Estamos levando a sério o avanço das facções?

Durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) disse que “as facções estão imperando no Brasil”. O favorito para voltar a comandar o Senado acrescentou que as facções atuaram nas eleições municipais em todo o país e afirmou também que elas têm participado de licitações “com empresas laranjas para lavar dinheiro”.

São falas gravíssimas e, por isso, as comento na coluna Conexão Brasília, somente na Novabrasil FM, nesta terça-feira (22), porque parece que ainda não entendemos muito bem a situação preocupante. Muitos imaginavam que em 2024 teríamos as eleições da inteligência artificial. Acabamos tendo as eleições do crime organizado.

Não basta somente falar sobre o assunto, será preciso agir com coragem. Alcolumbre disse que sua fala era um “desabafo”. Tudo bem. Mas ele é senador da República, não pode fazer apenas um desabafo. Se ele tem informações sobre tudo o que disse, é preciso acionar os órgãos competentes, por exemplo. Se não tem essas informações, agiu de maneira irresponsável.

Antes, as facções, assim como o tráfico e a milícia, escolhiam seus candidatos. Agora, eles querem ser os próprios candidatos. A coisa escalou e, em sendo assim, há uma disputa de espaço até mesmo com os políticos tradicionais.

Portanto, não podemos normalizar o avanços da facções. Até pouco tempo atrás, nem sequer se falava o nome das facções. O cenário é assustador. E, em razão disso, insisto que a fala de Alcolumbre não pode virar só um desabafo.

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