
Brasil e China reforçam parceria durante visita oficial de Lula a Pequim
Brasil e China reforçam parceria durante visita oficial de Lula a Pequim
Em visita a Pequim, Lula e Xi Jinping reforçam apoio a negociações entre Rússia e Ucrânia e defendem solução política mediada pelo Sul Global.


Durante visita de Estado à Pequim, Brasil e China assinaram, nesta manhã, uma Declaração Conjunta em que reafirmam o compromisso para fortalecer a Comunidade de Futuro Compartilhado. O presidente Lula foi recebido ao som de “Andar com Fé”, do Gilberto Gil, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, pelo presidente chinês Xi Jinping.
No documento, Brasil e China defendem a reforma da ONU, “incluindo de seu Conselho de Segurança, com o objetivo de torná-lo mais democrático e representativo, para responder adequadamente aos desafios globais“.
Em pronunciamento à imprensa, Lula afirmou que “cabe às Nações Unidas cumprir os ideais de paz, direitos humanos e progresso social“.
Na declaração conjunta, Brasil e China também reforçam o multilateralismo e o comércio justo, e a ampliação da cooperação bilateral. Isso, por meio da Iniciativa Cinturão e Rota e programas brasileiros como o Novo PAC.
Reunião da Celac
Durante a passagem pelo país, Lula participou da IV Reunião Ministerial do Fórum CELAC-China e da assinatura de novos acordos em áreas estratégicas. Entre eles, economia digital, educação e desenvolvimento sustentável.
Na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos com a China, o gigante asiático afirmou que “vai trabalhar com os países da América Latina para implementar uma iniciativa de Segurança Global” e manter a “estabilidade na região“.
No primeiro dia de visita e em encontros com empresários, o presidente brasileiro anunciou o investimento de R$ 27 bilhões de empresas chinesas no Brasil. E o gigante asiático ainda deve dar uma resposta, em até 30 dias, ao pedido de investimentos para a expansão da malha ferroviária brasileira. A ferrovia Bioceânica prevê a ligação dos Oceanos Pacífico ao Atlântico, desde o Peru até o Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
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Guerras
Brasil e China defenderam o início urgente de um “diálogo direto” entre Rússia e Ucrânia como única via para pôr fim à guerra contra a Ucrânia, que já dura mais de três anos.
Nos últimos dias, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs negociações de cessar-fogo com o governo ucraniano, bem recepcionadas por Volodymyr Zelensky. Lula também esteve com Vladimir Putin durante as comemorações do Dia da Vitória, que celebra a vitória da União Soviética sobre os nazistas. Putin e Zelensky devem se encontrar na quinta-feira, dia 15 de maio, na Turquia.
A proposta do Brasil e da China é que a trégua seja duradoura e deve considerar as “preocupações legítimas de todas as partes”. Também reitera o compromisso dos dois países, junto ao Sul Global, em apoiar iniciativas diplomáticas.