Candidatos deixam baixaria de lado e focam em propostas em debate do SBT
Candidatos deixam baixaria de lado e focam em propostas em debate do SBT
Encontro nesta sexta-feira (20) teve participação da Novabrasil e do Portal Terra
O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado nesta sexta-feira (20) pelo SBT, a Novabrasil e o Portal Terra, foi marcado pela mudança de tom dos participantes, com apresentação de propostas e poucos ataques.
As gritarias e até agressão com cadeirada foram deixadas de lado. Participaram o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado Guilherme Boulos (PSOL), o empresário Pablo Marçal (PRTB), a deputada Tabata Amaral (PSB), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a economista Marina Helena (Novo).
Foi o sétimo debate no primeiro turno das eleições, em São Paulo. Logo no início, o apresentador César Filho lembrou episódios de debates anterioeres e pediu respeito aos candidatos, lembrou as regras que proibiram apelidos e as possibilidades de expulsão.
“Em caso de descumprimento, o candidato infrator será advertido e pode ser o tempo de fala suspenso. Se for uma situação extrema, o candidato pode ser convidado a se retirar”, destacou. No total, o debate teve três direitos de resposta.
Primeiro bloco
O debate começou com Guilherme Boulos questionando José Luiz Datena sobre suas propostas para resolver a violência contra a mulher e os feminicídios na cidade. Boulos criticou a atuação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), estar concentrada apenas no centro de São Paulo.
Em seu confronto com Boulos, Ricardo Nunes tratou da gestão ambiental. O prefeito ressaltou dados positivos do seu governo, como o aumento da cobertura vegetal na cidade de 48% para 54% e a desapropriação de áreas de mata “do tamanho de Paris”. Lembrou ainda a participação em um debate sobre mudanças climáticas no Vaticano, quando se encontrou com o Papa Francisco.
Boulos, por sua vez, focou no fato de São Paulo ter sido considerada a “cidade mais poluída do mundo” dias atrás e no descumprimento da meta de eletrificação dos ônibus.
Tabata Amaral atacou Pablo Marçal, lembrando sua condenação na Justiça por fraude bancária.A candidata do PSB disse que Pablo Marçal “é como o Jogo do Tigrinho, promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido, mas que lascam a maioria das pessoas.” A declaração rende a Marçal um direito de resposta. “Em todos os debates eu nunca fui o palhaço, eu sempre respondi aos palhaços. E a Tabata, que parece a moça mais comportada de todas, acabou de ceder esse espaço”
A candidata do PSB, Tabata Amaral, e o apresentador José Luiz Datena comentaram sobre a demora para marcar exames e consultas nas UBSs da capital paulista.
Marina Helena, do Novo, foi questionada por Pablo Marçal sobre “ideias inovadoras” na mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Em resposta, disse que a primeira ideia inovadora é “não votar na esquerda”.
Segundo bloco
O segundo bloco do debate teve perguntas de jornalistas aos candidatos. O apresentador Roberto Nonato, da Rádio NovaBrasil, direcionou a pergunta para Tabata Amaral, com comentários de Marçal, sobre o que fazer para amenizar o péssimo ar da cidade. Tabata disse que para resolver o problema não adotaria medidas para endurecer o rodízio de veículos na cidade. Entre as solução, citou o investimento em transporte público e ônibus elétricos.Marçal surpreendeu ao defender Nunes em relação às medidas adotadas pela Prefeitura na semana de ar crítico em São Paulo, quando a cidade teve o pior ar do mundo.
Guilherme Boulos foi indagado sobre vai agir, se eleito, em caso de resistência às ordens da Guarda Civil Metropolitana (GCM), como era sua atuação enquanto líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). O candidato do PSOL prometeu uma relação “tranquila” com a GCM.
José Luiz Datena falou da necessidade de tirar crianças das ruas, que ele estimou em três mil. O tucano prometeu manter abrigos dignos e aumentar o valor do auxílio aluguel.
O prefeito Ricardo Nunes foi questionado sobre o aumento no número de mortes no trânsito em São Paulo, um acréscimo de 31,6% no primeiro semestre do ano, segundo dados Detran, e o veto a instalação de novos radares na cidade. Nunes destacou a implantação da Faixa Azul para reduzir as mortes no trânsito e disse que a decisão sobre os radares foi para evitar a indústria da multa na cidade.
Ao comentar a resposta do prefeito, Guilherme Boulos perguntou a Nunes sobre a defesa do Passaporte da Vacina. O atual prefeito disse que foi um erro requisitar o passaporte: “A gente precisa corrigir o que a gente erra, que foi a questão do passaporte [da vacina]. Eu não preciso obrigar as pessoas, para irem em uma igreja, a apresentar o passaporte.
Terceiro bloco
No terceiro bloco do debate, os candidatos novamente se confrontaram. José Luiz Datena indagou Ricardo Nunes sobre a investigação do Ministério Público contra duas empresas de ônibus com contratos com a prefeitura, Nunes disse que ele foi o responsável por “iniciar as investigações”.
Guilherme Boulos e Tabata Amara debateram sobre políticas relacionadas à saúde mental. Ricardo Nunes defendeu durante embate com Guilherme Boulos o programa de asfaltamento da cidade. Boulos criticou a privatização dos cemitérios da capital paulista. “Teve preço que aumentou 11 vezes. A pessoa pobre não consegue enterrar o ente querido no momento mais difícil da vida”.Ricardo Nunes se defendeu e disse que não é verdade os argumentos do deputado.
Tabata Amaral questionou Pablo Marçal sobre medidas para reduzir o feminicídio e a violência sexual contra as mulheres.O empresário responsabilizou o presidente Lula pela escalada da insegurança e pediu a ajuda do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para combater o problema social. Marçal disse ainda que, se eleito, vai lançar um aplicativo para o cadastro de homens agressores.