
Por que Luiz Gonzaga é conhecido como rei do baião? Entenda!
Por que Luiz Gonzaga é conhecido como rei do baião? Entenda!
Luiz Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, filho de Januário e Santana. Nasceu em 13 de dezembro de 1912. Ele chegou a servir o exército por dez anos, mas seu sonho era possuir um acordeão e se tornar um acordeonista. Um dia, o Sinhô Aires lhe deu um. Luiz começou a tocar, fascinado, autodidata, tornou-se um … Continued


Luiz Gonzaga nasceu em Exu, Pernambuco, filho de Januário e Santana. Nasceu em 13 de dezembro de 1912. Ele chegou a servir o exército por dez anos, mas seu sonho era possuir um acordeão e se tornar um acordeonista.
Um dia, o Sinhô Aires lhe deu um. Luiz começou a tocar, fascinado, autodidata, tornou-se um grande acordeonista e fez do acordeão sua marca registrada. Ele não é apenas um acordeonista, mas também um compositor, músico e cantor. Além disso, se eternizou como O Rei do Baião. Neste texto, vamos contar como ele adquiriu esse título!

Por que Luiz Gonzaga ficou conhecido como o Rei do Baião?
Pela trajetória e história de Luiz Gonzaga, a música nordestina é conhecida e reconhecida em todos os cantos do nosso país. Além de influenciar musicalmente outros artistas de diferentes gerações, o compositor também fez ritmos como baião, xaxado e forró pé de serra valorizados em outras regiões.
Embora sua relação com a música não se limite aos ritmos nordestinos, Luiz Gonzaga é muito importante para esse estilo musical que é tido como alicerce da cultura nordestina e brasileira.
A música nordestina integra diferentes ritmos, cores e expressões, possui características nacionais únicas e é sinônimo de mestiçagem cultural. O objetivo da trajetória e história de Luiz Gonzaga é demonstrar através da música a riqueza da região e as duras realidades enfrentadas pelo povo sertanejo do Nordeste.
Por se encarregar de apreciar o ritmo nordestino, foi chamado de Rei do Baião. Cantou com o acompanhamento de sua inseparável sanfona e percorreu o país com baião, xaxado, xote e forró.
Em dezembro de 2012, a Prefeitura do Recife registrou a memória deste notável pernambucano em seu centenário, com grande festa, carimbos e reedições.
Amante da natureza, canta com o Xote Ecológico o sofrimento da flora e da fauna: “Não consigo respirar; não sei nadar; a terra está morrendo…”
Asa Branca, que se tornou um hino do Nordeste, nos desperta para a grande seca de 1915, que Raquel de Queiroz descreve em seu livro “O Quinze”. Na Toada Asa Branca lemos: “Quando oiei’ a terra ardendo/ Qual fogueira de São João/ Eu preguntei’ a Deus do céu, uai/Por que tamanha judiação?”.
Defendeu as mulheres, valorizando-as através da escrita e exercendo a cidadania.
Em 1950, o pernambucano fez sucesso com “Cintura Fina” e “A Volta da Asa Branca” com seu novo parceiro Zé Dantas. Essas canções deram início a uma era de ouro para a música nordestina, e Luís Gonzaga foi nomeado Rei do Baião.
Um dos momentos de sucesso de Luiz Gonzaga foi quando cantou para o Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil em 1980. Outro dia extraordinário aconteceu quando Luiz Gonzaga trouxe sua sanfona cantando em frente à Torre Eiffel em Paris, França.
Nove anos depois, em 1989, Luiz Gonzaga sofreu uma parada cardíaca aos 77 anos.
Veja também:
O Rei do Baião retrata em suas canções a pobreza e a injustiça do Sertão nordestino.
Mais sobre a história de Luiz Gonzaga
Em 1920, aos 8 anos, Gonzaga foi convidado para substituir o sanfoneiro em uma festa tradicional, e desde aquele episódio recebeu diversas ofertas para tocar em eventos da época.
Em 1929, devido a um namoro proibido, Luís fugiu para a cidade do Crato, e em 1930 foi para Fortaleza/CE para o serviço militar. Desde 1939, Gonzaga se dedica à música na cidade do Rio de Janeiro, tocando em manguezais, marinas, bares, ruas e shows de cabaré na Lapa. Começou a participar do programa de calouros, inicialmente sem sucesso, até que no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, mostrou uma de suas músicas “Vira e mexe” e conquistou o primeiro lugar.
Desde então tem participado em vários programas de rádio, incluindo a gravação para outros artistas como acordeonista, até ser convidado para gravar como solista em 1941. Desde então, o talento do Rei do Baião é reconhecido.
Ele continua produzindo programas de rádio e gravando solos de acordeon. A partir de 1943, Luiz Gonzaga passou a usar roupas típicas do cangaceiro, substituindo-as posteriormente por jeans, em suas apresentações. No mesmo ano, suas canções começaram a ser escritas por Miguel Lima; a colaboração foi um sucesso, com vários sucessos: “Dança, Mariquinha” e “Cortando Pano“, “Penerô Xerém” e “Dezessete e Setecentos“, agora do acordeonista e gravado pelo cantor Luiz Gonzaga.
No mesmo ano, tornou-se sócio do cearense Humberto Teixeira, com quem estabeleceu o ritmo do baião, compondo canções com foco na cultura e costumes nordestinos.
Em 1947, já casado com Helena das Neves, conheceu Zé Dantas, que se tornou seu parceiro, substituindo Teixeira, que havia se afastado da música pela vida política. Juntos criaram outros clássicos (“O Xote das Meninas”, “Vem Morena”, “A volta da Asa Branca”, “Riacho do Navio”, etc.), e Luiz Gonzaga se firmou como Rei do Baião.
Além de não deixar de compor entre as décadas de 1970 e 1980, regravações, homenagens e parcerias com novos cantores formaram uma espécie de comitiva em torno de Gonzagão: Fagner, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Dominguinhos, seus grandes discípulos.
Luiz Gonzaga foi o artista mais vendido no Brasil entre 1946 e 1955. Seu legado é respeitado até hoje.
Quer ouvir a história completa do Rei do Baião? Ouça o Acervo MPB clicando aqui.