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Acervo MPB: Luiz Gonzaga – Parte 2

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12:31 27.09.2021
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Acervo MPB: Luiz Gonzaga – Parte 2

Confira a primeira parte deste conteúdo. – O reconhecimento do público só veio quando passou a se apresentar num bar frequentado por jovens cearenses que viviam no Rio de Janeiro, que sugeriram que ele incluísse mais canções tradicionalmente nordestinas em seu repertório. Até então, Luiz Gonzaga achava que se tocasse as músicas do nordeste não … Continued

novabrasilfm - 27.09.2021 - 12:31
Acervo MPB: Luiz Gonzaga – Parte 2
Acervo MPB: Luiz Gonzaga – Parte 2

Confira a primeira parte deste conteúdo.

– O reconhecimento do público só veio quando passou a se apresentar num bar frequentado por jovens cearenses que viviam no Rio de Janeiro, que sugeriram que ele incluísse mais canções tradicionalmente nordestinas em seu repertório. Até então, Luiz Gonzaga achava que se tocasse as músicas do nordeste não teria sucesso, por elas não serem tão comerciais. Aí é que ele se enganava, porque ele era a tradução do nordeste e era nisso que estava a sua graça, o seu charme, o seu encanto, o seu amor.

– Em 1941, o artista volta ao programa de Ary Barroso e apresenta a canção regional Vira e Mexe, de sua autoria, vencendo o concurso. O sucesso dessa apresentação e também da sua primeira atuação no estúdio – como sanfoneiro de apoio na canção A Viagem de Genésio, da dupla Genésio Arruda e Januário França, no mesmo ano – o ajudam a conquistar um contrato na gravadora RCA Victor, pela qual Gonzaga lançou, ao longo dos próximos anos, mais 50 canções apenas instrumentais.

– Logo em seguida, no mesmo ano, lançou o seus dois primeiros discos – ainda de 78 rotações por minuto (RPM) – que contam com as canções: Véspera de São João (em parceria com Francisco Reis) e Numa Serenata (dele mesmo); e Saudades de São João del Rei (de Simão Jandi) e Vira e Mexe. Ambos os discos foram sucesso de público e crítica.

– Ainda em 1941, gravou outros dois discos de 78 RPM, com as canções: Nós Queremos uma Valsa (de Nássara e Frazão) e Arrancando o Caroá (dele mesmo); e Fariluto (de Agustin Lara) e Segura a Polca (de Xavier Pinheiro). De 1941 a 1945, gravou um total de 32 discos com duas músicas cada.

– Também em 1941, é publicada a primeira reportagem sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine, com o título “Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeão”. Gonzaga passou a ser reconhecido como “o maior sanfoneiro do nordeste e até do Brasil”.

– A partir desta data, começou a se apresentar em cassinos e programas de rádio – ainda apenas tocando sanfona, sem cantar (o que era uma vontade dele, mas não obtinha o espaço necessário para isso nas rádios).

– Sua primeira contratação efetiva foi na Rádio Nacional, onde conheceu o músico Pedro Raimundo, que era de Santa Catarina e se apresentava utilizando trajes típicos do sul do país. Isso inspirou Luiz Gonzaga a começar a se apresentar com trajes típicos do seu nordeste.

– Nesta época, também ganhou o apelido de Lua, por conta de seu rosto redondo.

– Foi em 1945, que Luiz Gonzaga gravou a sua primeira canção como cantor, em seu 25º disco como sanfoneiro – Dança Mariquinha, dele em parceria com Miguel Lima (seu primeiro parceiro de composição, também em outras canções como Penerô Xerém, Xamego e Dezesseis e Setecentos). O disco também contava com a canção Impertinente, de sua autoria.

– Mas a afirmação como cantor e intérprete só chega com o seu 31º disco, lançado em novembro, com o sucesso estrondoso da canção Cortando o Pano, uma parceria com Miguel Lima e Jeová Portella.

