Última frase dela para mim foi “eu te amo”, diz viúva de Marielle durante julgamento

Sergio Leao
20:23 30.10.2024
Jornal novabrasil

Última frase dela para mim foi “eu te amo”, diz viúva de Marielle durante julgamento

Além da viúva de Marielle, Monica Benicio, já deram depoimentos, a mãe, a assessora da parlamentar e a viúva de Anderson Gomes

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- 30.10.2024 - 20:23
Última frase dela para mim foi “eu te amo”, diz viúva de Marielle durante julgamento
FOTO: Marielle e Mônica / Arquivo pessoal

Há cerca de dez horas acontece no 4º tribunal do Júri do Rio de Janeiro o julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus confessos nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Após a fala da assessora de Marielle Franco, a jornalista Fernanda Chaves, a segunda testemunha de acusação escolhida pelo Ministério Público do Rio foi mãe de Marielle Franco, Marinete Silva.

Ela lembrou que no início foi contra a candidatura da filha a vereadora.

“Eu não sentia coisa boa no meu coração em relação ao mandato partidário”

Marinete Silva / Reprodução TJRJ

Quando relembrou os tempos de Marielle criança, Marinete disse de forma emocionada e com a voz embargada que a vereadora foi uma criança muito desejada e amada, teve uma infância saudável e feliz, com grande envolvimento da família, especialmente da avó e dela como mãe.

Marielle Franco e família / Arquivo pessoal

Enfatizou a importância da luta contínua pela justiça, reforçando que não desistirá até que uma condenação justa seja alcançada.

Afirmou que a dor da perda não tem nome e que só quem passa por situação semelhante pode compreender.

Em seguida foi a vez de Mônica Benicio, viúva de Marielle Franco, que afirmou no depoimento que a parlamentar tinha variadas causas na Câmara dos Vereadores do Rio.

Muito emocionada, a Monica Benicio afirmou ainda que uma dessas pautas era a questão fundiária, relacionada a ocupação do solo urbano e moradia, e que isso pode ter sido uma das causas da morte da companheira.

Monica Benício / Reprodução TJRJ

Não contento as lágrimas, a vereadora do PSOL, disse que as últimas palavras de Marielle Franco foi “Eu te amo”

Mônica expressou ainda que a verdadeira justiça seria Marielle e Anderson estarem vivos, mas, diante do irreversível, espera uma justiça formal.

Defendeu que o caso de Marielle se tornou um símbolo de luta por direitos humanos e justiça, representando esperança para que crimes como este não se repitam.

Questionada pela promotoria de Marielle havia relatado alguma ameaça de morte, Mônica disse que “ela nunca relatou nada parecido”.

“A primeira palavra do Arthur foi papai” diz viúva de Anderson Gomes

A advogada Ágatha Arnaus, viúva do motorista Anderson Gomes, lembrou como foi o último dia de vida do marido e como foi enfrentar o luto.

Segundo a viúva, Anderson se preparava para uma vaga de mecânico de aviação, formação que ele tinha e queria seguir.

Anderson Gomes e Agatha / Arquivo pessoal

No tribunal, o promotor mostrou áudios do homem em sua última conversa com a esposa e um vídeo dele descobrindo que seria pai, um dos maiores sonhos do motorista de Marielle.

Ágatha lembrou que o filho era desejado desde a época do namoro, e que Anderson sofreu ao saber que ele teria uma condição especial rara, mas que não perdeu a fé e sempre deu apoio à mulher.

Para ela, o filho sofreu consequências psicológicas no desenvolvimento por conta da morte do pai.

Arthur, que tinha 1 ano e 8 meses, teve ainda um exame genético prejudicado pelo crime, pois dependia da coleta de Anderson.

O exame fazia parte da investigação do diagnóstico do menino.

Anderson Gomes e família / Arquivo pessoal

Depoimento do delegado Guilhermo Catramby

O delegado de Polícia Federal Guilhermo Catramby detalhou como foram, para Ronnie Lessa, os preparativos para o crime e também descreveu que aconteceu após-atentado.

Segundo o delegado, as pesquisas do ex-PM na internet demonstravam que ele tinha aversão aos políticos de esquerda. Ele pontuou que mesmo que isso não tenha sido a motivação do crime, Lessa era alinhado a um “extremismo de direita“.

De acordo com o delegado, Lessa chegou a procurar alguns dos políticos de esquerda sendo enforcados, como Lula e Marcelo Freixo.

Na audiência, o delegado relatou que os dois réus mantinham uma relação próxima desde a adolescência. Ele também reforçou que a motivação do crime contra Marielle teve relação com a pauta fundiária.

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