Azeite adulterado: saiba como não comprar “gato por lebre”
Azeite adulterado: saiba como não comprar “gato por lebre”
O azeitólogo Sandro Marques, colunista da Novabrasil, dá dicas para o consumidor ficar atento na hora de escolher o produto nas gôndulas
O brasileiro está preocupado com um dos principais temperos na mesa: o azeite. Desde o início do ano, 27 marcas de azeites de oliva que tiveram lotes proibidos ou foram totalmente vetadas ao consumo no país. Somente na última terça-feira (22), o Ministério da Agricultura acrescentou mais 12 marcas nessa lista.
Segundo o governo, os itens são considerados impróprios por terem sido misturados com outros óleos vegetais, como o de soja. Além disso, possuem origem de fabricação desconhecida e muitas empresas estão com CNPJ suspenso, reforçando a suspeita de fraude.
O apresentador da Novabrasil Heródoto Barbeiro conversou com o azeitólogo Sandro Marques, que é colunista da Novabrasil com o quadro ‘Tempero na Mesa’. O especialista explica que a lista é uma “notícia boa disfarçada de notícia ruim, pois isso significa que o Ministério tem intensificado ações contra fraudes. Embora muitas marcas cheguem ao Brasil com relatório que comprove a qualidade do produto, agora nós possuímos um laboratório capaz de verificar se o documento está de acordo com a real qualidade do azeite ou não”.
Sandro Marques diz ainda que pode acontecer de o azeite chegar no Brasil dentro dos parâmetros, mesmo não tendo uma boa qualidade, mas sofrer a adulteração em solo nacional. “E a esse azeite de má qualidade é misturado um óleo de outros vegetais, e aí você tem uma fraude tanto comercial como sanitária”, esclarece.
Consumidor atento não é enganado
Sandro dá uma dica valiosa ao consumidor. Segundo o azeitólogo, “uma boa parte das fraudes é realizada em azeite que chega a granel. Então, é necessário olhar no contrarrótulo e verificar se a produção é de fora e o envasamento é feito no Brasil. Não posso afirmar que se trata de uma fraude, mas quando a produção e o envasamento são realizados em locais diferentes temos uma porta aberta para a fraude”.
Caso o consumidor tenha comprado um produto sem se atentar à informação do rótulo, existe uma outra maneira de identificar possível fraude e não consumir o azeite adulterado.
“Se ele tem um aroma de azeitona podre, daquele líquido da azeitona que a gente consome como fruto (que vem dentro do vidro), é sinal de que ele pode ter algum problema… porque azeite bom, de verdade, tem um aroma mais fresco, de grama cortada, e não de azeitona que ficou bastante tempo dentro de um líquido, numa salmoura”, ensina Marques.
Azeite: mais moderno e mais brasileiro
Aquele negócio que sempre ouvimos falar sobre o azeite grego ser o melhor entre todos ficou no passado. Em pleno 2024, o azeite mais moderno é também mais brasileiro.
Segundo o ranking Flos Olei 2025, divulgado no início do mês, o Brasil tem 11 marcas entre as melhores produtoras de azeite do mundo. Duas delas conquistaram a mesma nota e foram consideradas os melhores azeites do país pelo ranking: a paulista Sabiá e a gaúcha Prosperato, que atingiram a nota 97 de 100 pontos.
O azeitólogo explica que “o Brasil tem produzido azeites tão incríveis, que nos últimos três anos vários deles estiveram no topo dos rankings mais importantes do mundo.”
Se mesmo diante dos fatos você ainda preferir o azeite de fora, tudo bem. Mas, saiba que ele pode não ser tão saboroso depois de atravessar o oceano Atlântico. Sobre isso, Sandro Marques é enfático: “eu costumo dizer o seguinte, azeite grego é bom, se você mora na Grécia. É que o azeite não viaja muito bem, ele é um líquido que degrada. Então, o melhor azeite é aquele que está mais perto de você”, finaliza.
Tempero na Mesa
Toda semana, o azeitólogo Sandro Marques convida o ouvinte da Novabrasil a explorar mais e melhor as curiosidades e receitas que envolvem o mundo fantástico do azeite. Sandro também posta conteúdos complementares à coluna no instagram: @umlitrodeazeite.
Se você faz parte do ‘Team Azeite’, clique neste link do nosso Spotify e confira os episódios que já foram ao ar.