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Uma comparação entre as três grandes listas que classificam os melhores álbuns de música brasileira de todos os tempos

novabrasilfm
09:30 04.06.2022
Brasilidade

Uma comparação entre as três grandes listas que classificam os melhores álbuns de música brasileira de todos os tempos

Na última semana, o jornalista, escritor e diretor de documentários e – atualmente – editor e produtor do podcast Discoteca Básica, Ricardo Alexandre, divulgou os 10 primeiros discos de uma lista que rankeia os 500 Maiores Álbuns Brasileiros de Todos Os Tempos, nome do livro que Ricardo lançará em breve. No topo da lista, pela … Continued

novabrasilfm - 04.06.2022 - 09:30
Uma comparação entre as três grandes listas que classificam os melhores álbuns de música brasileira de todos os tempos
Uma comparação entre as três grandes listas que classificam os melhores álbuns de música brasileira de todos os tempos

Na última semana, o jornalista, escritor e diretor de documentários e – atualmente – editor e produtor do podcast Discoteca Básica, Ricardo Alexandre, divulgou os 10 primeiros discos de uma lista que rankeia os 500 Maiores Álbuns Brasileiros de Todos Os Tempos, nome do livro que Ricardo lançará em breve. No topo da lista, pela primeira vez, está o antológico disco Clube da Esquina – de Milton Nascimento e Lô Borges – lançado em 1972.

 

O Clube da Esquina

O disco, batizou um dos maiores e mais importantes movimentos da história da música popular brasileira, formado por artistas mineiros como – além de Milton (o mais mineiro de todos os cariocas) e Lô Borges – irmão de Lô, Márcio Borges; Beto Guedes; Fernando Brant; Wagner Tiso; Tavinho Moura; Toninho Horta; e Flávio Venturini; entre outros.

A sonoridade inovadora do Clube da Esquina trazia a fundição das inovações propostas pela Bossa Nova com elementos do jazz, do rock (principalmente dos ingleses The Beatles), da música folclórica, da música regional mineira, erudita e hispânica. Essas influências permeiam todo o trabalho musical do Clube: desde a composição, aos arranjos, às letras, processos de gravação em estúdio e shows.

Logo, o grupo tornou-se referência de qualidade na MPB, pelo alto nível de sua performance, e por disseminar suas inovações e influência nacional e internacionalmente.

Do disco Clube da Esquina fazem parte os grandes e imortais clássicos: Tudo Que Você Podia Ser e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (de Lô e Márcio Borges), Cais, Nada Será Como Antes e Cravo e Canela (de Milton e Ronaldo Bastos), O Trem Azul (de Lô Borges e Ronaldo Bastos), San Vicente (de Milton e Fernando Brant), Clube da Esquina nº 2 ( de Milton, Márcio e Lô), Paisagem da Janela (Lô Borges e Fernando Brant) e Lilia, uma homenagem de Milton para a sua mãe.

 

A nova lista

Essa é a terceira e mais completa lista do tipo lançada no Brasil e é a primeira vez que o Clube da Esquina aparece em primeiro lugar.

Em 2003, a MTV Brasil elaborou uma relação com os 100 melhores discos lançados no Brasil, em todos os tempos. A emissora entrevistou 52 jornalistas, artistas e experts da área musical brasileira e foram citadas um total de 552 obras. Clube da Esquina ficou na 12ª posição deste primeiro ranking.

Já em 2007, a Rolling Stone Brasil também classificou os 100 maiores discos da música brasileira de todos os tempos. A revista convocou 60 estudiosos, produtores e jornalistas e, a cada um deles, foi solicitado que escolhesse 20 discos, sem ordem de preferência. Os critérios analisados incluíram valor artístico intrínseco e importância histórica, ou seja, o quanto o álbum influenciou outros artistas. Dessa vez, o Clube da Esquina ficou em 7º lugar.

Há mais de 15 anos que ninguém promovia uma grande eleição sobre os maiores discos brasileiros de todos os tempos. Mesmo assim, as três listas ainda têm muito em comum, o que mostra a força da música popular brasileira proveniente das décadas de 70, com unanimidades difíceis de desbancar.

Mas, pensando no novo cenário da música popular brasileira, segundo Ricardo Alexandre, “Surpresas deliciosas e ‘emocionantes’, que expressam a grandeza da produção musical brasileira, aparecerão em posições intermediárias e inferiores, incluindo artistas do ano 2000 em diante”, nesta nova lista. Então, o que nos resta é aguardar o lançamento do livro de Ricardo!

