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#3 ForasDeSérie | GAL COSTA: 3 momentos marcantes de Gal Costa nos anos 70

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12:00 28.12.2022
Música

#3 ForasDeSérie | GAL COSTA: 3 momentos marcantes de Gal Costa nos anos 70

Gal Costa, dona de uma dos cantos mais belos e potentes da MPB e tida por muitos como a mãe de todas as outras vozes, morreu no dia 9 de novembro, aos 77 anos, deixando um enorme legado para a história artística do país. Os anos 70 foram, sem dúvidas, recheado das mais repletas de … Continued

F.Content - 28.12.2022 - 12:00
#3 ForasDeSérie | GAL COSTA: 3 momentos marcantes de Gal Costa nos anos 70
Foras de Série: Gal Costa. | Foto: Produção interna.

Gal Costa, dona de uma dos cantos mais belos e potentes da MPB e tida por muitos como a mãe de todas as outras vozes, morreu no dia 9 de novembro, aos 77 anos, deixando um enorme legado para a história artística do país. Os anos 70 foram, sem dúvidas, recheado das mais repletas de oportunidades para a trajetória da música de Gal Costa anos 70.

Grandes e importantes propostas de trabalhos resultaram no maior reconhecimento da cantora nesta época, sendo um momento, sem dúvidas, de ascensão para Gal. Aqui você irá conferir 3 momentos marcantes da carreira de Gal Costa nos anos 70 e muito mais.

Saiba mais sobre a trajetória de Gal Costa. Na foto, Gal em seu icônico show “Fa-tal”, de 1971
Saiba mais sobre a trajetória de Gal Costa. Na foto, Gal em seu icônico show “Fa-tal”, de 1971. | Foto: Divulgação.

Teve sua voz na abertura de uma grande telenovela

Em 1975, há 5 anos, a Rede Globo de televisão mantinha a maior liderança de audiência no Brasil, desde a novela Irmãos Coragem. Por isso,  encontrou uma maneira de agradecer ao público. Não só como um ato de agradecimento, mas para comemorar seu décimo aniversário, a Globo produziu a telenovela Gabriela, uma adaptação da obra do escritor Jorge Amado

Durante a produção e elaboração da novela, Gal Costa foi cogitada para o papel de protagonista. O diretor da primeira adaptação da obra de Jorge Amado para a TV, Daniel Filho, buscava algo inusitado para as telinhas e revelou em O Circo Eletrônico: Fazendo TV no Brasil, em 2001, que Gal Costa foi realmente cogitada para o papel de Gabriela. No entanto, segundo Daniel, Gal não aceitou ao dizer que não saberia representar a personagem. 

Por meio de uma quantidade incontável de testes de elenco, o papel acabou parando nas mãos da atriz Sônia Braga, o que a levou a sua ascensão. A primeira versão de Gabriela foi, sem dúvidas, um dos maiores sucessos da TV brasileira e, apesar de não contar com Gal como atriz protagonista, contou com sua voz na música de abertura, que foi um grande sucesso da época! 

A cantora proporcionou seu canto ao tema de abertura da telenovela ao cantar Modinha para Gabriela, de composição de Dorival Caymmi (1914-2008). A música também voltou ao ar em 2012, quando o livro teve uma readaptação, dessa vez com a atriz Juliana Paes como protagonista! 

Doces Bárbaros

Ainda nos anos 70, mais especificamente em 1975, ao lado dos cantores e amigos conterrâneos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia, Gal fez parte do show Doces Bárbaros. Batizado com o nome de uma canção de Caetano Veloso, foi idealizado por Bethânia como resposta ao jornal Pasquim, que frequentemente se referia aos artistas baianos de modo pejorativo, os chamando de “baihunos”.

O espetáculo percorreu várias regiões do Brasil e seu sucesso fez com que fosse lançado o disco Doces Bárbaros, considerado por muitos uma obra-prima. O grupo era uma típica banda de estética hippie dos anos 70, porém, tinha como uma característica relevante a brasilidade e o regionalismo de todos os cantores integrantes. Os Doces Bárbaros se tornaram, até mesmo, tema de filme, DVD e enredo da escola de samba.

Os Doces Bárbaros durante show nos anos 70
Os Doces Bárbaros durante show nos anos 70. | Foto: Arquivo/Agência O Globo.

Com quinze novas faixas compostas unicamente para a turnê, a primeira performance do grupo foi em São Paulo, em 24 de junho de 1976, no Anhembi. Foi o sucesso do show que o transformou em um disco ao vivo e em um documentário, que retrata a trajetória da turnê e suas curiosidades. O disco Doces Bárbaros – Ao Vivo, apesar de hoje ser considerado uma obra prima, no momento em que foi lançado foi um grande alvo de críticas por outros artistas, produtores e críticos musicais. 

Uma curiosidade interessante é que o grupo comandou um trio elétrico no carnaval da cidade de Salvador e também fez shows na praia de Copacabana. Além disso, em 2002, Gal Costa, juntamente aos outros integrantes do grupo, após 26 anos, realizou dois shows ao ar livre, em São Paulo, no Parque Ibirapuera, e no Rio de Janeiro, na Praia de Copacabana. Esse breve retorno dos Doces Bárbaros foi gravado para o documentário de 2004, dirigido e produzido por Andrucha Waddington: Outros (Doces) Bárbaros!

Show Fa-Tal

Gal Costa sempre foi alguém de ideias progressistas e durante sua trajetória, não só musical, como de vida, provou ter sido durante toda a sua carreira uma mulher muito revolucionária. Não à toa, Gal desafiou a ditadura em 1971, com o clássico show Fa-Tal

Em 12 de outubro de 1971, no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, em Copacabana, a Gal, com apenas 26 anos de idade, realizou o show Gal a Todo Vapor, bastante conhecido popularmente como o show Gal Fa-Tal. Esse show, na época até os dias de hoje, foi e é considerado um afronte a Ditadura Militar imposta no país e a performance de Gal ousou desafiar as censuras e o terror do AI-5.

Para Gal, seu show teve bastante relação com o momento que os brasileiros viviam, inclusive com a partida dos tropicalistas, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Para a Folha de S. Paulo, a cantora revelou que estava, na época, vivendo uma carreira que a censura não a censurou, onde conseguiu realizar um trabalho com muitos conteúdos absorvidos da cultura tropicalista daquele momento.

Com a pele bronzeada e vestindo um colete curto, no show Fa-Tal, nos anos 70, a icônica Gal Costa ousou se despir mais e mais, ao descer sua saia preta abaixo do umbigo e costela. Sua maquiagem na testa e os brilhos que carregava se juntavam aos lábios vermelhos.

Gal Costa em show “Fa-Tal”, em 1971
Gal Costa em show “Fa-Tal”, em 1971. | Foto: Ivan Cardoso/Arquivo Pessoal.

A performance foi uma espécie de reafirmação do tropicalismo e se relacionava bastante com o fato de que Gil e Caetano estavam no exílio justamente por conta da ditadura. Logo, sendo uma resposta muito autêntica à censura que a Ditadura e seus atos institucionais tentavam impor à música e cultura do país naquele momento, Gal Costa se tornou a musa do desbunde.

Amanhã, 12h, você confere 5 parcerias importantes da carreira de Gal aqui, no FORAS DE SÉRIE especial Gal Costa. Até lá!

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