Você conhece a origem do tecido de Chita? A Novabrasil explica

Luciano Borborema
15:44 06.03.2025
Jornalismo

Você conhece a origem do tecido de Chita? A Novabrasil explica

Quem olha para o tecido de Chita como é hoje, nem imagina os caminhos que percorreu até tornar-se parte de nossa brasilidade

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- 06.03.2025 - 15:44
Você conhece a origem do tecido de Chita? A Novabrasil explica
Você conhece a origem do tecido de Chita? A Novabrasil explica

O Tecido de Chita tem tanto a cara do Brasil e até se confunde com a própria identidade do nosso país.

A origem da Chita

Quem olha para a Chita como ela é hoje, nem imagina os caminhos que ela percorreu até tornar-se uma das maiores expressões da nossa brasilidade.

As navegações europeias descobriram a Chita em suas viagens à Índia Medieval e levaram o tecido para o continente Europeu. Nesta época, a Chita ainda não era essa que nós conhecemos hoje e que fez história aqui no Brasil.

Chamada de Chintz pelos indianos, era um tecido de algodão simples, telado e estampado por meio de uma técnica manual, com carimbos de madeira.

Árvores floridas são retratadas neste tecido antigo, criado no oeste da Índia para o mercado egípcio no final do século XIII ou início do século XIV | Foto: Harry Wearne Collection/BBC

Roupas coloridas: Um símbolo de poder

Ao chegar na Europa, esses tecidos super coloridos foram absorvidos pelas classes dominantes, tanto na decoração, como nas roupas.

Durante muito tempo, somente as pessoas que eram da nobreza podiam usar cor em suas roupas, o que era considerado um símbolo de poder. Aos poucos, os europeus começaram a produzir tecidos parecidos.

O alvará de proibição das manufaturas, assinado no Brasil Colônia de 1795, impediu por muito tempo a produção de tecidos no país. Da Europa, a Chita foi trazida para o Brasil pelos portugueses e o tecido continuou a ser usado pela nobreza. 

A Chita se adaptou a cultura brasileira

A Chita só passou a ser produzida no Brasil e com as características que conhecemos hoje, quando a família real foi embora do Brasil.

Aqui, ela se adaptou à nossa cultura e passou a ser produzida com um algodão chamado Morin e estampada com a técnica da xilogravura. Como o custo de produção era muito baixo, seu preço tornou-se acessível e ela logo foi adotada pelas camadas populares brasileiras.

Assim, nasceu a Chita tipicamente brasileira que conhecemos hoje. De trama espaçada, as estampas passaram a ter motivos florais, bem coloridos, geralmente com cores primárias e secundarias, de pigmentos bem fortes e vibrantes.

Chita e as Festas Populares

Até os dias de hoje, o Tecido de Chita pode ser visto em artigos de decoração, toalhas de mesa e cortinas de casas brasileiras. Está presente nas vestimentas de manifestações populares como o São João, a Folia de Reis, o Bumba Meu Boi, o Carimbó e nos estandartes do Maracatu

Foi também muito explorada em movimentos culturais como a Tropicália e o movimento hippie. Vestiu personagens da nossa literatura como Pombinha, de O Cortiço e Capitu, de Dom Casmurro.

Dançarinos de Carimbó | Foto: Carimbó Paidégua

Chita nas passarelas de Zuzu Angel

A estilista Zuzu Angel foi a primeira a levar a Chita para as passarelas de moda e para a alta costura, conquistando a sociedade carioca e internacional.

Looks de Zuzu Angel fotografados nos EUA na década de 1970 | Foto: reprodução/Harper’s Bazaar

Democrática, a Chita transita entre a simplicidade e o requinte, esbanjando a personalidade de um país diverso como o Brasil.

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