Considerado por diversos críticos especializados como um dos principais cancionistas brasileiros surgidos na geração dos anos 2010, César Lacerda acaba de lançar o seu sexto álbum: “Década”. O trabalho comemora os 10 anos de uma produtiva carreira, e celebra canções que marcaram sua trajetória no formato voz e violão.
No programa Vitrine, César relembra com Lívia Nolla suas raízes nos primeiros anos de vida. Natural de Diamantina, Minas Gerais, cresceu em lar musical por influência da mãe pianista e professora de música.
A emoção de ter uma música sua, em parceria com Jorge Mautner, gravada por Gal Costa e Maria Bethânia, juntas, também foi assunto em pauta, assim como seus discos anteriores e as mudanças no mundo artístico que ele enxerga nesses dez anos de estrada.

Foto: Lou Alves/Divulgação
César Lacerda
César Lacerda entende a voz não apenas como instrumento de expressão, mas como uma extensão simbólica de uma corporalidade, de uma existência. Nascido em Diamantina, Minas Gerais, passou a sua adolescência em Belo Horizonte, viveu por oito anos na cidade do Rio de Janeiro, e desde 2015 mora em São Paulo.
Em 2013, lançou seu primeiro álbum, “Porquê da Voz”, com 12 faixas autorais e a participação de nomes como Lenine e Marcos Suzano.
Em 2015, veio o segundo álbum, “Paralelos & Infinitos”, e em 2016, o projeto especial, “O Meu Nome é Qualquer Um” com 13 músicas inéditas em parceria com compositor vanguardista paulista Romulo Fróes.
Em 2017, o quarto álbum “Tudo Tudo Tudo Tudo”, com participação de Maria Gadú e direção artística de Marcus Preto, aproximou César Lacerda de uma linguagem mais pop, levando seu trabalho a um público ainda maior.
Entre 2019 e 2021, o artista mineiro lançou alguns singles – entre eles o sucesso “Felicidade é Só Querer”, parceria com o artista português Tiago Nacarato.
Dez anos de carreira
Em 2021, o quinto álbum, “Nações, Homens ou Leões”, foi resultado das reflexões de César Lacerda sobre temas de grande complexidade como crise climática, tecnologia e descolonização.
E agora em 2023, depois do EP Verão, acabou de lançar o seu sexto álbum, “Década”, que comemora os 10 anos de uma produtiva carreira, em que César Lacerda levou sua música a diversos países, trilhas de filmes e novelas e fez parcerias significativas.
“Década” foi concebido pela artista gaúcha Filipe Catto, com produção de César Lacerda e Carlos “Cacá” Lima. O álbum traz reinterpretações de uma canção de cada um dos cinco discos que Lacerda lançou até aqui, regravações de canções que ele compôs para outros artistas – como Gal Costa e Maria Bethânia – e duas canções inéditas.
“Por ser uma pessoa negra, do Vale do Jequitinhonha, com a minha trajetória de vida, a voz é também um posicionamento, um existir no mundo. Coisa que é negada à população negra no Brasil.” diz César Lacerda
Com Lívia Nolla, César Lacerda relembra sua infância, juventude até sua fase adulta. Em Belo Horizonte, César começou a Faculdade de Música. Viveu no Rio de Janeiro e, agora, em São Paul. Ele conta como todos os lugares influenciaram na sua formação musical.
Ao citar o que mais escutava em casa um desses períodos, dois aparecem em especial: “Transa“, de Caetano Veloso, e Clube da Esquina.
César também fala sobre sua ligação com a palavra e o quanto o ser artista é senhor do seu tempo. Sua voz é também um posicionamento, segundo o próprio, um existir no mundo, principalmente por ser um homem negro, nascido no Vale do Jequitinhonha, a quem esse existir é tantas vezes negado.
Sobre o ‘Vitrine’
O Vitrine chega na grade da novabrasil para celebrar os novos talentos da música brasileira. Nomes expoentes da nossa música ganharão espaço e destaque na programação da rádio.
Apresentado por Lívia Nolla, pesquisadora musical e garimpeira de carteirinha, é no Vitrine que os ouvintes vão conhecer os artistas e os sons que estão se destacando na cena musical.
Confira a playlist oficial do programa:
Por: Bianca Sousa