
Desaprovação em estados que Lula venceu chama atenção na Quaest
Desaprovação em estados que Lula venceu chama atenção na Quaest
A popularidade do presidente caiu em diversas regiões do país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais


A mais recente pesquisa divulgada pela Quest revelou desaprovação em estados que Luiz Inácio Lula da Silva venceu as eleições, um cenário desfavorável para o terceiro mandato do presidente Lula. De acordo com o levantamento, a desaprovação do governo supera 60% em estados-chave, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O cientista político Rui Tavares analisou os dados em entrevista ao Jornal Novabrasil, apresentado por Heródoto Barbeiro. Segundo ele, a queda na aprovação de Lula “já vinha sendo observada, mas se intensificou nos últimos dois meses”.
Ele destacou que esse aumento pode ser resultado da inflação, que impacta diretamente o bolso do eleitor, além de desacertos na administração.
Desaprovação em estados que Lula venceu
A pesquisa também revelou que a aprovação de Lula caiu mais de 15 pontos na Bahia e em Pernambuco. Esses estados foram decisivos para sua vitória em 2022, mas, pela primeira vez, a desaprovação numericamente superou a aprovação.
Outro fator que pode ter influenciado esse resultado foi a recente troca no Ministério da Saúde. “A saída de Nísia Trindade e a chegada de Alexandre Padilha são elementos que precisam ser considerados”, explicou Tavares.
Segundo ele, mudanças ministeriais podem ter impacto direto na percepção da opinião pública.
Problemas de comunicação e estratégia política
Para Rui Tavares, a forma como o governo interpreta os dados das pesquisas também pode influenciar suas decisões.
Ele alerta que muitas vezes “o governo olha para o marqueteiro, para as dificuldades no Parlamento ou apenas para as pesquisas de opinião, sem calibrar corretamente os diferentes fatores”. Isso pode levar a trocas erradas e estratégias mal planejadas.
Outro ponto crucial é a comunicação. Mesmo que o governo acerte em suas políticas, se não houver um bom trabalho de divulgação, a percepção popular pode ser negativa. “A grande guerra sempre é da comunicação”, afirmou o cientista político.
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O que os dados realmente mostram
Tavares também chamou atenção para a metodologia da pesquisa. Segundo ele, os dados são mais relevantes para governadores, deputados e senadores do que para uma avaliação nacional da popularidade do presidente.
“É preciso lembrar que essa pesquisa foi feita em apenas oito estados, ainda que sejam os mais populosos do país. Isso significa que seus resultados refletem muito mais o panorama político local do que um julgamento definitivo sobre a aprovação do governo federal”, ressaltou.
Apesar disso, os números indicam uma tendência preocupante para o governo. Se essa queda continuar, Lula pode enfrentar dificuldades na governabilidade e na construção de alianças para projetos futuros.
Possíveis desdobramentos
Com a desaprovação em estados que Lula venceu, e sobretudo em alta pelo país inteiro, o governo precisará adotar estratégias mais eficazes para reverter a situação. Melhorar a comunicação e focar em soluções para os problemas econômicos são caminhos essenciais.
Caso contrário, a tendência é que os índices de desaprovação se tornem ainda mais elevados nos próximos meses, aumentando a pressão sobre o governo.