“Política monetária deve mesmo ser mais agressiva neste momento”, diz colunista
Economia que importa com Marcela Kawauti
Economista
“Política monetária deve mesmo ser mais agressiva neste momento”, diz colunista
Marcela Kawauti analisa a decisão do BC que elevou a taxa Selic em um ponto percentual
A preocupação com a inflação e a necessidade de dar um choque credibilidade levaram ao aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central. A avaliação é da economista e colunista da Novabrasil, Marcela Kawauti.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual. A Selic passa para 12,25% ao ano. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai analisar com calma a alteração, mas que já estava precificado nesse sentido.
Marcela destaca que o mercado financeiro esperava uma alta de 0,75%. Ela diz que “o Banco Central deu um choque de credibilidade. Ele foi além e colocou os juros em 12,25% ao ano. Isso foi importante porque o BC se compromete com a meta de inflação”.
A economista da Lifetime Asset, e colunista da Novabrasil, diz que houve avanços em variáveis que levaram à essa decisão. “A gente teve surpresas em relação à inflação, que está acima da meta, a expectativa é de que se mantenha em nível alto para 2025 e ainda teve o avanço do dólar. É uma composição ruim para a inflação no ano que vem”, afirma ela.
Marcela Kawauti lembra que o BC deve cuidar da estabilidade monetária, evitando a alta da inflação. Uma das ferramentas é o aumento dos juros, que esfria a demanda e ajuda a segurar a elevação de preços.
Para além da subida de juros, há também a “contratação” de duas altas nas taxas para o ano que vem. Com a mudança da presidência da instituição, ao dizer que vai manter o ritmo, o Banco Central indica uma continuidade do comprometimento com a meta inflacionária.
A economista entende que “a política fiscal está aquém do que seria necessário. O governo federal precisa economizar nos gastos e melhorar a qualidade desses gastos públicos”. Diante disso, a política monetária precisa ser mais agressiva, com juros maiores ajudando a conter a inflação.
A colunista lembra também que o lado perverso é que o consumidor vai enfrentar juros maiores nesse cenário. Como referência para as outras taxas de juros, a Selic leva também ao aumento do empréstimo pessoal, dos cartões e do crédito imobiliário, por exemplo.
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Economia que importa com Marcela Kawauti
Economista formada pela USP com mestrado em Economia e Finanças pela FGV-SP. Quase 20 anos de experiência em pesquisa econômica, educação financeira e riscos. Atua no momento como economista-chefe da Lifetime Asset Management.