
Há 25 anos, Central do Brasil ganhava o Urso de Ouro
Há 25 anos, Central do Brasil ganhava o Urso de Ouro
Hoje é um dia muito importante para nós brasileiros e para a nossa cultura. Há exatos 25 anos, no dia 22 de fevereiro de 1998, o filme Central do Brasil, do diretor Walter Salles, foi premiado com o Urso de Ouro no 48º Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha. Fernanda Montenegro, que interpreta a … Continued


Hoje é um dia muito importante para nós brasileiros e para a nossa cultura. Há exatos 25 anos, no dia 22 de fevereiro de 1998, o filme Central do Brasil, do diretor Walter Salles, foi premiado com o Urso de Ouro no 48º Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha.
Fernanda Montenegro, que interpreta a professora Dora, uma das protagonistas do longa, levou o Urso de Prata de Melhor Atriz e o filme foi aplaudido por mais de 10 minutos ininterruptos por uma plateia lotada, durante sua apresentação oficial, poucos dias antes.

‘Central do Brasil’
Reconhecido também pelo público e pelo Júri Ecumênico, Central do Brasil – uma das mais importantes produções cinematográficas da história do Brasil – foi a obra que levou mais prêmios no balanço final do festival.
O longa recebeu aclamação universal por parte da crítica especializada, que elogiou a direção, o roteiro, as atuações e a trilha sonora, e entrou em diversas publicações dos Melhores do Ano, em 1998.
Ambientado no Brasil, o enredo gira em torno de Dora, uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil. Ela frequentemente perde a paciência com seus clientes e muitas vezes não envia as cartas que escreve, colocando-as em uma gaveta ou até mesmo rasgando-as.
Até que o destino coloca em seu caminho o pequeno Josué (interpretado pelo ator Vinícius de Oliveira), um garoto cuja mãe havia contratado os serviços de Dora, mas que morreu atropelada por um ônibus ao sair da estação. Dora, então, passa a ajudar Josué a encontrar seu pai no sertão nordestino.
O elenco também conta com Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele e outros grandes nomes.
A ideia do filme
A concepção do filme surgiu no início de 1993, após Salles ter lido uma carta enviada a seu amigo – o artista plástico polonês naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg – por uma então presidiária. O momento de crise econômica pelo qual o Brasil estava passando também foi relevante para a inspiração do roteiro.
O diretor decidiu trabalhar com alguns profissionais desconhecidos pelo público, de modo que fosse realizado um trabalho autêntico e simples, uma vez que eles não deixariam suas experiências de carreira refletirem na produção. Antonio Alves Pinto e Jaques Morelenbaum assinaram a belíssima trilha sonora, que conta – no fim do filme – com o clássico de Candeia interpretado por Cartola: Preciso me Encontrar.
Veja também:
Além disso, na produção, ainda foram utilizadas as músicas incidentais:
- Mama África, de Chico César;
- Toada e Desafio, de Capiba (interpretada pelo Quinteto da Paraíba);
- Ruínas da Babilônia, de Fauzi Beydou (interpretada pela banda de reggae Tribo de Jah);
- e E Deus por Nós, de Fátima Leão e Alexandre Neto (interpretada por Zezé di Camargo e Luciano).
A indicação ao Oscar de Fernanda Montenegro
Central do Brasil representou um grande marco no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como Cinema da Retomada, e restituiu confiança ao cinema nacional.
A interpretação magistral de Fernanda Montenegro foi aclamada pelos críticos e imprensa nacionais e internacionais e rendeu à atriz uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz — tornando-a a primeira latino-americana, a única brasileira e a única atriz já indicada ao prêmio por uma atuação em língua portuguesa — e também uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático.
O filme recebeu diversos prêmios e indicações ao redor do mundo, dentre eles, uma outra nomeação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, ao Independent Spirit Award e aos Prêmios César.
Central do Brasil venceu o BAFTA, o Globo de Ouro, o National Board of Review e o Prêmio Satellite.
Em novembro de 2016, a obra entrou – em 11º lugar – na lista dos 100 Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos, realizada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

Viva o cinema e a cultura do nosso país!