Dia da Cultura Nordestina completa 35 anos e é festejada pelo país

Na última sexta-feira, 02 de agosto, foi comemorado o Dia da Cultura Nordestina, uma data para lembrar a importância da região na cultura do país. Por ser bem diversificada, a cultura nordestina possui elementos que se misturam, abrangendo a população indígena, africana e até europeia.

Foi essa diversidade de raízes étnicas que acabou dando origem a uma cultura própria da região, carregada de cores, sabores e ritmos. Entre as manifestações culturais que mais se destacam no nordeste brasileiro, estão a religiosidade, a literatura, a produção artesanal e a culinária.

Essa grandeza, que é a cultura nordestina foi reconhecida pela ONU( Unesco), conferindo à capoeira e ao frevo, o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade. A escolha do dia dois de agosto para a cultura nordestina, se deu em homenagem ao cantor Luiz Gonzaga, que nos deixou nessa mesma data em 1989.

No Recife, o dia da tradição nordestina foi comemorado, logo cedo, com um café da manhã reforçado, nos principais mercados públicos. A refeição foi regada a macaxeira( conhecida como aipim, no sudeste) charque( carne-seca, para o sudestino), cuscuz e outras iguarias da cultura local. Tudo isso, acompanhado dos trios de pé-de-serra( com a sanfona, triângulo e zabumba), executando o forró mais autêntico.

E a comemoração não se limitou ao estado de Pernambuco. O dia da tradição teve agenda intensa, por todo o nordeste.

Na Bahia, se celebra o lado nordestino, a nordestinidade, de diversas formas, principalmente através da capacidade de fazer arte mesmo diante das dificuldades, uma herança daquele que instituiu essa data como o Dia do Nordestino, o cantor e compositor Luís Gonzaga.

Além dos destaques que a Bahia tem no esporte, na ciência, na produção de vinhos, no plantio do café e em diversos setores produtivos, a culinária é um destaque do estado, acrescentando diversos pratos à riqueza gastronômica do Nordeste.

O dendê é o protagonista da comida baiana, fazendo parte da produção de preciosidades como acarajé, abará, vatapá, caruru e moquecas.

Contudo, uma surpresa da gastronomia baiana é o pão delícia, um quitute macio, feito com requeijão, que foge da comida feita com o dendê, mas que é baianíssimo também.

Mesmo com todos os fortes elementos que fazem parte da cultura baiana, a música ainda segue sendo o seu grande diferencial. Além do já famoso Axé Músic, que surgiu no estado na década de 1980 durante as manifestações populares do Carnaval de Salvador e que promove uma mistura de ritmos na sua composição, são vários os batuques e sons que constituem a musicalidade local.

Um destaque importante é o samba, que tem raízes na Bahia, e que possui diversas vertentes apenas no seu território, como o Samba Duro, o Samba-Reggae e o Samba de Roda. Este, muito forte na região do recôncavo do estado, tem as mulheres como protagonistas.

A tradição centenária faz com que o ritmo seja passado de mulher para mulher, de mãe para filha, ao longo de anos.

Por falar no recôncavo baiano, é de lá que vêm também os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, grandes representantes do nordeste brasileiro no país e o mundo.

Também podemos somar a esse time potente de artistas nomes como os de Gilberto Gil, Moraes Moreira, Raul Seixas, Riachão, Carlinhos Brown, Tom Zé, Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Luiz Caldas, dentre outros.

Por Mário Neto e Bruna Ferraz