– Nesta época, Gonzaga conheceu um de seus principais parceiros, o poeta e advogado cearense Humberto Teixeira, com quem compôs 27 músicas somente entre os anos de 1947 e 1952. A primeira parceria dos dois foi a canção No Meu Pé de Serra. Humberto teve – junto com Luiz Gonzaga – uma grande contribuição para o sucesso do ritmo baião, que mudou para sempre a cara da música brasileira, fazendo-o ficar conhecido como o Doutor do Baião.

– No primeiro dia em que se encontraram, Gonzagão apresentou sua ideia a Humberto Teixeira: representar a música de sua terra nos grandes centros do país. Nesse mesmo dia, os dois compositores já começaram a dar vida à Asa Branca, o maior sucesso da vida de Luiz Gonzaga e grande hino do nordeste brasileiro.

– A partir daí, o baião ganha um lugar especial e de destaque na MPB, passando a ser um gênero musical tocado em todo o país.

– Foi também em 1945, que Luiz Gonzaga conheceu a mãe de Gonzaguinha, a cantora Odaléia. A moça estava grávida e Luiz resolveu assumir a criança quando nascesse. Acontece que o relacionamento não deu certo, os dois se separaram um tempo depois e Gonzaguinha ficou com a mãe, recebendo visitas e ajuda financeira de Gonzagão.

– Quando Odaléia morreu de tuberculose, Gonzaguinha tinha apenas dois anos de idade e Luiz Gonzaga já estava em outro relacionamento, com Helena, com quem viveu até quase o fim da vida e que não conseguiu ter filhos, mas adotou uma menina, a Rosa. Por conta de conflitos com a mulher e também da agenda lotada de shows, Luiz Gonzaga pediu que um casal de amigos do Rio de Janeiro, Xavier e Dina, criassem o menino. Ele continuava fazendo visitas e dando ajuda financeira.

Luiz Gonzaga, ao lado de seu filho Gonzaguinha

– A relação de Gonzaguinha e Gonzagão foi bem difícil, pois o menino não aceitava que o pai não o tivesse criado e, quando soube que Gonzagão não era o seu pai de sangue, se revoltou e cortou relações de vez com ele. Os anos foram se passando e Gonzaguinha viveu uma infância pobre e feliz ao lado da família de criação.

– Quando fez 16 anos, Gonzagão o levou para morar com ele e a esposa, mas as brigas entre eles só aumentavam e o pai colocou o menino num internato, onde ele viveu – entre idas e vindas – até os 18 anos.

– Pai e filho só se reaproximaram muitos anos depois, quando Gonzaguinha formou-se na universidade de Economia e tornou-se músico como o pai. Depois disso, os dois ficaram bem unidos, passaram a compor em parceria, gravaram um disco e fizeram até uma turnê juntos, em 1979.

– Em 1946, o conjunto Quatro Ases e um Coringa, acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga, grava a segunda parceria de Gonzaga e Humberto Teixeira, a música Baião, que virou um sucesso em todo país: “Eu vou mostrar pra vocês / Como se dança o baião / E quem quiser aprender / É favor prestar atenção”.

– Em 1946, depois de receber a visita de sua mãe, Luiz Gonzaga volta para Exu pela primeira vez para se reencontrar com a família depois de 16 anos. O reencontro com o pai é narrado na clássica canção Respeita Januário, parceria com Humberto Teixeira, lançada em 1952.

– No retorno para o Rio, passa pela primeira vez em Recife, participando de vários programas de rádio e muitas festas. Nesse momento, conhece Sivuca, Nelson Ferreira, Capiba e Zé Dantas, um estudante de medicina, músico por vocação e apaixonado pela cultura nordestina, que tornou-se outro grande parceiro de Gonzagão e com quem ele compôs 46 músicas.

– Em 1947, Gonzagão lança o 78 RPM com aquele que se tornaria um dos maiores clássicos da música brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira parceria com Humberto Teixeira, inspirada no repertório de tradição oral nordestino.

Confira a última parte deste conteúdo aqui.

Quer escutar este acervo e de outros artistas? Confira a primeira temporada do podcast Acervo MPB.

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