Inês de Castro: “O chão virou sabão”

Daqui Pra Frente com Inês de Castro
18:33 03.06.2024
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Jornalista, escritora e radialista
Bem viver

Inês de Castro: “O chão virou sabão”

25% das pessoas com mais de 75 anos e que vivem em áreas urbanas do país já sofreram alguma queda com repercussões que vão das fraturas à incapacidade funcional. Tudo isso pode ser evitado

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- 03.06.2024 - 18:33
Inês de Castro: “O chão virou sabão”
Foto: Inês de Castro.

Vai subir nesse banquinho, tem certeza? Sim, eu sempre subi nesse banquinho. Mas, dessa vez ele estava meio afastado, ela não viu direito. O que seria um tombo bobo aos 35 anos, aos 70 pode ter consequências graves.

A última edição do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros – pesquisa longitudinal, de base domiciliar, conduzida em amostra nacional representativa da população com 50 anos ou mais em 70 municípios das cinco regiões do país, com objetivo de examinar os determinantes sociais e biológicos do envelhecimento – mostrou que a prevalência de quedas da população idosa é de 25% nas áreas urbanas do país.

E pode gerar impactos psicológico, além de fraturas, incapacidades funcionais e redução motora, inclusive com risco cirúrgico.

Por aquilo que a gente chama de “bobagem”, um tombo gera uma repercussão enorme na vida.

O tombo bobo, o tropeção que leva à queda, a topada no canto da parede, o mau jeito na hora de sentar num sofá… em geral eles acontecem por falta de consciência corporal e pequenos ajustes que deveríamos fazer no passar dos anos, mas simplesmente deixamos de lado.

Aquela sandália que a gente sempre usou, por exemplo, deixa de ser a melhor companheira quando envelhecemos e é preciso passar adiante se estiver em bom estado ou simplesmente descartar por falta de serventia.

A corridinha que dávamos para atender alguém que nos chama e que parece tão inocente, uma hora que é preciso prestar atenção à ela e dizer: se quiser, espera.
Eu conheço uma mulher 85 anos que precisa, mas se recusa a usar bengala. Disse que não quer parecer velha.

Conheço outra que, aos 90, não sai de casa sem a coleguinha, sua bengala dobrável que ela enfia na bolsa e saca sem cerimônia toda vez que vai passear.

Qual dessas duas corre menos riscos?

O Ministério da Saúde criou uma cartilha com orientações básicas que podem ajudar muito.

Veja também:

O que evitar em ambientes internos ou domésticos

• Pisos escorregadios
• Tapetes soltos
• Muitos objetos em área de circulação
• Ausência de barras de apoio e corrimão
• Móveis instáveis
• Iluminação fraca
• Cadeiras, camas e vasos sanitários baixos e sem apoio
• Bengalas e andadores danificados ou sem ajustes
• Calçados com solado liso e cadarços frouxos

Como agir na rua

• Sempre usar e respeitar a faixa de pedestres
• Ao sair para compras, usar sacolas pequenas
• Observar o meio-fio ao subir e descer das calçadas
• Se manter atento aos desníveis das calçadas
• Se necessário, usar bengalas, muletas e objetos de apoio

Tirar da frente os tapetes soltos, os móveis instáveis, fugir das escadas sem corrimão, substituir sapatos frouxos por calçados firmes e, sim, investir em tudo – e em todos – que possam nos dar apoio (físico, emocional, psicológico) não é demonstração de fraqueza. É aceitação da passagem da vida que pode estar mais frágil e nem por isso pior.

Fonte: O Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros foi coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz – Minas Gerais (Fiocruz-MG) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com financiamento do Ministério da Saúde e do Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicação.

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