44 anos sem Candeia, o compositor de Preciso me Encontrar

No dia 16 de novembro de 1978, há exatos 44 anos, o Brasil perdia um de seus maiores sambistas: Candeia.

O cantor, compositor e instrumentista carioca é autor de alguns dos maiores clássicos da nossa música popular brasileira, como:

• Preciso Me Encontrar – gravada por Cartola, em 1976, e depois regravada por outros grandes nomes como Marisa Monte, Ney Matogrosso, Mart’nália e Teresa Cristina;
• e O Mar Serenou – lançada por Clara Nunes, em 1975, e depois regravada por nomes como Beth Carvalho, Alcione, Jorge Aragão e Luciana Mello.

Candeia participou da fundação da Portela

Grande defensor e divulgador da cultura afro-brasileira, Candeia foi uma figura importante na história da Portela, tendo participado da fundação da Escola. Desde a infância conviveu com outros grandes sambistas. 

Sem abandonar o samba, no início da década de 1960 ingressou na Polícia Civil, e assumiu o cargo de investigador.

No entanto, sua carreira como policial terminou de modo trágico, em dezembro de 1965, ao se envolver em um incidente de trânsito, em que acabou surpreendido pelo motorista que abordou, que lhe desferiu cinco tiros. Um deles alojou-se na medula espinhal e o deixou sem movimento nas pernas. 

Após ficar sem os movimentos das pernas, dedicou-se exclusivamente ao samba

Com a paralisia, foi obrigado a se aposentar por invalidez e passou a se locomover em cadeira de rodas. A partir daí, Candeia dedicou-se exclusivamente ao samba, tendo lançado seis discos de sucesso, a partir de 1970.

Mas, o artista faleceu precocemente, aos 43 anos, vítima de uma infecção renal, deixando um legado de outros grandes sambas para a história da música brasileira, como:

• A Flor e o Samba (de 1969, gravado por nomes como Elza Soares, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Mart’nália);
• Dia De Graça (de 1970, gravada por nomes como Elza Soares, Martinho da Vila e Teresa Cristina);
• Filosofia do Samba (de 1971, gravada por Paulinho da Viola e Martinho da Vila);
• Amor Não é Brinquedo (parceria com Martinho da Vila, de 1978), e Pintura Sem Arte (também de 1978).

Deixe-me ir preciso andar

Vou por aí a procurar

Sorrir pra não chorar

 

Quero assistir ao sol nascer

Ver as águas dos rios correr

Ouvir os pássaros cantar

Eu quero nascer

Quero viver

Preciso me Encontrar – Candeia (1976)

Viva o eterno Candeia!