Aniversariantes da Música Brasileira da semana
Aniversariantes da Música Brasileira da semana
Esta é uma semana recheada de aniversariantes que fazem parte da história da nossa música! Por isso, nós da Novabrasil preparamos uma matéria especial, com um pouco da história de um artista que nasceu em cada um dos dias desta semana musical! Vamos aos aniversariantes! 22 de abril: Mano Brown Nascido Pedro Paulo Soares Pereira, … Continued
Esta é uma semana recheada de aniversariantes que fazem parte da história da nossa música!
Por isso, nós da Novabrasil preparamos uma matéria especial, com um pouco da história de um artista que nasceu em cada um dos dias desta semana musical!
Vamos aos aniversariantes!
22 de abril: Mano Brown
Nascido Pedro Paulo Soares Pereira, em 22 de abril de 1970, o rapper, cantor, compositor, empresário e apresentador paulistano Mano Brown é um dos maiores artistas do Brasil.
Mano Brown integra – desde 1989 – o Racionais MC’s, o mais importante grupo de rap do país, que mudou para sempre a história da música brasileira – e, mais ainda – de muitos brasileiros e brasileiras que os escutam, com suas letras contundentes sobre desigualdade e injustiça social, a realidade das periferias e favelas do nosso país, do povo preto e do racismo cruel que os atravessa
Ao lado de Ice Blue, Edi Rock e KL Jay, Mano Brown fez e segue fazendo história. Brown e Blue cresceram no bairro do Capão Redondo, extremo sul de São Paulo, enquanto Edi Rock e KL Jay, no outro extremo: o norte.
Todos curtiam muito a música negra americana nos bailes da época (Zimbawe, Chic Show, Cascata e Baile da Sedinha), mas não era só a música que os aproximava: possuíam também o inconformismo com as injustiças sociais e a perseguições deixadas pelo recém fim da ditadura, que durou de 1964 a 1984.
As duas duplas foram apresentadas na Praça São Bento, ponto de encontro onde se reuniam os quatro elementos do Hip Hop: B. Boys (dançarinos), DJs (DiscJóquei), MC’s (Mestres de Cerimônias) e Grafiteiros.
Ali, nascia um dos ícones do Rap no Brasil: Racionais MC’s. No final dos anos 80, o grupo participou da coletânea Consciência Black, lançada pelo selo Zimbawe Records, gravadora especializada em música negra, e mudou para sempre o rumo da nossa história.
Em 1990, saía o primeiro EP dos Racionais: Holocausto Urbano, e – em 1993, o primeiro álbum do grupo: Raio-X do Brasil. Dali em diante, foram mais três álbuns de estúdio: o antológico Sobrevivendo no Inferno (1997); Nada como um Dia após o Outro Dia (2002); e Cores & Valores (2014) – além de coletâneas e álbuns ao vivo.
Brown leva, paralelamente ao grupo, uma carreira solo de sucesso e lançou, em 2016, o seu primeiro álbum solo, Boogie Naipe, mesmo nome da gravadora que fundou ao lado de sua esposa, a empresária Eliane Dias. O disco foiindicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.
Mano Brown é autor de canções antológicas, como, por exemplo:
- Vida Loka I
- Vida Loka II
- Negro Drama (com Edi Rock)
- Jesus Chorou
- Da Ponte pra Cá
- Capítulo 4, Versículo 3
- Diário de um Detento
- Homem na Estrada
- Fim de Semana no Parque (com Edi Rock)
- Mano Na Porta do Bar
- Negro Limitado (com Edi Rock)
- Pânico na Zona Sul
- Eu Sou 157.
Desde 2022, Brown também apresenta, com maestria, o podcast Mano a Mano, para a plataforma de streaming Spotify, onde entrevista personalidades diversas e promove a discussão de temas como música,arte, cultura, negritude, política, saúde e futebol.
23 de abril: Leo Jaime
O cantor, compositor, ator, bailarino e escritor Leo Jaime nasceu em Goiana, em 23 de abril de 1960, e logo mudou-se com a família para São Paulo, onde começou os seus estudos na música e no teatro ainda na infância.
Fã dos Beatles e dos Rolling Stones, passou a atuar em montagens teatrais, participar de bandas e conjuntos e a tocar em bares. Morou em Brasília, onde fez parte de uma montagem de Os Saltimbancos, de Chico Buarque e – depois – no Rio de Janeiro, trabalhando em algumas companhias de teatro.
