“Cortar gastos é fácil”
“Cortar gastos é fácil”
Diego Amorim comenta na coluna Conexão Brasília o pano de fundo das discussões envolvendo o pacote fiscal
Na coluna Conexão Brasília desta terça-feira (10), somente na Novabrasil FM, comento a dificuldade que as autoridades alegam ter para cortar gastos.
Eu digo que cortar gastos é difícil porque, na verdade, é muito fácil.
Todo governo e toda autoridade de poder público — no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário — sabe onde tem sobra, onde tem gordura, onde, portanto, se pode cortar.
Eles sabem. Não tem que quebrar a cabeça. Não tem que fazer muita conta. Não tem que gastar muito tempo nem energia em reuniões. Não tem que contratar consultoria. Nada disso.
É só olhar para os lados.
Onde que corta? Posso ajudá-los com alguns exemplos, pois a listinha é interminável.
— Demitir funcionários fantasmas e gente em gabinete que não faz absolutamente nada e está ali somente porque é favor de fulano e sicrano. Caso desinchassem gabinetes em Brasília, a economia seria grande.
— Fazer uma varredura em cartões corporativos e em cotas parlamentares, para saber se os recursos públicos estão sendo usados realmente somente em ações que têm alguma relação com o exercício do cargo.
— Acabar com supersalários, penduricalhos e auxílios sem sentido no funcionalismo. Rever a quantidade e os tipos de reformas em apartamentos funcionais. Extinguir as férias de 60 dias para magistrados. Avaliar o uso de aviões da FAB.
— Mais um ponto: o Brasil precisa mesmo de 513 deputados, por exemplo? É gente demais. É estrutura demais. São 513 gabinetes, 513 apartamento funcionais. E o plenário da Câmara nem sequer suporta essa quantidade de pessoas.
— Investigar e acabar com a distribuição de emendas para obras superfaturadas tocadas por empresas de fachada ligadas a amigos e parentes de parlamentares.
Infelizmente, gerir recursos públicos esbarra em raciocínios como “é assim mesmo”, “o sistema é assim”, “não vai mudar”…
Eu, no entanto, repito: cortar gastos é difícil porque, na verdade, é fácil demais.
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