Previdência precisa de ajustes, após tesourada no Congresso em 2019, diz economista
Previdência precisa de ajustes, após tesourada no Congresso em 2019, diz economista
Paulo Tafner, em entrevista à Novabrasil, destacou que o envelhecimento da população exige aprimoramento do sistema previdenciário para atender brasileiros
A reforma previdenciária, aprovada em 2019, não foi suficiente para deixar o sistema sustentável, segundo os economistas Paulo Tafner e Fábio Giambiagi. Eles lançaram recentemente o livro “A Reforma Inacabada – O futuro da Previdência Social no Brasil”. Na obra, eles apresentam dados e informações que indicam uma necessidade de aprimorar o sistema previdenciário brasileiro.
Em entrevista à Novabrasil, o economista Paulo Tafner destacou que o aumento da idade de aposentadoria, a redução da diferença entre homens e mulheres e o ajuste dos benefícios dos rurais, são alguns dos temas a serem avaliados.
O economista lembra que muitos ajustes que são necessários estavam contidos na proposta de reforma de 2019. “Sem dúvida, a reforma de 2019 foi sendo tesourada no processo legislativo, na Câmara e no Senado. Parte do que a gente terá de fazer, já poderia ter sido feita porque constava na proposta de 2019. Mas, a política é o que é possível”, conclui Tafner.
Para Tafner, as despesas previdenciárias, após a reforma, passaram a crescer num ritmo menor. Ou seja, dentro do objetivo. Apesar disso, com a adoção, a partir de 2023, da regra de aumento do salário mínimo real, com correção por inflação mais o PIB de 2 anos anteriores, há um efeito deletério nas contas da Previdência. “Isso significa que, parte da economia feita com a reforma, passa a ser desfeita com essa medida. Acelerou a necessidade de fazer nova mudança e teremos de enfrentar isso muito brevemente”, diz ele.
Os dados do Censo de 2022 indicam que o envelhecimento no Brasil avança numa velocidade maior do que se imaginava. Com isso, em pouco tempo, teremos mais idosos precisando da Previdência. O ajuste, então, é mais do que necessário.