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 Viva a Divina Elizeth Cardoso!

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09:30 16.07.2023
Brasilidade

 Viva a Divina Elizeth Cardoso!

Elizeth Cardoso foi uma das principais intérpretes e vozes da música popular brasileira de todos os tempos. A Divina – como era conhecida – nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de julho de 1920, há exatos 103 anos.  Vinda de uma família humilde que vivia próxima ao Morro da Mangueira, Elizeth Cardoso tinha … Continued

F.Content - 16.07.2023 - 09:30
 Viva a Divina Elizeth Cardoso!
Conheça a história de Elizeth Cardoso. | Foto: Instagram

Elizeth Cardoso foi uma das principais intérpretes e vozes da música popular brasileira de todos os tempos. A Divina – como era conhecida – nasceu no Rio de Janeiro, no dia 16 de julho de 1920, há exatos 103 anos. 

Vinda de uma família humilde que vivia próxima ao Morro da Mangueira, Elizeth Cardoso tinha o sonho de ser artista, e era levada pelo pai – seresteiro – para cantar pelos bairros da Zona Norte carioca, cobrando 10 tostões das outras crianças para ouvi-la cantar os sucessos de Vicente Celestino, de quem ela era muito admiradora.

Elizeth-Cardoso
Conheça a história de Elizeth Cardoso. | Foto: Instagram

Sua família frequentava casas de samba e festivais de música popular na cidade, além de conviver com grandes músicos na casa de Tia Ciata, uma cozinheira e mãe de santo baiana que tinha se mudado aos 22 anos para o Rio de Janeiro, levando o samba de roda para a cidade. 

Considerada por muitos como uma das figuras mais influentes para o surgimento do samba carioca, Tia Ciata era amiga dos pais de Elizeth e abria as portas de sua casa na Praça Onze para reuniões de sambistas. Foi em uma dessas reuniões que foi criado o primeiro samba gravado em disco no Brasil – Pelo Telefone –  uma composição de Donga e Mauro de Almeida.

Embora sempre almejasse brilhar nos palcos, a vida de Elizeth Cardoso não foi nada fácil: após concluir o curso primário, ela e seus irmãos tiveram que abandonar os estudos e ajudar no sustento da casa. Ela começou a trabalhar aos dez anos e, entre 1930 e 1935, foi balconista, funcionária de uma fábrica de saponáceos e cabeleireira.

Sua vida começou a mudar aos 16 anos, quando ela teve sua primeira festa de aniversário, para a qual foram convidados vários amigos de seu pai e de seu tio – também músicos – como Pixinguinha, Dilermando Reis e Jacob do Bandolim. Seu tio a apresentou a Jacob, que pediu que a jovem cantasse para os convidados da festa. 

Todos ficaram impressionados com a voz de Elizeth – que era impecável como a de uma profissional, mesmo sem nunca ter passado por aulas de canto. Jacob do Bandolim convidou Elizeth para fazer um teste na Rádio Guanabara, no qual ela foi aprovada em primeiro lugar. Foi assim que sua carreira deslanchou.

Elizeth Cardoso realizou sua primeira apresentação em 1936, no Programa Suburbano, da Rádio Guanabara, ao lado de seu ídolo Vicente Celestino, e também de Aracy de Almeida, Moreira da Silva, Noel Rosa e Marília Batista. Na semana seguinte, foi contratada para um programa semanal na rádio e a partir daí, nunca mais parou de fazer sucesso, gravando um disco atrás do outro, somando mais de 40 LPs no Brasil e outros fora do país, onde também conquistou bastante sucesso.

Além do choro, Elizeth consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção, surgido a partir da década de 1930, ao lado de cantoras como Nora Ney, Dalva de Oliveira e Dolores Duran. O samba-canção antecedeu o movimento da Bossa Nova, surgido ao final da década de 1950.

Elizeth Cardoso, inclusive, migrou do choro para o samba-canção e deste para a bossa nova, gravando, em 1958, o LP Canção do Amor Demais. O antológico disco trouxe a canção inaugural da bossa nova no país, Chega de Saudade, de autoria de Vinicius de Moraes e Tom Jobim, com melodia ao fundo composta com a participação de um jovem baiano que tocava o violão de maneira original e inédita: João Gilberto, dono da batida ao violão que influenciou toda uma geração e, por isso, considerado o Pai da Bossa Nova

Em 1965, Elizeth Cardoso conquistou o segundo lugar na estreia do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, interpretando a canção Valsa do Amor que Não Vem, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. O primeiro lugar foi da novata Elis Regina, com a canção Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes

Elizeth recebeu o título de A Divina do jornalista, diretor e compositor Haroldo Costa, pelo fato de ela se destacar entre todas as cantoras de sua geração a ponto de ser considerada a melhor, uma verdadeira deusa. Em 1957, Haroldo substituía o jornalista Sérgio Porto na seção que ele escrevia para o jornal Última Hora, sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta. Foi neste artigo que Haroldo Costa inventou que um grupo apareceu na boate que Elizeth se apresentava em São Paulo, com uma faixa onde se lia “Elizeth, a Divina”. A invenção pegou e o apelido também!

A Divina também se dedicou a interpretar os sambas tradicionais de morro, consagrando-se como uma das principais cantoras de sua geração, responsável por influenciar diversas vozes que surgiram posteriormente. Elizeth faleceu em 1990, pouco antes de completar 70 anos, vítima de câncer no estômago. Viva, Elizeth Cardoso, A Divina!

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