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Depoimento de coordenadora do Laboratório PCS Saleme não convence investigadores

Sergio Leao
11:14 21.10.2024
Jornal novabrasil

Depoimento de coordenadora do Laboratório PCS Saleme não convence investigadores

Profissional presa no fim de semana alegou "falha humana" no processo que resultou na contaminação por HIV de transplantados

Sergio Leao - 21.10.2024 - 11:14
Depoimento de coordenadora do Laboratório PCS Saleme não convence investigadores
FOTO: Novabrasil

Cinco pessoas foram presas até esta segunda-feira (21) na investigação que apura a emissão de laudos falsos que resultaram na infecção por HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro.

A última delas foi Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, presa no domingo (20) na segunda fase da investigação da Delegacia do Consumidor.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Wellington Pereira Vieira, titular da Delegacia do Consumidor, a versão de Adriana na cidade da polícia não convenceu os investigadores.

“Ela negou, mas a polícia segue investigando e tem bastante fundamentos para contradizê-la. O material arrecadado na residência dela é importante: três computadores, quatro telefones e pode ser que lá a gente encontre outros dados importantes para investigação. Agora vamos analisar todos esses documentos que foram apreendidos, fazer a perícia nos aparelhos eletrônicos da primeira fase e da segunda fase e quando esses dados chegarem podemos ter a terceira fase.” afirmou o delegado.

Ao ser questionada por jornalistas em sua chegada na cidade da polícia sobre a falha que levou à contaminação por HIV de, pelo menos, seis pacientes transplantados, Adriana respondeu: “Humana”.

FOTO: Novabrasil

Em seu depoimento na última semana, Adriana afirmou que não assinava os laudos e que não sabia das obrigações contratuais da PCS Saleme. Ela foi acusada por Ivanílson Santos, preso na segunda-feira, de ter dado a ordem para economizar no controle de qualidade.

Adriana disse que sua tarefa era apenas supervisionar os técnicos, que nunca soube de mudanças nos protocolos de controle de qualidade e que nunca deu ordem para que esse controle fosse semanal.

FOTO: Novabrasil

E os outros presos, o que dizem?

Cleber de Oliveira Santos, o penúltimo a ser preso, disse que não trabalhava mais no PCS Saleme na época dos exames errados.

Jaqueline Iris Bacellar de Assis afirmou que foi o próprio Walter Vieira, dono da clínica que foi o primeiro a ser preso, que deu ordem a todos os setores para economizar custos e que a ordem era que a calibragem dos aparelhos, que deve ser diária, fosse feita uma vez por semana, o que compromete a segurança e a qualidade dos resultados.

FOTO: Montagem / Novabrasil
FOTO: Novabrasil

Durante a operação de domingo, a máquina usada para fazer testes de HIV foi apreendida

Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) apreenderam, na manhã deste domingo (20), a máquina usada para fazer testes de HIV do Laboratório PCS Saleme.

FOTO: Novabrasil

O equipamento foi apreendido no bairro do Humaitá, na Zona Sul do Rio, durante a segunda fase da Operação Verum, que mira suspeitos de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na infecção por HIV de pacientes transplantados.

Nova testagem vai acontecer pelo Hemorio

Análises preliminares do Hemorio, divulgadas neste domingo (20), indicaram que não há mais amostras de sangue de doadores de órgãos infectados pelo HIV.

Apesar disso, o Hemorio já disse que decidiu fazer uma segunda bateria de testes. A decisão foi tomada pela relevância do caso em que houve seis pacientes transplantados infectados por HIV no Rio de Janeiro.

Ainda não há uma data prevista para saírem os resultados da segunda sessão de exames.

Infectado, internado no Rio de Janeiro

Um dos 6 pacientes infectados por HIV durante transplantes no Rio de Janeiro foi internado. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

A pessoa foi levada e internada no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além do atendimento de emergência, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro destaca que os pacientes e seus parentes estão recebendo apoio ambulatorial e psicológico.

A Fiocruz afirmou que não vai se manifestar sobre a internação.

O caso é inédito na história do serviço de transplantes do Rio de Janeiro, que, desde 2006, já salvou mais de 16 mil pessoas.

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