No Rio, conheceu o ex-atual-eterno-mutante Arnaldo Baptista e – com ele – compôs suas primeiras canções, em 1978.
Em 1981, foi convidado para integrar uma nova banda de rock de garagem que se formava no bairro carioca do Rio Comprido – e não aceitou por achar que sua voz era muito suave para o som da banda – mas, indicou seu amigo Cazuza para aos vocais. Assim nasceu o Barão Vermelho, com uma contribuição valiosa de Leo Jaime.
No mesmo ano, o artista passou a fazer parte do conjunto carioca de rock, João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, com quem participou de sua primeira gravação em disco, o LP Cantando no Banheiro, de Eduardo Dusek, cujo maior sucesso foi uma composição sua: Rock da Cachorra.
Nessa época, as composições de Leo Jaime começaram a ser gravadas por outros nomes já consagrados como Erasmo Carlos e Marina. Em 1983, o artista partiu em carreira solo e, no ano seguinte, lançou o seu primeiro disco: Phodas “C”.
Desde então, foram diversos álbuns, parcerias e canções de sucesso, como, por exemplo:
- A Fórmula do Amor (parceria com Leoni)
- A Vida Não Presta (com Leandro e Selvagem Big Abreu)
- O Pobre (com Herbert Vianna)
- Sônia (Sunny)
- Nada Mudou
- Rock Estrela
- Solange
- Conquistador Barato
Além disso, Leo Jaime possui inúmeras atuações em filmes, novelas, peças de teatro, programas de televisão, crônicas, roteiros e trilhas sonoras.
24 de abril: Ludmilla
Entre os aniversariantes da semana, também está a cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, empresária e apresentadora Ludmilla. Nascida no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1995, a artista é um dos maiores nomes da música brasileira atual, reconhecida e aclamada nacional e internacionalmente.
Começou a cantar com oito anos de idade em rodas de pagode e iniciou sua carreira musical em 2012, quando passou a se apresentar sob o nome artístico de MC Beyoncé (inspirada na cantora norte-americana Beyoncé Knowles),alcançando reconhecimento nacional ao lançar a canção de funk Fala Mal de Mim, que obteve mais de 15 milhões de plays.
Foi no programa Esquenta, apresentado por Regina Casé, na TV Globo, que passou a ser chamada pelo nome artístico de MC Ludmilla. Após adotar seu nome de registro como também artístico, Ludmilla assinou um contrato de gravação com a gravadora Warner Music Brasil e lançou seu álbum de estreia Hoje, em 2013, que já contou com grandes hits como: Sem Querer, Hoje e Te Ensinei Certin.
Seu próximo álbum, A Danada Sou Eu, de 2016, também gerou vários hits de sucesso, como, por exemplo: Bom, Sou Eu e Cheguei, e rendeu à Ludmilla uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.
Seu primeiro álbum ao vivo, Hello Mundo – de 2019 – que também recebeu uma versão em estúdio, gerou canções como Favela Chegou, A Boba Fui Eu e Invocada. Em seguida, no EP Numanice, de 2020, Lud focou seu repertório em canções de pagode.
Uma série de trabalhos derivados do EP foram lançados, como seu segundo álbum ao vivo intitulado Numanice: Ao Vivo (2021), seu quarto álbum de estúdio, Numanice 2 (2022) – que lhe rendeu um Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode – e o terceiro ao vivo, o Numanice #2: Ao Vivo (2022).
O quinto trabalho em estúdio de Ludmilla, Vilã, lançado em 2023, resgatou a origem pop da cantora e incluiu os sucessos Socadona, Sou Má e Nasci pra Vencer.
No mesmo ano, a artista foi intérprete de samba-enredo da escola de samba Beija-Flor no Carnaval do Rio de Janeiro. Em 2024, a cantora lançou seu álbum mais recente: Numanice #3 (Ao Vivo) e tornou-se a primeira cantora negra, latino-americana e LGBTQIA+ a se apresentar no palco principal do Coachella, o mais importante festival de música dos Estados Unidos.
Ludmilla também foi a primeira artista negra latino-americana a ultrapassar a marca de dois bilhões de audições na plataforma de streaming Spotify.
