Para celebrar os 100 anos de rádio no Brasil, Sony Music disponibiliza álbuns de Emilinha Borba, Marinês e sua Gente, entre outros

Como nós já contamos aqui, há 100 anos – no dia 7 de setembro de 1922 – ocorreu a primeira transmissão radiofônica oficial do Brasil. E, para celebrar o centenário do nascimento do rádio no nosso país, a gravadora Sony Music Brasil – detentora dos acervos das companhias fonográficas Columbia e da RCA-Victor – anunciou edições digitais de títulos das discografias de grandes vozes da Era do Rádio.

Lançada em todas as plataformas de streaming, a série Vozes do Rádio traz 100 álbuns de 11 grandes cantores e cantoras do rádio, que marcaram época entre os anos 1930 aos 70, época em que se deu a chamada Era de Ouro do Rádio no Brasil (de 1940 a 1950). 

Em cada sexta-feira de setembro, 20 novos produtos – entre discos de 78 rpm, compactos, LPs originais ou coletâneas originalmente lançadas em LP ou CD serão disponibilizados. Os artistas são:

• Vicente Celestino;
• Silvio Caldas;
• Cyro Monteiro;
• Carmen Costa;
• Jorge Veiga;
• Emilinha Borba;
• Ivon Curi;
• Nora Ney;
• Marinês e sua Gente;
• Lana Bittencourt;
• e Ellen de Lima, sendo que – as duas últimas artistas ainda estão entre nós, podendo receber esta bela homenagem em vida.

Antes da TV, o rádio definia os sucessos do país

Antes da consolidação da TV e da era digital, o rádio ditou sozinho os sucessos, gerou ídolos de massa e propagou em ondas nacionais vozes poderosas, eternizando-as de vez entre os gigantes da nossa música, além de uma extraordinária geração de compositores, letristas, arranjadores e instrumentistas.

Ainda que a qualidade oscile, os discos são uma forma de ouvirmos a música desses artistas em pleno apogeu, em uma época em que não havia como transmitir em imagens a impactante performance dos ídolos do rádio nos auditórios das emissoras, lotados por plateias inflamadas.

Vicente Celestino

Vicente Celestino, por exemplo, explodiu na década de 30 e foi o nosso primeiro cantor realmente popular em âmbito nacional, conhecido como “A Voz Orgulho do Brasil”. Ele atingiu grande popularidade, com canções como:

• Patativa;
• Ouvindo-te;
• Coração Materno;
• O Ébrio;
• Porta Aberta;
• e Mia Gioconda (todas as anteriores composições próprias);
• Rasguei Teu Retrato (de Cândido das Neves, o Índio).

Celestino, Jorge Veiga e Emilinha Borba

Celestino foi um dos artistas mais longevos e populares de nossa história, gravando sem parar de 1915 a 1968 – razão de ser o mais contemplado nesta reedição feita pela gravadora, com 36 produtos, entre 78 rpm, compactos e LPs, incluindo diversas raridades há décadas fora de catálogo.

Já a década de 40, trouxe o “Caricaturista do Samba”, Jorge Veiga, que – além de levar adiante a tradição do samba-de-breque iniciada por Moreira da Silva – foi um exímio intérprete carnavalesco, como atesta o samba Bigorrilho (composição de Sebastião Gomes, Paquito e Romeu Gentil), que explodiu na folia de 64, juntamente com o divertido Ai, meu Calo (de Monsueto e José Batista). 

1940 também consagrou a “Favorita da Marinha”, Emilinha Borba, cantora mais popular do país e estrela máxima da era áurea dos auditórios, até pelo menos meados da década seguinte. 

Os anos 50 foram a Era de Ouro do rádio 

Por fim, os anos 1950 trouxeram novos artistas das mais variadas tendências, fechando com chave de ouro a Era do Rádio.

Em 1952, por exemplo, surgiu Nora Ney,  com uma nova maneira de usar a voz – um canto falado, sem a veia operística e o vibrato característicos do canto que predominava entre as intérpretes românticas do rádio – aproveitando para carimbar um dos dos estilos brasileiros mais populares dessa fase, o samba-canção.

Para escutar esses e outros gigantes cantores e cantoras do rádio e conhecer mais profundamente a história da nossa música popular brasileira, acesse a série Vozes do Rádio, nas principais plataformas de streaming.