BRASIL COM S – Tecido de Chita
BRASIL COM S – Tecido de Chita
E o nosso destaque do Brasil com S de hoje é o Tecido de Chita, que tem tanto a cara do Brasil, que até se confunde com a própria identidade do nosso país. A origem da Chita Quem olha para a Chita como ela é hoje, nem imagina os caminhos que ela percorreu até tornar-se uma … Continued
E o nosso destaque do Brasil com S de hoje é o Tecido de Chita, que tem tanto a cara do Brasil, que até se confunde com a própria identidade do nosso país.
A origem da Chita
Quem olha para a Chita como ela é hoje, nem imagina os caminhos que ela percorreu até tornar-se uma das maiores expressões da nossa brasilidade.
As navegações europeias descobriram a Chita em suas viagens à Índia Medieval e levaram o tecido para o continente Europeu. Nesta época, a Chita ainda não era essa que nós conhecemos hoje e que fez história aqui no Brasil.
Chamada de Chintz pelos indianos, era um tecido de algodão simples, telado e estampado por meio de uma técnica manual, com carimbos de madeira.
Roupas coloridas: Um símbolo de poder
Ao chegar na Europa, esses tecidos super coloridos foram absorvidos pelas classes dominantes, tanto na decoração, como nas roupas.
Durante muito tempo, somente as pessoas que eram da nobreza podiam usar cor em suas roupas, o que era considerado um símbolo de poder. Aos poucos, os europeus começaram a produzir tecidos parecidos.
O alvará de proibição das manufaturas, assinado no Brasil Colônia de 1795, impediu por muito tempo a produção de tecidos no país. Da Europa, a Chita foi trazida para o Brasil pelos portugueses e o tecido continuou a ser usado pela nobreza.
A Chita se adaptou a cultura brasileira
A Chita só passou a ser produzida no Brasil e com as características que conhecemos hoje, quando a família real foi embora do Brasil.
Aqui, ela se adaptou à nossa cultura e passou a ser produzida com um algodão chamado Morin e estampada com a técnica da xilogravura. Como o custo de produção era muito baixo, seu preço tornou-se acessível e ela logo foi adotada pelas camadas populares brasileiras.
Assim, nasceu a Chita tipicamente brasileira que conhecemos hoje. De trama espaçada, as estampas passaram a ter motivos florais, bem coloridos, geralmente com cores primárias e secundarias, de pigmentos bem fortes e vibrantes.
Chita e as Festas Populares
Até os dias de hoje, o Tecido de Chita pode ser visto em artigos de decoração, toalhas de mesa e cortinas de casas brasileiras. Está presente nas vestimentas de manifestações populares como o São João, a Folia de Reis, o Bumba Meu Boi, o Carimbó e nos estandartes do Maracatu.
Foi também muito explorada em movimentos culturais como a Tropicália e o movimento hippie. Vestiu personagens da nossa literatura como Pombinha, de O Cortiço e Capitu, de Dom Casmurro.
Chita nas passarelas de Zuzu Angel
A estilista Zuzu Angel foi a primeira a levar a Chita para as passarelas de moda e para a alta costura, conquistando a sociedade carioca e internacional.
Democrática, a Chita transita entre a simplicidade e o requinte, esbanjando a personalidade de um país diverso como o Brasil.