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Um ano sem Moraes Moreira

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22:30 20.04.2021
Música

Um ano sem Moraes Moreira

No mês de abril, completaremos um ano sem Moraes Moreira. CONFIRA OS MATERIAIS ESPECIAIS DO #MORAEZAÇO Seu talento e genialidade fazem de Moraes um dos nomes mais importantes da música popular brasileira. Para sempre. Sua presença ilustre e eterna neste mundo merece todas as homenagens possíveis. E é isso o que vamos fazer durante este … Continued

novabrasilfm - 20.04.2021 - 22:30
Um ano sem Moraes Moreira
Um ano sem Moraes Moreira

No mês de abril, completaremos um ano sem Moraes Moreira.

Seu talento e genialidade fazem de Moraes um dos nomes mais importantes da música popular brasileira. Para sempre. Sua presença ilustre e eterna neste mundo merece todas as homenagens possíveis. E é isso o que vamos fazer durante este mês!

Antônio Carlos Moraes Pires começou a sua trajetória musical tocando sanfona de doze cordas em festas e eventos de sua cidade natal, Ituaçu, na Chapada Diamantina. Na adolescência, enquanto fazia um curso científico no interior da Bahia, começou a aprender violão e apaixonou-se pelo instrumento.

Mudou-se para Salvador aos 19 anos, com o intuito de estudar medicina, mas a arte falou mais alto e logo decidiu cursar o Seminário de Música na Universidade Federal da Bahia. Lá, conheceu Tom Zé, que dava aulas de violão e passou a ensinar mais sobre o instrumento para Moraes Moreira. Os dois também trocavam figurinhas sobre harmonia e composição.

Foi Tom Zé quem apresentou Moraes a Luiz Galvão, que tornou-se um de seus maiores parceiros musicais. Os dois juntaram-se a  e outros músicos e formaram o grupo Novos Baianos.

Em 1968, a banda decidiu montar um show que viria a ser espetáculo de estreia dos Novos Baianos: O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal. No ano seguinte, vão para São Paulo participar do 5º Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, defendendo a música De Vera, de Moraes Moreira, com letra de Galvão. Juntos, os dois são responsáveis por grande parte das composições dos Novos Baianos.

A banda transformou a cena musical brasileira com suas composições icônicas, que misturam o rock – vertente inicial do grupo – com samba, ijexá, frevo, choro, baião, influências da Tropicália, da Jovem Guarda, do rock internacional e da bossa nova. João Gilberto, aliás, é um dos grandes responsáveis pela estética multifacetada do grupo e frequentador assíduo do apartamento para o qual os Novos Baianos se mudaram juntos, no Rio de Janeiro. Moraes contava que “roubou” muitos acordes que aprendeu com João para utilizar em suas canções.

Depois disso, a banda viveu em comunidade no famoso sítio de Jacarepaguá, local onde desenvolveu o antológico disco Acabou Chorare, de 1972, o mais famoso do grupo e um dos mais importantes discos de todos os tempos para a música brasileira.

Juntos, os Novos Baianos gravaram grandes clássicos como: A Menina Dança, Acabou Chorare, Preta Pretinha, Brasil Pandeiro, Besta é Tu, Tinindo Trincando, Dê um Rolê e Mistério do Planeta.

Se, com os Novos Baianos, Moraes fez história e marcou gerações (até hoje!), em sua carreira solo não foi diferente. Quando resolveu sair do grupo, em 1975, Moraes tornou-se o primeiro cantor de trio elétrico do Brasil.

Antes dele, os trios elétricos eram somente instrumentais e – quando Moraes Moreira assumiu os vocais do trio de Dodô e Osmar, em 1976 – o carnaval baiano nunca mais foi o mesmo. Moraes é um dos grandes responsáveis pela afirmação e pelo crescimento do carnaval de rua de Salvador. Fazendo fusões entre o frevo, a guitarra baiana e o batuque dos blocos afro, influenciou e abriu caminho para uma geração de cantores de trio elétrico que vieram depois.

A marchinha Pombo Correio virou um dos hinos do carnaval de Salvador, bem como outras composições de Moraes desta mesma época: Bloco do Prazer, Vassourinha Elétrica e Chame Gente (em parceria com Armandinho, filho de Osmar).

Depois disso, muitos outros discos e composições inesquecíveis fazem de Moraes um patrimônio da nossa música popular brasileira, como Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira, Sintonia, Chão da Praça e Festa do Interior. Coleciona ainda apresentações antológicas no Rock in Rio de 1985, 1991 e 2001.

Com mais de 50 anos de carreira, o cantor, compositor e instrumentista gravou mais de 40 álbuns, entre discos solo, com os Novos Baianos e outras parcerias.

Foi gravado por muitos nomes importantes da MPB como Gal Costa, Maria Bethânia, Simone, Fagner, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Marisa Monte e Daniela Mercury. Além de Davi Moraes, seu filho, que – com sua carreira na música – também honra o legado deixado pelo pai.

Mestre no que diz respeito à diversidade musical, Moraes trazia em suas canções, além do rock, do samba, do frevo e do choro, influências da música erudita e até do hip-hop. Era também um excelente cordelista. Muito influenciado pelo gênero tradicionalmente nordestino, Moraes tem até cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel e publicou um livro escrito todo nessa linguagem, em que conta a história dos Novos Baianos.

Nos presenteou com um Cordel que compôs sobre a quarentena e a pandemia do coronavírus, pouco antes de falecer: Vivemos num mundo insano. Queremos mais liberdade. Pra que tudo isso mude. Certeza, ninguém se ilude. Não tem tempo, nem idade”.

Você deixou muita saudade, Moraes. Foi nos mostrando como é. Sendo como pôde. Jogando seu corpo no mundo. Andando por todos os cantos. E pela lei natural dos encontros, nos deixou. E nós recebemos tanto de você. E do presente que foi a sua existência neste mundo. Valeu, Moraes!

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