Hoje é Dia Internacional dos Povos Indígenas!
Hoje é Dia Internacional dos Povos Indígenas!
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas aprovada pela Assembleia Geral da ONU, em 2007, afirma que “os povos indígenas são iguais a todos os demais povos” e reconhece “o direito de todos os povos a serem diferentes, a se considerarem diferentes e a serem respeitados como tais.” Foi para fortalecer … Continued
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas aprovada pela Assembleia Geral da ONU, em 2007, afirma que “os povos indígenas são iguais a todos os demais povos” e reconhece “o direito de todos os povos a serem diferentes, a se considerarem diferentes e a serem respeitados como tais.” Foi para fortalecer esses posicionamentos que, mais de dez anos antes – em 1995 – a ONU criou por decreto o Dia Internacional dos Povos Indígenas, que é celebrado em 09 de agosto.
A promulgação da data foi o resultado de diversas reuniões realizadas em Genebra, na Suíça, entre representantes de diversas etnias indígenas de várias localidades do mundo e membros da ONU.
O objetivo dos indígenas era encontrar formas para que fosse superada a situação de marginalidade social a que estavam submetidos, além de tentar obter garantias internacionais de proteção de seus direitos, principalmente a uma vida conduzida de forma autônoma.
Garantia de direitos
A ONU tenta garantir esse tipo de direito com a orientação a seus Estados-membros de cumprir os artigos expressos na Declaração, como o Artigo 5 que diz que:
“os povos indígenas têm o direito de conservar e reforçar suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais e culturais, mantendo ao mesmo tempo seu direito de participar plenamente, caso o desejem, da vida política, econômica, social e cultural do Estado”.
Em tempos como os que estamos vivendo, de profundo desrespeito com os povos indígenas, sua identidade, diversidade, história e direitos – com ações como a defesa da não demarcação de terras indígenas, o interesse na super exploração de suas terras e das constantes afirmações de que os povos indígenas são inferiores – é mais do que importante, é imprescindível, discutirmos cada vez mais este assunto e reforçarmos a importância da garantia dos direitos dos povos indígenas.
Uma data, uma música, uma história
História da música “Todo Dia Era Dia de Índio”
Todo Dia Era Dia de Índio, ou Curumim Chama Cunhantã Que Eu Vou Contar, é uma canção composta por Jorge Ben Jor em 1981, e muito famosa na voz de Baby do Brasil, que a gravou no mesmo ano, em seu disco Canceriana Telúrica.
Na música, Jorge Ben Jor toma para si o lamento daqueles que foram dizimados, que perderam seu espaço, sua terra, sua vida, para o colonizador europeu. Trata-se de um protesto contra a ironia cínica com que o “homem branco” comemorava o “Dia do Índio”. Porque antes de sua chegada “todo dia era dia de índio”.
A canção também fala sobre a relação respeitosa, de cumplicidade e amor que os povos indígenas têm com a natureza, da qual o ser humano faz parte, mas muitas vezes se esquece:
Jês, Kariris, Karajás, Tukanos, Caraíbas
Makus, Nambikwaras, Tupis, Bororós
Guaranis, Kaiowa, Ñandeva, YemiKruia
Yanomá, Waurá, Kamayurá, Iawalapiti, Suyá
Txikão, Txu-Karramãe, Xokren, Xikrin, Krahô
Ramkokamenkrá, Suyá
Hey! Hey! Hey!
Curumim chama cunhatã que eu vou contar
Cunhatã chama curumim que eu vou contar
Curumim, cunhatã
Cunhatã, curumim
Antes que os homens aqui pisassem
Nas ricas e férteis terraes brazilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes
Da terra do pau-brasil
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio
Mas agora eles só têm um dia
O dia dezenove de abril
Mas agora eles só têm um dia
O dia dezenove de abril
Amantes da pureza e da natureza
Eles são de verdade incapazes
De maltratarem as fêmeas
Ou de poluir o rio, o céu e o mar
Protegendo o equilíbrio ecológico
Da terra, fauna e flora
Pois na sua história, o índio
É o exemplo mais puro
Mais perfeito, mais belo
Junto da harmonia da fraternidade
E da alegria
Da alegria de viver
Da alegria de amar
Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente
Todo dia, toda hora, era dia de índio
Todo dia, toda hora, era dia de índio
Hey! Hey! Hey!