25 de abril: Rogério Flausino
O cantor, compositor e instrumentista mineiro Rogério Flausino nasceuem 25 de abril de 1972, em Alfenas, Minas Gerais, eformou sua primeira banda aos 12 anos, junto com o irmão, o também cantor, compositor e instrumentista Wilson Sideral.
Em meados dos anos 90, Flausino passou a integrar uma das bandas de pop rock brasileiras de maior sucesso na história, o Jota Quest – como vocalista e um dos principais compositores – ao lado do baixista PJ, do baterista Paulinho, do guitarrista Marco Túlio e do tecladista Márcio.
Lançou o primeiro álbum com a banda em 1996, já trazendo o super hit Encontrar Alguém (composição em parceria de Flausino com Marco Túlio) e uma regravação de muito sucesso do clássico As Dores do Mundo, de Hyldon.
Em 1998, veio o segundo álbum – De Volta ao Planeta – que contou com mais hits de muito sucesso do Jota Quest: além da faixa-título (de Flausino, Marco Túlio e PJ); Fácil (parceria de Rogério com o irmão Wilson Sideral); O Vento (de Márcio Buzelin); e Sempre Assim (de Rogério, Marco Túlio, PJ, Márcio e Paulinho).
Desde então, foram diversos álbuns de muito sucesso com a banda – que permanece na ativa e com a mesma formação até os dias atuais e lançou seu trabalho mais recente, De Volta Ao Novo – Volume 1, em 2023.
Exemplos de outros grandes hits do Jota Quest são:
- Mais Uma Vez (Rogério, Fernanda Mello e PJ)
- Só Hoje e O Que Eu Também Não Entendo (ambas de Rogério e Fernanda Mello)
- Na Moral (Rogério, Sideral e Marco Túlio)
- Vem Andar Comigo, Amor Maior e Dias Melhores (todas só de Flausino)
- Dentro de um Abraço (Rogério Flausino, PJ, Jerry Barnes e Martha Medeiros)
Com o Jota Quest, Rogério Flausino conquistou dois Grammy Latinos: um de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro – com o disco Quinze, de 2011 – e outro de Melhor Álbum de Rock Brasileiro – com o Ao Vivo no Rock in Rio, de 2013.
26 de abril: Diogo Nogueira
Completando 43 anos neste 26 de abril, outro dos aniversariantes da semana é Diogo Nogueira, um dos principais nomes do samba da atualidade. Filho do eterno João Nogueira, um dos sambistas mais importantes do nosso país, o cantor e compositor carrega a música em seu DNA e o samba nas suas raízes.
Frequentava as rodas de samba do pai desde a infância, no Rio de Janeiro, mas foi jogador profissional de futebol antes de iniciar a carreira na música. Seu primeiro álbum, Diogo Nogueira ao Vivo, lançado em 2007, conta com músicas compostas por ele e outros parceiros, mas também com grandes sucessos de seu pai, como Espelho e Poder da Criação.
Portelense de alma e coração, é um dos compositores do samba enredo que trouxe a Portela de volta para o time das campeãs, no carnaval carioca de 2008: Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade. Compôs vários outros sambas-enredo de sucesso para a escola.
Com diversos álbuns lançados – o mais recente foi Sagrado Volume 1, em 2023 – Diogo Nogueira venceu duas vezes o Grammy Latino, mas teve quase todos os seus álbuns indicados ao prêmio.
Sua voz única e envolvente e a emoção que traz na interpretação das suas canções, fazem do artista um dos maiores nomes da música brasileira da atualidade, com grandes sucessos como, por exemplo:
- Pé na Areia (composição de Rodrigo e Diogo Leite e Cauíque)
- Coragem (dele, em parceria com Leandro Fab e Fred Camacho)
- Bota pra Tocar Tim Maia (dele, em parceria com Rodrigo Leite, Cauíque, Márcio Alexandre e Marcelinho Moreira)
- Flor De Caña (parceria com Rodrigo Leite e Cauíque)
- Deu Samba (de Berg Vicente e Rennan Fiore).
Diogo Nogueira fez um show incrível, com a participação especialíssima do rapper paulistano Criolo, no último Festival Novabrasil, que aconteceu em 2022. Você pode conferir o show inteiro aqui!
27 de abril: Dinho Ouro Preto
Cantor e compositor, Dinho Ouro Preto é vocalista e líder da banda Capital Inicial desde 1983 – quando tinha apenas 19 anos – com uma pequena pausa entre os anos de 1993 e 1998, quando esteve em carreira solo.
