
Eleições 2024: “Polarização continua, mas há espaço para outros partidos”, diz especialista
Eleições 2024: “Polarização continua, mas há espaço para outros partidos”, diz especialista
Em entrevista à Novabrasil, o cientista político Fábio Pereira, analisa os resultados das eleições municipais


A polarização no Brasil ainda está presente, apesar do crescimento de alguns partidos, especialmente de centro direita na eleição municipal de 2024. A avaliação é do cientista político e professor da ESPM, Fábio Barreto.
Em entrevista à Novabrasil, Barreto diz que “a polarização continua viva, mas há espaços, sobretudo para partidos de centro direita”. Para o especialista, não é possível falar em derrota do bolsonarismo porque o PL foi um dos partidos que mais cresceram em número de prefeituras. “O partido fez duas prefeituras pequenas, mas que podem ser importantes em 2026 porque estão no Nordeste”, diz Barreto. O PL conquistou as prefeituras de Maceió e Aracaju, no Nordeste, além de Rio Branco e Cuiabá.
O PT, por sua vez, teve um número de prefeituras maior do que em 2020. Fábio Barreto ressalta ainda que “o PT volta a comandar uma capital, coisa que não acontecia há 8 anos. A polarização está viva e Lula e Bolsonaro ainda aglutinam muito, mas não podem tudo. Esse é o recado que sai das urnas”.
Nas eleições municipais deste ano, a reeleição foi de 80% dos candidatos que tentaram a manutenção do cargo. Nas capitais foram 16 os reeleitos. O cientista político e professor da ESPM, Fábio Barreto, aponta que a máquina pública e o orçamento são elementos que auxiliam aqueles que estão no cargo. “Além disso, muitos prefeitos, na posição de candidatos à reeleição, podem se articular com parlamentares para receber emendas”, diz ele, ressaltando que é importante entender o peso das emendas orçamentárias nesse período eleitoral.
O PSD, partido de Gilberto Kassab, elegeu o maior número de prefeitos para o país. A sigla venceu em 887 municípios superando o MDB, que conquistou 856 prefeituras. O segundo turno da eleição também foi marcado pelo alto índice de abstenção, que chegou aos 29% na média.
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Em entrevista à Novabrasil, Fábio Barreto diz que “a abstenção também tem a ver com fluxo migratório. O Rio Grande do Sul, há décadas, registra uma saída de pessoas maior do que a entrada. Há um descontentamento com a política, mas o fluxo migratório também ajuda a explicar a questão da abstenção”. E com o desempenho do PSD, Barreto entende que o grande vencedor da eleição é Gilberto Kassab.