O jornalista – que é ex-diretor das revistas Bizz e Trip – ainda completa, contando um pouco sobre o objetivo da lista: “A ideia é servir de guia de álbuns. De certa forma, esse é um movimento contracultural em um momento em que as pessoas ouvem músicas de forma rasa, porque não têm paciência. O Discoteca Básica traz a ideia de que é preciso parar, se concentrar, romper o ciclo de afobação e desespero que se instaurou na cultura pop vigente.”.

Enquanto o livro não sai – para descobrimos a lista completa com os 500 discos – nós preparamos uma comparação entre os 10 primeiros colocados dos três rankings citados, destacados pelo ano em que a lista foi elaborada.

Além da predominância de discos lançados na década de 70, é importante observar que os três primeiros colocados, nas três diferentes listas são frutos de criações e produções coletivas, resultado da união de forças de grandes nomes da nossa música e da nossa cultura. Além do Clube da Esquina; temos Acabou Chorare, dos Novos Baianos (também de 1972); e Tropicália ou Panis et Circenses, que reúne Caetano Veloso,  Os Mutantes,  Gilberto Gil,  Gal Costa,  Tom Zé,  Torquato Neto,  Capinan,  Nara Leão e Rogério Duprat, em 1968.

Além disso, os discos Chega de Saudade, de João Gilberto (1959); Transa, de Caetano Veloso (mais um de 1972); Secos & Molhados, dos Secos & Molhados (também uma criação coletiva, de 1973); e A Tábua da Esmeralda – Jorge Ben Jor (1974) aparecem em alguma das 10 posições de todas as listas.

O ano de 1972 é o que tem mais discos contemplados entre as 10 primeiras posições das listas e em todas essas posições não encontramos nenhum disco dos anos 80 e apenas dois dos anos 90: Da Lama ao Caos – Chico Science & Nação Zumbi (1994) e Sobrevivendo no Inferno – Racionais MCs (1997), que também são criações coletivas!

Façam suas análises, vejam com qual lista vocês mais se identificam e, o mais importante de tudo: se ainda não escutaram algum desses discos, corram para dar o play, por favor!

 

lugar:

2022 – Clube da Esquina – Milton Nascimento e Lô Borges (1972)

2007 – Acabou Chorare – Novos Baianos  (1972)

2003 – Tropicália ou Panis et Circenses – Caetano Veloso,  Mutantes,  Gilberto Gil,  Gal Costa,  Tom Zé,  Torquato Neto,  Capinan,  Nara Leão e Rogério Duprat  (1968)

 

lugar:

2022 – Acabou Chorare – Novos Baianos (1972)

2007 – Tropicália ou Panis et Circenses – Caetano Veloso,  Mutantes,  Gilberto Gil,  Gal Costa,  Tom Zé,  Torquato Neto,  Capinan,  Nara Leão e Rogério Duprat  (1968)

2003 – Acabou Chorare – Novos Baianos (1972)

 

lugar:

2022 – Chega de Saudade – João Gilberto – (1959)

2007 – Construção – Chico Buarque (1971)

2003 – A Tábua da Esmeralda – Jorge ben Jor (1974)

 

lugar:

2022 – Secos & Molhados – Secos & Molhados (1973)

2007 – Chega de Saudade – João Gilberto – (1959)

2003 – Secos & Molhados – Secos & Molhados (1973)

 

lugar:

2022 – Construção – Chico Buarque (1971)

2007 – Secos & Molhados – Secos & Molhados (1973)

2003 – Os Mutantes – Os Mutantes (1973)

 

lugar:

2022 – A Tábua da Esmeralda – Jorge ben Jor (1974)

2007 – A Tábua da Esmeralda – Jorge ben Jor (1974)

2003 – Chega de Saudade – João Gilberto – (1959)

 

lugar:

2022 – Tropicália ou Panis et Circenses – Caetano Veloso,  Mutantes,  Gilberto Gil,  Gal Costa,  Tom Zé,  Torquato Neto,  Capinan,  Nara Leão e Rogério Duprat  (1968)

2007 – Clube da Esquina – Milton Nascimento e Lô Borges (1972)

2003 – Da Lama ao Caos – Chico Science & Nação Zumbi (1994)

 

lugar:

2022 – Transa – Caetano Veloso (1972)

2007 – Cartola – Cartola (1976)

2003 – Transa – Caetano Veloso (1972)

 

lugar:

2022 – Sobrevivendo no Inferno – Racionais MC’s (1997)

2007 –  Os Mutantes – Os Mutantes (1973)

2003 – Expresso 2222 – Gilberto Gil (1972)

 

10º lugar:

2022 – Elis & Tom – Elis Regina e Tom Jobim (1974)

2007 – Transa – Caetano Veloso (1972)

2003 – Elis & Tom – Elis Regina e Tom Jobim (1974)

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