O retorno da banda rendeu um dos discos de maior sucesso da história do Capital: o Acústico MTV, no ano 2000.
Nascido em Curitiba, Dinho (apelido de Fernando, Fernandinho, Dinho!) mudou-se para Brasília ainda criança, por conta do trabalho do seu pai, que era Embaixador.
Foi na Capital Federal que começou a dar os seus primeiros passos na música, aos 12 anos, quando conheceu o rock’n roll por meio de seus amigos e companheiros de cidade: ninguém mais ninguém menos que Herbert Vianna e Bi Ribeiro, que – mais tarde – formariam outra banda da mesma geração, Os Paralamas do Sucesso.
Dinho também é meio irmão de um integrante de outra banda muito importante da nossa música brasileira: Dado Villa Lobos, guitarrista da Legião Urbana. Eles moraram juntos em Brasília, depois que seus pais foram trabalhar fora do país.
Nesta época, Dinho era muito amigo e fã de Renato Russo, que, antes de ser vocalista da Legião Urbana, formava com Fê e Flávio Lemos – hoje baterista e baixista do Capital – o Aborto Elétrico.
Ou seja: um rico caldeirão artístico e musical vindo de Brasília e que transformou para sempre a história da música brasileira e principalmente a cena do rock no nosso país.
E Dinho Ouro Preto é parte importantíssima dessa história, com suas canções e interpretações viscerais, nos presenteando com diversos sucessos presentes em quase 20 discos com a banda – o último comemorando 40 anos de Capital Inicial, em 2022 – e quatro álbuns solo.
Entre os sucessos, canções como:
- Independência (de Fê e Flávio Lemos, Loro Jones, Bozzo Barretti e Dinho Ouro Preto)
- À Sua Maneira (versão de Dinho para a canção De Música Ligeira, de Gustavo Cerati e Zeta Bosio)
- Fogo (Dinho e Bozzo Barretti)
- Primeiros Erros (Chove) (de Kiko Zambianchi)
- O Passageiro (versão de Dinho e Bozzo Barretti para a música The Passenger, de Iggy Pop e R. Gardiner)
- Eu Vou Estar; Natasha; Não Olhe Pra Trás e Olhos Vermelhos (todas de Dinho e Alvin L).
28 de abril: Paulo César Pinheiro
Nascido no Rio de Janeiro, em 28 de abril de 1949, Paulo César Pinheiro é um dos mais produtivos compositores da música popular brasileira. Tem mais de mil composições gravadas (mas já compôs mais de duas mil!), feitas em parceria com diversos grandes nomes da MPB, como João Nogueira, Francis Hime, Tom Jobim, Ivan Lins, Edu Lobo, Toquinho e Baden Powell.
Paulo César Pinheiro tinha 14 anos quando fez a sua primeira composição: a canção Viagem, em parceria com João de Aquino. Quatro anos depois, começou a destacar-se como letrista, estabelecendo parcerias com Baden Powell, principalmente na voz de Elis Regina – como sua primeira canção registrada: Lapinha.
Depois disso, suas canções passaram a ser gravadas por vários outros grandes nomes da nossa música, como Simone, Elizeth Cardoso, MPB-4 e Clara Nunes, com quem foi casado de 1975 até o falecimento da cantora, em 1983.
Outros dos seus principais sucessos são, por exemplo, os clássicos:
- Canto das Três Raças (parceria com Mauro Duarte)
- Espelho, Além do Espelho e As Forças da Natureza (parcerias com João Nogueira)
- Leão do Norte (com Lenine)
- Tô Voltando (com Maurício Tapajós)
- Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá) (parceria com Baden Powell).
Além disso, Paulo César Pinheiro tambémpossui discos lançados como cantor e intérprete – sendo o mais recente, Capoeira de Besouro, de 2010 – bem como uma dezena de livros publicados, entre eles, um em que conta histórias de 65 de suas canções: Histórias das Minhas Canções, de 2010.
Em certo trecho do livro, Paulo diz: “Acontecem coisas estranhas comigo desde quando comecei a compor, ainda menino. Vejo pessoas, vultos, sombras. Escuto passos, palavras, cantos. (…) Minha poesia é cantada e citada como reza, filosofia, provérbio, em inúmeras religiões, seitas e rituais Brasil afora. E eu vou seguindo, hoje, mentalmente, mais serenizado.”
por Lívia Nolla