco”, afirmou.
Contratos suspeitos com empresas de ônibus
Recentemente uma megaoperação comandada pelo Ministério Público revelou que a cúpula de duas empresas de transporte de São Paulo é formada por integrantes do crime organizado.
Segundo Nunes, foi a prefeitura da Capital paulista que entrou como assistente de acusação no processo, há dois anos. “O Pita, como prefeito, estava desestruturado – e aí começou a operação das vans.
Quem ganhou a prefeitura foi a Marta. Daí então fizeram contatos de emergência – aquilo que estava ilegal, legalizaram. Quando Covas assumiu, fez licitação e as 32 empresas ganharam o processo.
Eu assumi um contrato vigente”, contextualizou o prefeito, afirmando que se for comprovada participação de crime organizado nas empresas, será o primeiro a extinguir os contratos.
Questionado sobre ter parabenizado o serviço prestado por uma das empresas investigadas, a UP Bus, Nunes respondeu que tinha o intuito de não deixar que os serviços de 1.500 ônibus parassem naquele momento.
“Ao determinar a intervenção, fui rígido mas presente para que o serviço tivesse continuidade e a população não fosse prejudicada”, completou.
Pandemia dificultou Plano de Metas
Das 86 metas propostas pela atual gestão, apenas 36 foram atingidas, de acordo com os dados do Programa de Metas, divulgados pela própria prefeitura.
“Lógico que tínhamos que concentrar muita energia para cuidar das pessoas na pandemia, ser um exemplo. Não faltou enfermaria para ninguém, UTIs. A cidade conseguiu, naquele momento muito difícil, com 12 milhões de habitantes, isso é um país, né?”.
Ricardo Nunes disse que “as metas foram ousadas e precisam ser ousadas”, e apresentou os projetos da sua gestão. Ricardo Nunes citou os 164 quilômetros de extensão da faixa-azul e a meta de 72 mil habitações até o fim de 2024, contando obras entregues, em construção e contratadas.
O pré-candidato também citou a geração de emprego e renda, transporte hidroviário, e os armazéns solidários, que, segundo ele, não estavam no plano de metas.
“O pós pandemia nos trouxe novos desafios”, acrescentou. Segundo Nunes, foram criadas 65 Cozinhas-Escolas para fornecer 400 refeições por dia dentro das comunidades. “Distribuímos por dia 7 mil cestas básicas”, pontuou.